Roda de Conversa

04/11/2024 - 17:20 - 18:50
RC9.14 - Fortalecimento das Políticas de Saúde Materno-Infantil: Desafios, Estratégias e Impactos na Atenção ao Pré-Natal e na Mortalidade Infantil no Brasil

50621 - A VIVÊNCIA PROFISSIONAL DO PROCESSO DE ANÁLISE DE SITUAÇÃO DE SAÚDE ESTADUAL NO ÂMBITO DA APRECIAÇÃO DAS DOENÇAS IMUNOPREVENÍVEIS
DIULLY SIQUEIRA MONTEIRO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA, MARCOS VALÉRIO SANTOS DA SILVA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA, ÁTILA AUGUSTO CORDEIRO PEREIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ- UFPA, CYNDI MYRELLE DA SILVA BARROS ROMÃO - SECRETÁRIA DO ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS, DENISE LEÃO CIRÍACO - SECRETÁRIA DO ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS, WALDINÉA MARIA DA SILVA - SECRETÁRIA DO ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS, RAFAELA SIQUEIRA CAMPOS UCHÔA DE ALMEIDA - SECRETÁRIA DO ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS, ALANNA DE DEUS COUTINHO - SECRETÁRIA DO ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS, ANA PAULA SANTOS FREITAS - SECRETÁRIA DO ESTADO DA SAÚDE DE ALAGOAS


Contextualização
A Análise de Situação de Saúde (ASIS) é considerada como um processo contínuo e estratégico, de apreciação e síntese, que permite caracterizar, medir e explicar em determinado território a situação de saúde incluindo os seus condicionantes, os determinantes. A ASIS é capaz de produzir um diagnóstico territorial com a visão de identificar as prioridades e propor intervenções condizentes. Além disso, possui inter-relação com os instrumentos de planejamento em saúde, sendo essencial na orientação da programação e sua alocação de recursos, bem como a avaliação dos programas implementados e entre outras ações a fim de assegurar a compatibilidade das ações e serviços. Ressalta-se que o cenário atual é de altíssimo risco para retorno de surtos de doenças erradicadas e controladas devido às quedas drásticas de cobertura vacinal. Diante desse cenário e com a missão de controlar e/ou erradicar as doenças imunopreveníveis no território nacional, a análise permite alinhar com os compromissos e medidas efetivas na agenda pública local a fim de recuperar as elevadas taxas de vacinação e garantir atenção à saúde sensível às doenças imunopreveníveis, com isso melhor resposta na quebra de cadeia de transmissão e a qualidade na assistência.

Descrição da Experiência
Estudo descritivo, qualitativo do tipo relato de experiência. O período de maio de 2023 a maio de 2024. O objeto foi a Situação Epidemiológica da Doença Meningocócica, Exantemáticas, Influenza e Covid-19 em Alagoas de 2013 a 2022. Pactuou-se o cronograma e colegiado de coordenadores, tutores, revisores, equipe técnica de análise, essa por sua vez, definida pelos gestores da Superintendência de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Alagoas. Cada equipe, em dupla de profissionais, apreciou uma doença sob tutoria de profissionais com expertise da Secretaria de Estado de Saúde de Alagoas. A seguir, obteve quatro oficinas teóricas e práticas, com apoio de docentes da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (UNCISAL). Na dispersão realizou-se cursos EAD sugeridos da plataforma do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde. Após as qualificações, criou-se o projeto da análise determinada sob a tutoria, a seguir apresentados para a apreciação pelos docentes da UNCISAL. Essa etapa deu-se com envio prévio dos projetos aos docentes. A seguir, realizou-se a primeira versão com revisões até o produto final para a formatação do livro. Em 17 de maio de 2024 ocorreu o Seminário Estadual de Análise da Situação de Saúde com lançamento do livro e apresentação dos produtos. O processo da ASIS ocorreu durante o expediente de trabalho.

Objetivo e período de Realização
Relatar a experiência profissional do processo de Análise de Situação de Saúde das Doenças Imunopreveníveis de Alagoas no período de 2013 a 2022.

Resultados
Obteve a certificação com carga horária de 180 horas, sendo 32h acumuladas das oficinas, realização dos cursos em 80h e 68h do manuscrito com revisões até a versão para o livro. O momento formativo valorizou o aprimoramento dos conhecimentos de vigilância e suas técnicas de análises epidemiológicas, principalmente epidemiologia descritiva. Além de ser fundamental para formulação dos artigos, essa qualificação possibilitou o aperfeiçoamento dessa prática de vigilância das doenças preveníveis por vacina. Por outro lado, o processo de elaboração e revisão enfrentou desafios, principalmente relacionados aos conciliar as demandas de rotina com o manuscrito, essa foi superada ao estabelecer o momento de produção científica no cotidiano laboral. O alinhamento da metodologia científica, com apoio dos docentes da universidade, para os profissionais da vigilância imersos no processo da ASIS, possibilitou a qualificação científica no ambiente de trabalho da saúde pública. Ressalta-se que a última publicação dessa análise foi em 2017 com retorno em 2023. A produção deu-se com base na avaliação normativa, considerada como produto da aplicação de critérios normatizados para as doenças.

Aprendizado e Análise Crítica
O processo educativo aplicado ao cotidiano do trabalho oportunizou melhor articulação dos conhecimentos para execução dos atributos essenciais da vigilância, como também a construção de soluções coletivamente para o desenvolvimento e cumprimento dos prazos. Essa experiência dialoga com a Política Nacional de Educação Permanente em Saúde. Salienta-se que a institucionalização de práticas de monitoramento e avaliação, com a imersão científica, no escopo de atuação evidenciou como essencial para elaboração de documentos técnicos. Esses documentos qualificados são aliados da tomada de decisão mais assertiva, principalmente relacionadas ao enfrentamento das doenças imunopreveníveis e busca das altas coberturas vacinais. Além disso, favorece um controle técnico e social dessas doenças à sociedade. Por outro lado, o retorno na publicação reafirma o compromisso local coerente com a Política Nacional de Vigilância em Saúde. Portanto, a institucionalização de práticas de monitoramento e avaliação são ferramentas imprescindíveis para reflexão crítica, pois permite mitigar fatores que podem sugerir a pertinência dessas doenças. Diante disso, é possível estabelecer estratégicas coerentes com os compromissos nacionais e internacionais que facilitam a erradicação, a eliminação e o controle das doenças Imunopreveníveis e eficiência na gestão do sistema de saúde estadual e municipal.

Referências
Brasil. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n. 588, 12 de junho de 2018. Instituiu a Política Nacional de Vigilância em Saúde (PNVS), aprovada por meio desta resolução. Brasília: Conselho Nacional de Saúde. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/p/politica-nacional-de-vigilancia-em-saude. Acesso em: 01 de junho de 2024.
Brasil. Ministério da Saúde. Asis - Análise de Situação de Saúde / Ministério da Saúde, Universidade Federal de Goiás. Brasília : Ministério da Saúde, 2015. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/asis_analise_situacao_saude_volume_. .pdfAcesso em: 01 de junho de 2024.


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