04/11/2024 - 17:20 - 18:50 RC9.4 - Planejamento em Saúde no Brasil: estratégias, ferramentas, resultados e desafios |
53541 - OFICINA DE PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE ANTIMICROBIANOS (PGA): UM RELATO DE EXPERIÊNCIA KARLA DEISY MORAIS BORGES - SECRETÁRIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, FERNANDA FRANÇA CABRAL - SECRETÁRIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, MARTA MARIA DE FRANÇA FONTELES - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ, FRANCISCO DAVID ARAÚJO DA SILVA - SECRETÁRIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, MARIA DOLORES DUARTE FERNANDES - SECRETÁRIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, KELVIA MARIA OLIVEIRA BORGES - SECRETÁRIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, MARIA CLARA SANTOS AGUIAR - SECRETÁRIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, HENRY PABLO LOPES CAMPOS E REIS - SECRETÁRIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, VANESCA FONTENELE RIBEIRO - SECRETÁRIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, INDARA CAVALCANTE BEZERRA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Contextualização A Assistência Farmacêutica (AF) engloba um conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao seu acesso e ao seu uso racional.
A Gerência de Vigilância e Monitoramento em Serviços de Saúde (GVIMS/GGTES) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) incentiva que os serviços de saúde do país implementem estratégias para utilizar os antimicrobianos de forma mais segura e eficaz e adicionalmente, prevenir a seleção e a disseminação de microrganismos resistentes no Brasil. No estado do Ceará, essa atuação se dá através do Grupo Técnico do Programa de Gerenciamento de Antimicrobianos (GT-PGA) e da Comissão Estadual de Prevenção e Controle das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (CECIRAS).
Um Programa de Gerenciamento de Uso de Antimicrobianos (PGA) deve possuir abordagem multifacetada com a inclusão de políticas, diretrizes, vigilância da prevalência-padrões de resistência e do consumo de antimicrobianos, além de educação e auditoria de seu uso.
Descrição da Experiência A oficina envolveu várias pastas da Secretaria de Saúde do estado do Ceará (Sesa), como a Secretaria Executiva de Atenção à Saúde e Desenvolvimento Regional (Seade), Secretaria Executiva de Atenção à Políticas de Saúde (Seaps), Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde (Sevig). Aconteceu de forma síncrona e foi utilizada a plataforma do Google Meet. Participaram das atividades da oficina gestores da SESA, do serviço hospitalar da rede SESA e bolsistas da Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, além dos profissionais clínicos da equipe PGA dos seguintes hospitais: Hospital Infantil Albert Sabin; Hospital Geral Waldemar de Alcântara; Hospital Geral de Fortaleza; Hospital Regional Norte; Hospital Regional do Cariri; Hospital Estadual Leonardo da Vinci; Hospital São José de Doenças Infecciosas; Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes; Hospital Geral Dr. César Cals; Hospital Regional Vale do Jaguaribe e Hospital Regional do Sertão Central. Os profissionais foram divididos em 03 grupos para debaterem (brainstorming) coletivamente o instrumento SWOT, a fim de identificar forças, oportunidades, fraquezas e ameaças do PGA dos seus respectivos serviços. Após o período de discussão em grupo, foi escolhido um relator para apresentação do instrumento consolidado. A assessoria de comunicação da Sesa (ASCOM) realizou divulgação no portal da saúde o evento.
Objetivo e período de Realização Promover educação continuada dos profissionais com a realização de oficina, diagnósticos situacionais, elaboração de um planejamento estratégico,levantamento de resultados e monitoramento dos indicadores, ocorreu em 29 de junho de 2023 na Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).
Resultados A Oficina aconteceu de forma síncrona, participaram 64 profissionais. Após o preenchimento dos instrumentos por cada grupo, os mesmos repassaram à equipe organizadora, para a produção de um consolidado geral da oficina estratégica. A matriz swot foi consolidada e quanto as forças elencadas, o apoio da alta gestão; cobertura do PGA em todo o hospital; equipe de farmácia clínica engajada; mão de obra qualificada e comunicação eficiente entre os membros. Quanto às fraquezas, foram relatadas falta de priorização do programa pela gestão; quantidade insuficiente de equipamentos; subdimensionamento da equipe de farmácia clínica; atraso na liberação dos resultados laboratoriais; fragilidade nos protocolos de prevenção de infecção hospitalar; falta de educação permanente e de recursos financeiros para contratação de profissionais. Para as oportunidades, citaram carga horária exclusiva à atuação no programa; bolsistas exclusivos; expansão para as demais unidades hospitalares. Quanto às ameaças, o risco de desabastecimento de antimicrobianos; alto custo de terapias; ausência de medicamentos inovadores; condições de trabalho desfavoráveis e vínculos frágeis e ausência de produções científicas.
Aprendizado e Análise Crítica Atualmente a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014) reconhece a resistência microbiana aos antimicrobianos como um dos principais desafios para a saúde uma vez que os antimicrobianos (ATM) utilizados estão se tornando ineficazes nos tratamentos, gerando uma série de consequências como o prolongamento da doença, aumento da taxa de mortalidade, a permanência prolongada no ambiente hospitalar e a ineficácia dos tratamentos preventivos que compromete toda a população.
O Gerenciamento Terapêutico dos medicamentos de impacto clínico e econômico nos Hospitais da Rede SESA promove maior eficácia e segurança no tratamento do paciente hospitalizado, com ênfase na promoção do uso racional na cadeia assistencial, otimização da segurança do paciente e aumento da eficiência clínica e financeira, pelos hospitais da estrutura organizacional da Secretaria da Saúde na capital e interior do Estado do Ceará.
A Política Estadual de Assistência Farmacêutica é tida como uma das estratégias do governo do Estado para o fortalecimento da Assistência Farmacêutica em todos os níveis de atenção à saúde, exigindo assim estruturação dos serviços e capacitação continuada dos profissionais para a prestação de um serviço efetivo e eficiente.
Referências ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. WHO model list. 14th. Ed. Geneva: World Health Organization; 2014
O’NEILL, JIM. ANTIMICROBIAL RESISTANCE: TACKLING A CRISIS FOR THE HEALTH AND WEALTH OF NATIONS. The Review on Antimicrobial Resistance, London, UK, 2014.
Fonte(s) de financiamento: própria
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