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RC9.4 - Planejamento em Saúde no Brasil: estratégias, ferramentas, resultados e desafios |
51172 - OFICINA DE IDENTIFICAÇÃO, CATEGORIZAÇÃO, HIERARQUIZAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS EM SAÚDE DE VARJOTA-CEARÁ: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
HELIANDRA LINHARES ARAGÃO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, ELIANY NAZARÉ OLIVEIRA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, MARIA DO SOCORRO DE ARAÚJO DIAS - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, MARISTELA INÊS OSAWA VASCONCELOS - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, ANA CLÁUDIA COSTA DE SAMPAIO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, KARINA OLIVEIRA DE MESQUITA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ, QUITÉRIA LARISSA TEODORO FARIAS - PREFEITURA MUNICIPAL DE VARJOTA, ANA PATRÍCIA SOUSA XIMENES - PREFEITURA MUNICIPAL DE VARJOTA, CARLOS ROMUALDO DE CARVALHO E ARAÚJO - PREFEITURA MUNICIPAL DE VARJOTA, LORENNA SARAIVA VIANA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ
Contextualização
Este relato foi produzido a partir da realização da Oficina de identificação, categorização, hierarquização e priorização dos problemas em saúde proposto na disciplina de Seminário de Acompanhamento I, do Programa de Pós Graduação em Saúde da Família (PPGSF) pertencente à Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (Renasf).A oficina aconteceu no município de Varjota, cidade do interior do estado do Ceará, mais especificamente na Unidade de Saúde do Centro, diante dos dados epidemiológicos e vulnerabilidades identificadas no território de referência, mas contou com a participação de profissionais de outras unidades de saúde, além de outros serviços da rede de atenção à saúde e intersetorial. Estiveram presentes também representantes do conselho municipal de saúde, da associação dos catadores e catadoras e do grupo das mães autistas do município.
A metodologia seguiu o proposto na disciplina e foi construída coletivamente com apoio da Secretária Municipal de Saúde e da coordenadora da Atenção Primária que também participaram ativamente do momento.
Para este relato foi realizado levantamento de informações do município e do território da unidade de saúde supracitada. Descreveremos a metodologia com a descrição das etapas e ferramentas utilizadas, além dos fatores facilitadores e dificuldades no processo de desenvolvimento da oficina.
Descrição da Experiência
A unidade de saúde escolhida para a realização da oficina foi a Unidade Básica de Saúde do Centro, por ser o serviço de maior abrangência do município, 6.083 pessoas atendidas. A única com 02 (duas) equipes de saúde e possui adesão ao Saúde na Hora. Considerando ainda os dados epidemiológicos referentes da mortalidade, incidência de casos de dengue, hanseníase, tuberculose, registros de casos de tentativas e de suicídio, além das condições de vulnerabilidade social da população adscrita.
Contou com 30 participantes, sendo eles: profissionais da equipe mínima da Unidade de Saúde do Centro (agentes comunitários de saúde, enfermeiras, auxiliar de saúde bucal, dentista, gerente, médicos e agente de endemias), a secretária de saúde e da assistência social, coordenadora da Atenção Primária (AP), da equipe eMulti, representante do Mais Cidadão (serviço municipal de regulação), presidente do conselho de saúde, duas usuárias (mães atípicas) e equipes de apoio.
Inicialmente foram apresentados dados sociodemográficos e epidemiológicos do município e da referida unidade, visando a compreensão do contexto para a identificação dos principais problemas pelos participantes. Em seguida houve a categorização e hierarquização para a identificação da priorização dos problemas em saúde com vista na intervenção, com uso de ferramentas de gestão na metodologia da oficina.
Objetivo e período de Realização
O objetivo deste estudo é relatar experiência da realização da oficina de identificação, categorização, hierarquização e priorização dos problemas em saúde de Varjota-Ceará.
A oficina foi realizada no dia 02 de maio de 2024, no período matutino e vespertino. Na sala de reunião da Câmara Municipal.
Resultados
Inicialmente foram apresentados dados e caracterização do município e do território da UBS do Centro. Dividimos os grupos em trios e foram entregues tarjetas e solicitamos que escrevessem os principais problemas identificados.
Na consolidação foram eleitos os 05 principais levando em consideração as evidências: 1. Fragmentação do cuidado na RAS e intersetorial, 2. Ausência de atividades de promoção da saúde, 3. Dificuldade no manejo diante do aumento dos casos de sofrimento mental, 4. Aumento dos casos de gravidez na adolescência e 5. Desemprego crescente e aumento das vulnerabilidades sociais.
Para a hierarquização dos problemas foram usados critérios de seleção como valor político, governabilidade, eficácia e custo de adiamento para definição da ordem prioridades de intervenção. Em seguida construída a listagem das causas e argumentos dos problemas segundo a natureza.
Finalizando utilizou-se a Matriz GUT para consolidar os problemas processados. Após aplicados os critérios identificaram-se que o principal problema para intervenção é a dificuldade no manejo diante do aumento dos casos de sofrimento mental, seguido da ausência de atividade de promoção da saúde e os demais.
Aprendizado e Análise Crítica
Ressalta-se a importância da oficina para identificação dos problemas e intervenção diante do contexto e a reflexão sobre a prática cotidiana na unidade de saúde. Fomentaram encaminhamentos estratégicos para atender a demanda apresentada.
As discussões da oficina fomentaram reflexão com estratégias de mediação e argumentações entre os profissionais e a gestão para reconhecimento das necessidades de intervenção. Após empates saudáveis para elegibilidade dos problemas, o coletivo entrou em concesso na hierarquização. Aplicado a Matriz GUT, baseada nos critérios: gravidade, urgência e tendência.
Foram hierarquizados os problemas na seguinte ordem: Dificuldade no manejo diante do aumento dos casos de sofrimento mental; Ausência de atividades de promoção da saúde; Aumento dos casos de gravidez na adolescência; Desemprego crescente e aumento das vulnerabilidades sociais e Fragmentação do cuidado na rede de atenção à saúde e intersetorial. Estes serão objetos de estudo desta pesquisadora no doutorado.
Podemos apontar como fatores facilitadores da oficina: apoio e participação da gestão, participação dos profissionais da rede e participação ativa dos profissionais. Como principais limitações identificou-se: dificuldade no levantamento de dados epidemiológicos, apontando a subnotificação; participação parcial de alguns representantes e a gestão do tempo na execução da oficina
Referências
BASTOS, L. R. et al. Manual para Elaboração de Projetos e Relatórios de Pesquisas, Teses, Dissertações e Monografias. 6. ed. Rio de Janeiro: LCT, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde Coordenação-Geral de Informação e Monitoramento de Serviços e Redes de Atenção à Saúde. Priorização de políticas e programas sob responsabilidade direta da secretaria de atenção à saúde apresenta abordagens de priorização de políticas e programas, visando ao seu monitoramento. [recurso eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde Coordenação-Geral de Informação e Monitoramento de Serviços e Redes de Atenção à Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2019.
MEIRELES, Manuel. Ferramentas administrativas para identificar, observar e analisar problemas: organizações com foco no cliente. São Paulo: Arte & Ciência, 2001.
Fonte(s) de financiamento: Não há.
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