Roda de Conversa

06/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC8.29 - Qualificação da gestão e do cuidado pela formação

51493 - EQUIPE SAÚDE DA FAMÍLIA E ESTRATÉGIAS PARA O AUTOCUIDADO DO IDOSO: RELATO DE EXPERIÊNCIA
TATHIANE SOUZA DE OLIVEIRA - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, KÁTIA FERNANDA ALVES MOREIRA - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, DAIANA EVANGELISTA RODRIGUES FERNANDES - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, ELEN PETEAN PARMEJIANI - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, FLAVIA DA COSTA CARDOSO - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA, CLESON OLIVEIRA DE MOURA - FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA


Contextualização
O desafio sobre o envelhecimento é erradicar a visão biomédica do envelhecimento como um período inevitável de perda que conduz à dependência e à incapacidade e substituí-lo por um modelo multidimensional que preveja as funcionalidades “independência e autonomia” (Lawless et al., 2021) e da promoção da saúde.
A atenção primária à saúde (APS) tem um papel fundamental na atenção à saúde, uma vez que, encontra-se mais aproxima dos idosos, fortalecendo vínculo entre a equipe saúde da família, e a comunidade, e favorecendo a atenção integral aos diferentes problemas (Araújo et al., 2021).
Nesse contexto, a promoção da saúde em diferentes formas de autocuidado resulta em uma série de efeitos positivos, como manutenção da capacidade de realizar AVDs, melhoria da qualidade de vida, prevenção do declínio funcional e redução de quedas, indicando que efeitos positivos podem ser alcançados a partir de intervenções multiprofissionais (Barenfeld et al., 2017), trabalhando com grupos, sendo nesses momentos, que os profissionais de saúde são convidados a compartilhar suas experiências e reflexões sobre a prática, a fim de construir coletivamente novos conhecimentos e práticas (Oliveira et al., 2021).
Assim, nasceu o presente estudo, a partir da aproximação da temática da Educação Permanente em Saúde (EPS) na Estratégia Saúde da Família (ESF), que foram vivenciadas a partir de rodas de conversa.

Descrição da Experiência
A experiência a ser relatada, descreve a realização de um projeto de intervenção, realizado por meio da metodologia das rodas de conversa, com uma equipe saúde da família, a fim capacitá-los acerca do planejamento e educação permanente com uma equipe saúde da família, para fortalecer atividades do autocuidado dos idosos.
Assim, o projeto foi realizado em duas etapas: i) Planejamento, em que, houve apresentação da proposta e definição de pessoas focais da comunidade, escolha do local e temas para serem abordados com os idosos assistido pelas equipes. ii) capacitação sobre a metodologia de Roda de Conversa, etapas, e exemplificação da abertura, desenvolvimento e fechamento da RC. Subsequentemente foi realizado apresentação e instrumentalização da equipe em relação aplicação do Mini Exame do Estado Mental (MEEM). Onde foi realizado registros da experiência, além dos registros fotográficos das atividades em todas as etapas do projeto com autorização dos integrantes e público-alvo.
Optou-se por adotar a rodas de conversas para intervenção com a equipe, por consistir em um método que permite a participação coletiva, através de debate e trocas de experiência acerca da saúde do idoso. E fundamentalmente familiarizar a equipe com todas as etapas que envolvem a execução de uma RC, visando serem empregadas no grupo de idosos e atividades com a comunidade.


Objetivo e período de Realização
Relatar a experiência sobre planejamento e educação permanente com uma equipe saúde da família de uma Capital do Norte, sob a premissa de fortalecer as atividades de autocuidado dos idosos no município de Porto Velho-RO.
A vivência ocorreu no mês de maio de 2023, a partir de 2 encontros, no período matutino após a reunião técnica da equipe, com duração máxima de 2h30min, em cada encontro.


Resultados
O projeto foi intitulado “Roda de conversa (RC) na promoção ao autocuidado dos idosos”, propôs-se refletir acerca das atividades grupais enquanto potencializadoras do protagonismo dos idosos.
Foram realizadas duas rodas de conversa (RC), sendo estes espaços oportunos para as trocas de conhecimentos numa relação entre iguais. A primeira roda, possibilitou identificar de forma partilhada e dialogada, as dificuldades, potencialidades e os desafios no processo de trabalho da equipe para atividades em grupos. Já segunda RC, caracterizou-se como a atividade de EPS da equipe, a partir de exposição dialogada acerca da promoção do autocuidado, o papel de cada integrante da equipe.
Esse projeto, visa destacar a potencialidade das práticas de autocuidado, onde as atividades de educação permanente com a equipe proporcionaram a compreensão da importância do planejamento e do uso de instrumentos para desenvolver atividades de promoção à saúde com os idosos. O caráter pedagógico da experiência propiciou discussões e aprendizagens significativas, servindo como um fator de motivação na busca do fortalecimento do vínculo da equipe com os idosos e de reconhecimento da unidade como uma rede de apoio.



Aprendizado e Análise Crítica
A iniciativa desse projeto, mostra-se promissor, na busca de uma abordagem mais participativa, e distante do modelo tradicional de prestação de cuidados centrado apenas na doença, deixando de lado os indivíduos, portanto, essa iniciativa do projeto, busca promover o envolvimento e fortalecimento da comunidade.
Pari passu, expressa a potencialidade de desenvolver um trabalho que possa ser multiplicado com outras equipes, fortalecendo a importância da educação em saúde através das metodologias ativas ao passo que possa envolver os profissionais cada vez mais atividades juntos com a comunidade.
Assim, uso de metodologias ativas como as rodas de conversas são espaços que pode ser prazerosa para os atores envolvidos, em que, o processo de ensino aconteça naturalmente mediante as trocas de experiências. Além de serem momentos que permite que a equipe se aproxime da realidade e problemas da comunidade, sob a ótica do usuário, o profissional pode passar a ver indivíduo não apenas como um ser, e sim, como parte importante da comunidade.
Por fim, é possível promover mudança no processo de trabalho fortalecendo práticas educativas e que essas sejam realizadas de forma participativa e que isso reflita nas atividades juntamente com a comunidade. Todavia, é importante que a equipe esteja comprometida e tenha desejo de superar práticas biomédicas tão cristalizadas em suas formações.



Referências
Lawless, M. T., Tieu, M., Feo, R., & Kitson, A. L. (2021). Theories of self-care and self-management of long-term conditions by community-dwelling older adults: A systematic review and meta-ethnography. Social science & medicine (1982), 287, p.114393. https://doi.org/10.1016/j.socscimed.2021.114393.

Araújo, R. S. de, Cruz, P. J. S. C., Vasconcelos, A. C. C. P. de, Pereira, E. A. A. de L., Nascimento, B. G. da S., & Melo, C. T. de. (2021). Educação Popular Na Atenção Primária À Saúde: Sistematização De Experiências Com Grupos Comunitários De Promoção Da Saúde. Revista Conexão UEPG, 17(1), 01–22. https://doi.org/10.5212/Rev.Conexao.v.17.15270.003

Oliveira, M. F. D., Spósito, P. Á. F., Lima, C. S. D. A., & Cupertino, M. D. C. (2021). Roda de conversa em um ambulatório público: O papel da atenção primária na educação popular em saúde. Research, Society and Development, 10(13), e456101321256. https://doi.org/10.33448/rsd-v10i13.21256

Fonte(s) de financiamento: Não se aplica


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