51656 - DISTRIBUIÇÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM E MÉDICOS NA REDE DE ATENÇÃO HOSPITALAR NO ESTADO DE MATO GROSSO JHULY MARIA FERREIRA - UNEMAT, JOSUÉ SOUZA GLERIANO - UNEMAT
Apresentação/Introdução A distribuição de profissionais de saúde na Rede de Atenção Hospitalar é um fator crucial para garantir a equidade e a eficiência no atendimento à população. O dimensionamento adequado da força de trabalho em saúde envolve a avaliação precisa das necessidades de cada região de saúde, o que exige considerar a demanda por serviços, a complexidade dos casos atendidos e a capacidade instalada das unidades de saúde. No entanto, a distribuição desigual de profissionais entre as diferentes regiões de saúde permanece um desafio significativo, resultando em disparidades no acesso e na qualidade dos serviços prestados. Regiões urbanas e capitais frequentemente concentram um número maior de profissionais de saúde, incluindo médicos, enfermeiros e técnicos, enquanto áreas rurais e periferias urbanas enfrentam uma escassez crônica de recursos humanos, ou seja, esse desequilíbrio agrava as desigualdades em saúde.(Bastos; Gomes, 2014) A força de trabalho não inclui apenas a alocação de profissionais suficientes, mas também a implementação de políticas de incentivo e retenção de profissionais em áreas de difícil acesso, por isso, programas de educação e formação contínua e melhores condições de trabalho, são essenciais para atrair e manter profissionais em regiões subatendidas. (Possa, et al. 2020)
Objetivos Analisar a distribuição de profissionais da equipe de enfermagem e de médicos nos serviços hospitalares, públicos, privados e filantrópicos, na perspectiva das macrorregiões e regiões de saúde do estado do Mato Grosso.
Metodologia Estudo transversal, de abordagem quantitativa, exploratório e descritivo da distribuição espacial considerando os profissionais de saúde, enfermeiros, técnicos, auxiliares de enfermagem e médicos, dos serviços hospitalares, públicos, privados e filantrópicos do estado Mato Grosso. O estado está localizado na região centro-oeste do Brasil, com população estimada de 3.658.649 habitantes e possui 176 hospitais distribuídos em seis macrorregiões de saúde e dezesseis Regiões de Saúde (RS). Foram selecionados todos os hospitais ativos no ano de 2023 nos 141 municípios. A coleta de dados aconteceu no segundo semestre de 2023, por meio do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) que foram exportados para uma planilha do Excel Office, sendo considerado o quantitativo de profissionais em cada instituição hospitalar. Para análise utilizou do Software Epi Info, sendo os resultados apresentados em valores absolutos e percentuais. Utilizou-se a mesma base para identificar a coordenadas de geolocalização, latitude e a longitude, dos referidos estabelecimentos. Posteriormente, as coordenadas foram transferidas para o software QGIS, versão 3.18 para análise espacial.
Resultados e Discussão O total de profissionais de saúde é de 3.845 enfermeiros, 9.486 técnicos, 443 auxiliares e 9.948 médicos. A Macrorregião Centro-Norte, destaca-se com o maior número de profissionais com 1.798 (46,76%) enfermeiros, 4.385 (46,22%) técnicos, 150 (33,87%) auxiliares e 4.954 (49,80%) médicos. A RS Baixada Cuiabana, apesar do número de hospitais privados ser maior em comparação ao hospital público, 27 (34,17%) e 9 (11,4%) simultaneamente, há uma maior concentração de profissionais na prestação pública com 1.169 (65,02%) enfermeiros, 2.385 (54,39%) técnicos, 99 (66%) auxiliares e 2.321 (46,85%) médicos em comparação com os 440 (24,47%), 1.287 (29,35%), 47 (10,61%) e 1.675 (33.81%) do privado. A macro Norte, abrange o segundo maior número de profissionais, com um total de 843 (21,92%) enfermeiros, 1.745 (18,39%), técnicos de enfermagem, 82 (18,52%) auxiliares de enfermagem e 1.954 (19,64%) médicos. O maior quantitativo de enfermeiros em análise da RS é na Teles Pires, com 585 (69,4%), distribuídos em 396 (67,69%) no setor público, 143 (24,44%) filantrópico e 46 (7,86%) privado. A macro e RS Sul Mato-grossense, concentra 547 (14,22%) enfermeiros, 1.563 (16,47%) técnicos, 111 (25,05%) auxiliares e 1.531 (15,39%) médicos, sendo a maior concentração de equipe de enfermagem em hospitais públicos 977 (62,51%) e 534 (34,88%) de médicos no setor privado. Na macro Centro-Noroeste e Oeste conta com 949 (6,89%) e 814 (5,91%) profissionais da equipe de enfermagem, 540 (5,43%) e 460 (4,62%) médicos, simultaneamente. A macro com menor quantitativo é a Leste com 197 (5,12%) enfermeiros, 573 (6,04%) técnicos, 10 (2,25%) auxiliares e 509 (5,12%) médicos. Na análise de RS a Araguaia Karajá possui menor quantitativo com 6 (0,16%) enfermeiros, 20 (0,21%) técnicos e 18 médicos (0,18%).
Conclusões/Considerações finais Percebe-se um quantitativo maior de profissionais na macro Centro-Norte e na RS Baixada Cuiabana e Teles Pires. A análise da distribuição de profissionais de saúde nas diversas macrorregiões e RS de Mato Grosso revela uma desigualdade significativa Este fenômeno reforça estudos que analisam força de trabalho e ressalta as disparidades dentro do próprio sistema de saúde. A baixa presença de médicos e outros profissionais de saúde em áreas rurais remotas perpetua as desigualdades em saúde, dificultando o acesso. A desigualdade na fixação de profissionais de saúde evidencia a necessidade urgente de políticas para a redistribuição equitativa da força de trabalho como estratégia para promover integração e a coordenação. A distribuição desigual de profissionais de saúde não apenas reflete um problema estrutural, mas também aponta para a necessidade de atuação direta entre gestores de centros de formação de recursos humanos em saúde e gestores do sistema de saúde.
Referências BASTOS, S. Q.; DE MORAES, B. S. Distribuição dos profissionais de saúde: uma análise para os estados brasileiros, 2010. Revista Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos, v. 8, n. 2, p. 109-122, 2014.
BRASIL. Ministério da Saúde. CNES - Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde. 2021.
POSSA, L. B. et al. Dimensionamento da força de trabalho em saúde: gestão em ato e territórios em diálogo. In: Dimensionamento da força de trabalho em saúde: gestão em ato e territórios em diálogo. 2020. p. 168-168.
Fonte(s) de financiamento: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Mato Grosso
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