53077 - RESIDÊNCIA MULTIPROFISSIONAL DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE: IDENTIFICAÇÃO E PRIORIZAÇÃO DOS PROBLEMAS DO SEU CAMPO DE SABERES E PRÁTICAS ANA CLAUDIA COSTA DE SAMPAIO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA, MARIA SOCORRO DE ARAÚJO DIAS - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA, MARISTELA INÊS OSAWA CHAGAS - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ-UVA, CIRLIANE DE ARAÚJO MORAIS - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABOIA - ESPVS, FRANCISCO VALDICÉLIO FERREIRA - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABOIA - ESPVS, OSÉIAS SOARES PEREIRA - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABOIA - ESPVS, PALOMA DE SOUZA SANTANA - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABOIA - ESPVS, VERENA EMMANUELLE SOARES FERREIRA - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABOIA - ESPVS, JACQUES ANTÔNIO CAVALCANTE MACIEL - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, RAFAEL LIMA DE ANDRADE - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABOIA - ESPVS
Contextualização A Residência Multiprofissional de Vigilância em Saúde (RMVS) emergiu como aposta inovadora à formação no cenário da saúde coletiva sobre o alicerce do referencial pedagógico da Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia (ESP-VS) em Sobral-CE, pautados pela educação popular; educação permanente e educação por competência buscando integrar os princípios da interprofissionalidade (Sobral, 2022). Partindo desse contexto, os residentes aglutinados em seus núcleos de saberes vêm apontando reflexões críticas sobre qual seria o campo de prática e o núcleo de saberes na RMVS, como seria o desenho desse campo e se haveria um núcleo de saberes especializado encarregado de produzir uma formação específica para a residência ou se esse núcleo já não está definido dentro das práticas já desenhadas para os Serviços de Vigilância em Saúde (VS). Diante disso, recorre-se a concepção dialética na promoção do pensamento crítico e autocrítico e do questionamento da realidade presente (Gadotti, 1998), pois sabemos que a compreensão do papel da VS não pode ficar reduzida à coleta de dados ou a prática clínica e controle sanitário. Assim, buscou-se por meio de uma oficina fazer uma imersão para a compreensão das necessidades de reflexão no intuito de transformar, planejar e produzir inquietações entre os diferentes atores envolvidos na formação dos residentes e sua prática no campo da VS
Descrição da Experiência Á partir dos questionamentos sobre o campo de saberes e práticas inerentes a um Programa que está dando seus primeiros passos, surgiu a necessidade de uma oficina para a identificação, categorização, hierarquização e priorização dos problemas e necessidades no intuito de promover um diálogo reflexivo sobre a integração ensino-serviço. Assim, dia 02/05/24 aconteceu a primeira Oficina de Planejamento da RMVS com a participação de 6 representantes docentes, 3 residentes e 3 gerentes de VS do município. A oficina dividiu-se em etapas iniciada por uma acolhida, cada participante recebeu um bombom com mensagem associada a um vídeo sobre a VS enquanto cenário de prática da residência, em seguida aconteceu uma exposição dialogada com enfoque na importância do planejamento para a formação em saúde na qual instigou discussões que levou a uma roda de conversa sobre as experiências vivenciadas na prática dos Serviços emergindo inúmeras reflexões críticas sobre o fazer do residente no âmbito da VS. A partir daí foi feito o levantamento e a hierarquização dos problemas e necessidades mais importantes para o momento, sendo listados e agrupados os 5 principais problemas mais impactantes segundo sua natureza de onde partiu-se para a finalização da oficina com a construção da matriz sobre a gravidade, urgência e tendência (GUT) dos problemas e necessidades identificadas
Objetivo e período de Realização Identificar, categorizar, hierarquizar e priorizar os problemas e necessidades vivenciados no primeiro trimestre de implantação do primeiro Programa de Residência Multiprofissional de Vigilância em Saúde da Escola de Saúde Pública Visconde de Saboia (ESP-VS) em Sobral-CE, realizado por meio de uma oficina no dia 02/05/24 nos turnos manhã e tarde
Resultados A oficina dividiu-se em etapas, a primeira deu-se por uma acolhida que resultou em apontamentos sobre os Serviços de VS enquanto cenário de prática da residência levando a uma exposição dialogada sobre a importância do planejamento para a formação, instigando discussões sobre as experiências vivenciadas emergindo reflexões críticas sobre qual seria o desenho do campo de saberes e prática no cenário da VS. A partir dessa roda de conversa foi listado e a hierarquizado os 5 problemas mais impactantes segundo sua natureza: 1. Dificuldade de entendimento dos residentes, docentes e gerentes sobre a atuação da RMVS, 2. Insuficiência no quadro docente levando a uma sobrecarga de atividades, 3. Dificuldade de planejamento nos serviços pela incompreensão do campo de prática da RMVS 4. Falta de suporte logístico aos residentes para as atividades de estudo e 5. Necessidade de educação permanente para os docentes sobre a VS. A partir daí partiu-se para a construção da matriz GUT no qual o problema 1 sobre a dificuldade de entendimento dos residentes, docentes e gerentes sobre a atuação da RMVS foi o maior em gravidade, urgência e tendência para o momento em que se encontra a residência
Aprendizado e Análise Crítica A RMVS surgiu na perspectiva de mudanças na formação dos profissionais as quais incluem a reflexão e transformação da interface ensino/trabalho, desse modo, a primeira oficina de planejamento da RMVS da ESP-VS despertou para a necessidade crítica da compreensão do seu campo de prática e saberes, levantando necessidades de se investigar o cenário da VS. Ficou claro que a disponibilidade de campos adequados, a qualidade docente, a diversificação das atividades no pilar da educação interprofissional e a atualização dos conteúdos teóricos são questões que permitem levantar discussões sobre o papel transformador da formação para o campo da Saúde Coletiva. A RMVS trouxe à tona a importância de se levantar hipóteses sobre as delimitações das práticas, de se questionar se este campo está preparado para receber diversos núcleos de saberes imersos no processo de formação ou se esse campo só não foi ainda compreendido dentro do contexto da RMVS. Enfim, diante dessa reflexão, é importante a busca da tradução da identidade do Programa para se desvendar a área de saber e de prática no espaço de limites imprecisos que é o campo da VS enfatizada no contexto da formação, devendo partir para a dialética da epidemiologia crítica que possibilita a transformação da sociedade, tornando-se propícia para o campo da saúde
Referências GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Práxis. 2 ed. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 1998
VIEIRA, A. T. G.; SILVA, L. B. DA .. Educação interprofissional na Atenção Básica: um estudo cartográfico da formação de residentes em Saúde. Interface - Comunicação, Saúde, Educação, v. 26, p. e210090, 2022
CAMPOS, G. W. DE S.. Saúde pública e saúde coletiva: campo e núcleo de saberes e práticas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 5, n. 2, p. 219–230, 2000
18. CARNEIRO, E. M.; TEIXEIRA, L. M. S.; PEDROSA, J. I. DOS S. A Residência multiprofissional em Saúde: expectativas de ingressantes e percepções de egressos. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 31, n. 3, p. e310314, 2021
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