Roda de Conversa

05/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC8.19 - Ações formativas e o enfrentamento a iniquidades e vulnerabiliade social

50712 - ADOLESCENTES COMO PROTAGONISTAS NA PROMOÇÃO DA SAÚDE: PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PLANEJAMENTO DE INTERVENÇÕES EDUCATIVAS EM MANAUS-AM
LILIAN DORNELLES SANTANA DE MELO - UEA, MAYARA TAVARES DE MENEZES - FMT-HVD, EMMILYN DE ANDRADE ALMEIDA - UEA, RAFAELA NUNES DAVILA - FMT-HVD, ANA PAULA SILVA DE OLIVEIRA - FMT-HVD, DIEGO RAFAEL LIMA BATISTA - FMT-HVD, FELIPE LEÃO GOMES MURTA - FMT-HVD, ÂNGELA XAVIER MONTEIRO - UEA, CAMILA HELENA AGUIAR BOTTO DE MENEZES - UEA


Contextualização
Na adolescência, os indivíduos encontram-se como protagonistas de suas jornadas e começam a ter papel ativo no desenvolvimento da cidadania, participando ativamente das relações e atividades cotidianas (Brasil, 2010). Destaca-se a participação popular no planejamento das ações em saúde como estratégia eficaz para promoção de saúde, com contribuições na melhoria da qualidade de vida (Silva et al., 2009). Como estratégia participante deste processo, instituiu-se a Política Nacional de Educação Popular em Saúde, através da Portaria nº 2.761 de 19 de novembro de 2013, para fortalecer o diálogo com a comunidade e a construção compartilhada das ações em saúde (Brasil, 2013). No contexto de cuidado à saúde dos adolescentes, as Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e de Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde, baseadas na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens foram publicadas em 2010, tendo como eixos estruturantes: Participação Juvenil; Equidade de Gêneros; Direitos Sexuais e Reprodutivos; Projeto de Vida; Cultura de Paz; Ética e Cidadania; Igualdade Racial e Étnica (Brasil, 2010). Considerando os preceitos das políticas nacionais direcionadas à educação em saúde e ao público adolescente, foi realizado um grupo focal com seis adolescentes como estratégia mediadora para o planejamento de intervenções em saúde.

Descrição da Experiência
O grupo focal foi realizado com meninas de 12 anos, estudantes do 7º ano, participantes da pesquisa: Saúde das adolescentes com 12 anos de idade e acesso aos serviços adotados pela Atenção Primária em Manaus: estudo Moara. A atividade contou com o apoio de duas pesquisadoras, do Laboratório Interdisciplinar de Pesquisa Sociais e Qualitativas da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado, na função de mediadoras. Para garantir o anonimato das participantes, foram distribuídos materiais para que criassem crachás com nomes fictícios. Na função de observadora, realizei anotações relacionadas ao comportamento e expressões faciais apresentadas pelas participantes no seu momento de fala. O grupo focal foi registrado em dois gravadores de voz, para posterior escuta atentiva dos áudios, transcrição e análise. Durante a discussão, emergiram diversos temas importantes, como: entrelaço entre saúde física e mental; autoconhecimento; autoimagem e aceitação do próprio corpo; informações e desmistificação do ciclo menstrual; papel da mulher na sociedade; perspectivas futuras sobre trabalho e emprego; impacto das mídias sociais nas práticas de vida e cuidados com a saúde; relações afetivas e namoro na adolescência. Ao final, as adolescentes sugeriram formas de abordar os temas no ambiente escolar, como: teatro, rodas de conversa e palestras.

Objetivo e período de Realização
O grupo focal teve como objetivo definir temas em conjunto com adolescentes para futuras intervenções de educação em saúde. Foi realizado em 02 de maio do corrente ano, com duração de uma hora, em uma sala reservada nas dependências de uma escola estadual de tempo integral, localizada na Zona Oeste de Manaus.

Resultados
Os resultados do grupo focal forneceram uma base direcional para o planejamento das intervenções de educação em saúde do estudo Moara, alinhadas com as necessidades e expectativas das adolescentes, promovendo uma abordagem inclusiva para o processo de ensino-aprendizagem.

Aprendizado e Análise Crítica
Adolescentes anseiam serem ouvidos e valorizados em suas necessidades, reconhecidos como indivíduos de direitos. Para isso, é essencial enxergá-los como cidadãos ativos, aptos a se posicionarem nas esferas sociais em que estão inseridos. Estimular a participação popular de adolescentes é uma maneira eficaz de promover a saúde, pois auxilia no desenvolvimento do autocuidado, da autoconfiança, na capacidade de se expressar e planejar objetivos para o futuro.

Referências
BRASIL. Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010. v. Série A. BRASIL, Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.761, de 19 de novembro de 2013. Institui a Política Nacional de Educação Popular em Saúde no âmbito do Sistema Único de Saúde (PNEPS-SUS). Disponível: . Acesso em 29/05/2024. SILVA, I. J. et al. Cuidado, autocuidado e cuidado de si: uma compreensão paradigmática para o cuidado de enfermagem. Revista da Escola de Enfermagem da USP, v. 43, n. 3, p. 697–703, set. 2009.

Fonte(s) de financiamento: O Estudo Moara tem suporte proveniente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM), aprovado pelo edital N.º 008/2022 – PROGRAMA KUNHÃ – C,T&I NO AMAZONAS.


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