Roda de Conversa

05/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC8.18 - Interprofissionalidade e interdisciplinaridade na saúde

54410 - FISIOTERAPIA NA ARENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE: NOVAS PERSPECTIVAS DE INSERÇÃO E PRÁTIVA PROFISSICIONAL FRENTE A IMPLANTAÇÃO DO E-MULTI
THAIS SANTANA DE ALMEIDA - ISC UFBA


Apresentação/Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS), tem como objetivo de garantir a saúde como direito do cidadão e dever do Estado (ALMEIDA; PAIM, 2000). Com o surgimento do modelo de Atenção Primária à Saúde (APS), o serviço de saúde público brasileiro, se organiza e estrutura a partir do diagnóstico da realidade territorial, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS) que dá origem a porta de entrada do SUS (BRASIL, 2011; BRASIL, 2012). Antes restrita as práticas reabilitativas (RIBEIRO, 2002; BISPO JUNIOR, 2010), a fisioterapia avançou para um modelo coletivo, a Fisioterapia Coletiva, que acompanha as transformações da sociedade brasileira, incorporando desafios relacionados a mudança da organização social, o quadro epidemiológico e na organização dos sistemas e das RAS (DOMÍNGUEZ, 2004; BISPO JUNIOR, 2010). Desse modo, as intervenções fisioterápicas, estabeleceu uma nova lógica de organização dos modelos assistenciais, redimensionou-se com mudanças na natureza epistemológica do seu profissional, contribuindo para as transformações de condições de vidas, o que define sua integração a Atenção Básica de Saúde (RODRIGUES, 2008). Apesar dos avanços significativos da APS na melhoria das condições de vida da população, o Sistema Único de Saúde (SUS) enfrenta um subfinanciamento, que limita a organização dos serviços em resposta às demandas e necessidades da população (GIOVANELLA, 2018).

Objetivos
O presente trabalho tem como objetivo reconhecer as experiências da Fisioterapia na Atenção Primária à Saúde e as tendências relacionadas ao seu processo de trabalho frente a implantação do E-MULTI. Analisando o processo histórico da sua inserção no Sistema Único de Saúde, mais precisamente na Atenção Primária à Saúde e as tendências na prática profissional, quanto ao suporte do NASF e E-MULTI.

Metodologia
Trata-se de uma revisão integrativa, na base de dados Lilacs, Scielo e MEDLINE, utilizando os seguintes descritores: “Fisioterapia”, “Saúde da Família”, “NASF”, “eMulti” e ” Processo de trabalho”. Foram incluídos artigos publicados entre 2010 a 2023, baseando-se no referencial teórico em que foi utilizado uma revisão de literatura com levantamento de artigos nacionais. Dessa forma, dos 56 artigos obtidos foram selecionados 44 estudos que atenderam os critérios delineados, artigos que abordam os temas: fisioterapia na atenção básica, atenção básica, NASF, eMulti e processo de trabalho da fisioterapia na atenção básica.

Resultados e Discussão
A literatura apresenta muitos estudos da Fisioterapia na atenção básica, alguns deles mostram que a categoria vem crescendo na área, no sentindo de está expandindo seu processo de trabalho, no entanto, ainda há muito a se construir e se inserir nesse nível de atenção. Apesar desse crescimento, cabe destacar que a ausência de fisioterapeutas nas Estratégia de Saúde da Família (ESF), é uma realidade em grande parte do Brasil, onde as Unidades de Saúde contam apenas com os profissionais da equipe mínima proposta pelo Ministério da Saúde.
A organização dos processos de trabalho das equipes do NASF, tendo sempre como foco o território sob sua responsabilidade, deve ser estruturada priorizando o atendimento compartilhado e interdisciplinar, com troca de saberes, capacitação e responsabilidades mútuas, gerando experiência para todos os profissionais envolvidos, mediante amplas metodologias, tais como estudo e discussão de casos e situações, projetos terapêuticos, orientações e atendimento conjunto etc. (RODRIGUEZ, 2010).
Para além dessas questões, o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) passou por uma modificação de nomenclatura e agora se chama de “Equipe Multiprofissional da Atenção Básica” (E-MULTI), com uma configuração semelhante ao NASF. Desse modo, a fisioterapia por telessaúde requer a disponibilidade de equipamentos para comunicação (telefone fixo e móvel, tablet, computador e rede de internet), de qualidade. Assim, pesquisadores sugerem que os atendimentos de fisioterapia nas novas equipes usem estratégias, intercalando com atendimentos presenciais para reavaliação funcional e manutenção do vínculo, e que sejam indicadas para casos específicos (GIOVANELLA et al. 2020; MOROSINI, FONSECA, BAPTISTA, 2020; Fioratti et al. 2021; SOUZA, 2022).


Conclusões/Considerações finais
Este estudo se torna relevante porque desnuda uma situação presente nos serviços públicos e que compromete qualidade de vida de da população brasileira, que é a trajetória da fisioterapia na APS, seus avanços e perspectivas profissionais frente a implantação do eMulti. Fica evidente a importância do fisioterapeuta na atenção e promoção de saúde, empregando todos seus recursos em benefício do ser humano e levando uma melhor qualidade de vida aos usuários do sistema de saúde na atenção básica.
Assim, a organização e oferta de assistência fisioterapêutica requerem estratégias que atuem sobre a distribuição regional de fisioterapeutas no Brasil. O estudo revelou a necessidade de novas competências pelos profissionais de saúde, gestores e autoridades políticas. Para promover o fortalecimento da APS e a inserção do fisioterapeuta as equipes multiprofissionais, que além de estarem fragilizados, compromete grande parcela da população brasileira que possui um único acesso à saúde, que é o SUS.


Referências
BISPO JJP. Fisioterapia e Saúde Coletiva: desafios e novas responsabilidades profissionais. Ciên Saúde Coletiva. 2010;15(Supl. 1):1627-36.
BISPO JÚNIOR. Fisioterapia nos sistemas de saúde: enquadramento teórico e fundamentos para uma prática integral. José Patrício. Salud Colectiva | Universidad Nacional de Lanús | ISSN 1669-2381 | EISSN 1851-8265 | doi: 10.18294/sc.2021.
COFFITO Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional). Resolução nº 516, de 20 de março de 2020. [acessado 2020 Nov 8]. Disponível em: https:// www.coffito.gov.br/nsite/?p=15825 Guanabara Koogan de Janeiro:; 1995. QUARTIERO B.R.C.
GIOVANELLA L, FRANCO CM, ALMEIDA PF. Política Nacional de Atenção Básica: para onde vamos? Cien Saude Colet 2020; 25(4):1475-1482. Ciência & Saúde Coletiva, 27(6):2133-2142, 2022.
REBELATTO JR, BOTOMÉ SP. Fisioterapia no Brasil: fundamentos para uma ação preventiva e perspectivas profissionais. 2ª ed. São Paulo: Manole; 1999


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