49155 - PRIORIZANDO PROBLEMAS REAIS NO SUS: MESTRADO PROFISSIONAL EM SAÚDE DA FAMÍLIA COMO INDUTOR DE MUDANÇAS NA ATENÇÃO ONCOLÓGICA MARINALDO NOGUEIRA DA SILVA FILHO - SMS/ARAPIRACA E UNCISAL, MYRNA SILVA DE ALBUQUERQUE - SMS/ARAPIRACA E UNCISAL, AMANDA RODRIGUES BERTOLDO - SMS/ARAPIRACA, HUDSON RENAN COSTA SILVA - SMS/ARAPIRACA, JULIANA LINS PAES BARRETO - SMS/ARAPIRACA, NADJANE INÁCIO MEDEIROS - SMS/ARAPIRACA, MARA CRISTINA RIBEIRO - UNCISAL, JULIANE CABRAL SILVA - UNCISAL, KRISTIANA CERQUEIRA MOUSINHO - UNCISAL, BÁRBARA PATRÍCIA DA SILVA LIMA - UNCISAL
Contextualização A formação continuada do profissional de saúde é de grande valia para a melhora na qualidade do serviço prestado à população. Nesse sentido, a formação em pós-graduações, na modalidade stricto sensu, denominada Mestrado Profissional (MP) vem tomando destaque por fazer ciência a partir dos problemas da realidade vivida pelos profissionais no seu contexto de trabalho. Considerando a Estratégia de Saúde da Família (ESF) como modelo prioritário de acesso aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), diversos programas de MP foram idealizados para profissionais que atuem nesse cenário da atenção à saúde. Especificamente, o Mestrado Profissional em Saúde da Família (MPSF), da Rede Nordeste de Formação em Saúde da Família (RENASF) baseia-se nos preceitos da andragogia e utiliza as metodologias ativas como principal método de ensino-aprendizagem, fazendo com que o mestrando busque em sua realidade profissional o objeto de estudo de sua pesquisa através da identificação de problemas por meio da Matriz GUT, ferramenta de priorização de problemas conforme a gravidade, urgência e tendência dos mesmos.
Descrição da Experiência Realizou-se, por um mestrando do MPSF/RENASF, que coordena a Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas num município de Alagoas, uma oficina de identificação, categorização, hierarquização e priorização dos problemas dos serviços de saúde. O município em questão, tem a Atenção Primária à Saúde (APS) como ordenadora do cuidado, possuindo 100% de cobertura de sua população. No contexto da Rede citada, uma das linhas prioritárias é a Atenção Oncológica; para tanto, a referida oficina foi direcionada a essa condição, ocorrendo numa Unidade Básica de Saúde (UBS), escolhida conforme critérios metodológicos como: proporção de solicitações de consultas oncológicas sob população cadastrada, perfil dos profissionais e informações em saúde da população. No momento da oficina houve a participação de oito profissionais de níveis médio e superior, assistencial e gerencial, para contextualização dos profissionais foi realizada apresentação da atenção oncológica no município, considerando as responsabilidades dos diferentes níveis de atenção, características dos serviços especializados oncológicos e dados quantitativos da realidade local considerando o território da UBS. Após a apresentação, iniciou-se discussão ativa com posterior preenchimento de instrumentos previamente apresentados e disponibilizados pelos profissionais, excetuando-se o facilitador.
Objetivo e período de Realização A experiência citada foi direcionada como atividade de dispersão da disciplina de Seminários de Acompanhamento I, do referido programa de pós-graduação e teve como principal objetivo identificar através da realidade do território, problemas que disparassem interesse e possibilidade de intervenção, qualificando assim o objeto de estudo do mestrando. A formação para a aplicação da oficina ocorreu no período entre 11 e 12/05/2024 e a aplicação da oficina pelo discente na UBS, no dia 03/05/2024.
Resultados Considerando a metodologia adotada e a participação ativa dos profissionais do território, após a contextualização da atenção oncológica no município foi possível identificar, categorizar, hierarquizar cinco problemas. Notou-se uma grande disponibilidade dos profissionais em participarem do momento mesmo considerando que alguns profissionais de nível superior necessitaram se ausentar em algum momento para realização de atendimentos. A UBS selecionada é uma unidade escola que recebe médicos residentes e medicina da família e comunidade, logo, a realização de momentos educacionais visando a melhoria da qualidade assistencial é sempre bem-aceita pelos profissionais. Contudo, cabe ressaltar que foi percebido, inicialmente, pelo facilitador, certa resistência na identificação de problemas de cunho de gestão, considerando que ele compõe o quadro da gestão em saúde do município, fato este imediatamente superado, qualificando mais uma vez o momento como fruto da formação acadêmica do facilitador que futuramente impactará na qualidade assistencial, sendo assim, diante do exposto considera-se que o objetivo proposto foi alcançado em sua plenitude.
Aprendizado e Análise Crítica É de extrema importância disparar uma pesquisa que resultará em um produto para transformação assistencial a partir da realidade local, especialmente em se tratando de mudanças de realidade por iniciativa da gestão em saúde. Para isto, envolver atores que lidam diretamente com a população é essencial e norteador para o profissional que está exercendo estes cargos de gestão, em tempo que momentos como o relatado acima vêm para diminuir barreiras existentes na dialética gestão-assistência, aproximando estes eixos e minimizando assim estas disparidades. Nesse sentido, o Mestrado Profissional em Saúde da Família é uma política indutora de formação muito potente, posto que visa qualificar os trabalhadores da saúde para a realidade local dos serviços nos quais estão inseridos, incentivando-os a pesquisar, investigar e produzir ciência voltada para as reais necessidades da população assistida. Metodologias como a utilizada na oficina, podem e devem ser adotadas como métodos de planejamento em saúde, para assim direcionar esforços que alcançarão objetivos reais com respostas efetivas.
Referências SANTOS, G. B. DOS; HORTALE, V. A. Mestrado Profissional em Saúde Pública: do marco legal à experiência em uma instituição de pesquisa e ensino. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, n. 7, p. 2143–2155, jul. 2014. Disponível em: < https://www.scielo.br/j/csc/a/jvqzTcWqxXRSPbBps99mSHc/>. Acesso em 19 mai. 2024.
SILVA, L. Proposta de sistemática para priorização de indicadores de afastamento em ambientes hospitalares na gestão de saúde e segurança do trabalho. Dissertação—UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. Disponível em: < https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/258924/001168872.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 19 mai. 2024.
BRASIL. Portaria Nº 483, Ministério da Saúde. 2014. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0483_01_04_2014.html>. Acesso em: 19 mai. 2024.
Fonte(s) de financiamento: O PPGSF/RENASF é financiado pelo Ministério da Saúde.
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