Roda de Conversa

04/11/2024 - 17:20 - 18:50
RC8.8 - Experiências e Relatos em Extensão Universitária

53148 - EXPERIÊNCIA COMPARTILHADA POR ESTUDANTES NA ELABORAÇÃO DE UM PERFIL EPIDEMIOLÓGICO NO ÂMBITO DO PROGRAMA PET-SAÚDE
EMILLY RODRIGUES ROCHA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB), FELIPE GONÇALVES ROCHA SANTANA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB), JAIR MAGALHÃES DA SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB), LÁINY MARQUES DOS SANTOS - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB), ALISSA SILVA NASCIMENTO - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA (UESB)


Contextualização
O Programa de Educação pelo Trabalho (PET-Saúde) é uma ação do Ministério da Saúde (MS), de caráter interprofissional, que tem como principal característica o fortalecimento das ações de integração ensino-serviço-comunidade. Nesse sentido, o PET-Saúde tem um compromisso de contribuir para a formação do sujeito social implicado com o Sistema Único de Saúde (SUS), tanto por meio do fortalecimento da Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), quanto das Políticas Públicas de Atenção à Saúde (Brasil, 2023). Nesse cenário de formação, a 10ª edição do PET-Saúde, lançada em 2022, com o tema “Gestão em Saúde e Assistência à Saúde”, deu ênfase ao cenário pandêmico da Covid-19. Nessa perspectiva, os bolsistas, preceptores e tutores desempenham papeis fundamentais no programa, proporcionando um ambiente de aprendizado colaborativo. Diante disso, o PET-Saúde da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), através do Grupo Tutorial 2, desenvolveu debates, estudos, visitas e intervenções relacionadas ao tema Gestão em saúde, com ênfase na Vigilância Epidemiológica. As atividades de fortalecimento das medidas de prevenção à Covid-19, foram desenvolvidas em parceria com o Departamento de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Jequié, Estado da Bahia.


Descrição da Experiência
Trata-se de um estudo descritivo, acerca de uma experiência vivenciada por um grupo de estudantes integrantes do PET-Saúde, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) em que foi construído um perfil epidemiológico, detalhado, dos casos notificados de Covid-19 no município de Jequié, Estado da Bahia. Para se traçar o perfil epidemiológico e auxiliar na busca dos dados, organização e tabulação geral dos dados, a equipe PET-Saúde estava composta por uma preceptora, profissional da rede de saúde do município e três alunos-bolsistas, dos cursos de Enfermagem, Farmácia e Fisioterapia. O grupo foi supervisionado por dois tutores e um coordenador, todos responsáveis pela função pedagógica, na formação e articulação das atividades relacionadas ao tema. Em primeiro plano, foi realizado um levantamento de possíveis temas para pesquisa, baseado em discussões durante as reuniões do grupo, sendo selecionado o tema “Casos de COVID-19 no município de Jequié-BA”. Em seguida, foi realizada uma visita ao Departamento de Vigilância Epidemiológica, procedida da análise documental dos casos registrados de COVID-19 no referido município. Com os dados coletados, processados e analisados, foi possível desenvolver um estudo ecológico, que evidenciou a gravidade da pandemia no âmbito municipal e a indispensabilidade de aprimorar as estratégias no controle da COVID-19.


Objetivo e período de Realização
Relatar a vivência de estudantes, de um grupo do PET-Saúde, ao realizarem a análise do perfil epidemiológico dos casos de Covid-19 de um município; descrever sobre o impacto da socialização do conhecimento, durante a apresentação dos resultados em um evento acadêmico-científico, centrado na troca de experiências entre profissionais, estudantes, pesquisadores e demais interessados no tema. A experiência, dos saberes-fazeres, ocorreu ao longo de 6 (seis) meses (período 21/09/2022 à 15/02/2023).


Resultados
O PET-Saúde trouxe a oportunidade para os estudantes desenvolverem atividades de pesquisa, investigação científica, coleta, tabulação de dados e análises críticas com propostas de mudança na realidade do município investigado. Para além disso, a trocar saberes científicos, durante um evento sobre o tema, ampliou as relações interpessoais e promoveu a socialização do conhecimento. Os resultados apontaram para a ocorrência de 25.149 casos por Covid-19, sendo que o ano que apresentou maior e menor número de notificações foram 2021 (n=9.909; 39,4%) e 2022 (n=7.172; 28,5%), respectivamente. Em relação a variável sexo, observou-se que os casos de COVID-19 foram mais predominantes entre o sexo masculino (55,75%). A maior taxa de casos aconteceu entre pessoas de 30 a 39 anos de idade (23,2%), seguido das pessoas com de 40 a 49 anos (21,4%). Por outro lado, a menor incidência foi observada em crianças. Para a confirmação da COVID-19, 46,5% da amostra foi por Biologia molecular (RT/PCR), seguido por teste rápido antígeno (29,1%). Esses achados se justificam, conforme mencionado por Prado et al. (2020) pelo fato do RT/PCR tratar-se de um teste padrão ouro, conforme definido pela OMS.


Aprendizado e Análise Crítica
Caires e Santos Junior (2017), revelam que para identificar as realidades e necessidades da população de uma localidade, é fundamental que sejam estabelecidos vínculos com os setores da Gestão, que se conheça o território, e que sejam identificadas as características da população. Dessa forma, o fato de ter como integrantes do grupo pessoas diretamente envolvidas com a Vigilância Epidemiológica e a Secretária de Saúde, possibilitou aos estudantes conhecerem a dinâmica de funcionamento do trabalho da equipe, bem como obter dados referente a realidade do município investigado. As atividades desenvolvidas foram importantes para a construção do perfil epidemiológico, enquanto ferramenta para o mapeamento de casos, o planejamento das políticas, a tomada de decisões, o acompanhamento, o monitoramento e a avaliação dos indicadores de saúde. De igual maneira, as intervenções educativas revelaram o impacto da socialização do conhecimento entre diversos atores sociais, demonstrando que através das trocas de experiências, os estudantes compreendem que o conhecimento deve ser adquirido e socializado, contribuindo para uma transformação social. A interface ensino-serviço-comunidade, mediada pelo pensar/saber/fazer Gestão e Assistência em Saúde possibilitou, aos estudantes, uma corresponsabilização enquanto ator social comprometido com as práticas colaborativas e humanizadas.




Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Guia de Vigilância Epidemiológica. Brasília: Secretaria de Vigilância Epidemiológica, 2022. Disponível em: . Acesso em 05 de junho de 2024.

CAIRES, E; SANTOS JUNIOR, P. Territorialização em saúde: uma reflexão acerca de sua importância na atenção primária. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 9, n. 1, p. 1174-1177, 2017.

PRADO, M.F et al. Análise da subnotificação da COVID-19 no Brasil. Revista Brasileira de Terapia Intensiva, v. 32, n. 2, p. 224–228, 2020.


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