54180 - CONTRIBUIÇÕES DAS COMPETÊNCIAS EMPREENDEDORAS PARA A FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DE ENFERMEIRAS (OS) QUEUAM FERREIRA SILVA DE OLIVEIRA - UNEB, GILBERTO TADEU REIS DA SILVA - UNEB, MARTA CRISTIANE ALVES PEREIRA - USP, ISABEL CRISTINA KOWAL OLM CUNHA - UNIFESP, INGREDY NAYARA CHIACCHIO SILVA - UFBA, CRISTIANO OLIVEIRA DE SOUZA - UFBA
Contextualização Sob uma análise conceitual, competência é palavra do senso comum, usada para se referir a uma pessoa qualificada a realizar determinada tarefa; define-se por um saber agir responsável e reconhecido, que demanda mobilizar, integrar e transferir conhecimentos, bem como recursos e habilidades, que agreguem valor econômico à organização e valor social à pessoa¹. O processo formativo de enfermeiras contribui para (re) estruturar um sistema de saúde e favorece o desenvolvimento de pessoas. A qualidade da formação de enfermeiras é um elemento fundamental para estímulo do protagonismo dessas profissionais. Processos empreendedores possibilitam transformações de práticas, com atuações emancipadas e direcionadas com autonomia, inovação e criatividade, as quais coadunam com a proposta de um genuíno desenvolvimento sustentável das populações. Nesse contexto, estratégias pedagógicas como o uso de metodologias ativas e aprendizagens baseadas em problemas podem motivar o raciocínio crítico e a resolução de problemas, os quais, por sua vez, correlacionam-se a processos empreendedores na formação e desenvolvimento acadêmico.
Descrição da Experiência Trata-se de um relato de experiência, a partir da vivência de docentes e discentes em uma disciplina correlacionada sobre competências gerenciais, em um programa de pós graduação em enfermagem, o qual ocoreu em 2023, no Brasil. Os debates desenvolvidos no componente versaram para as competências e suas contribuições no contexto da pandemia da covid-19. Os participantes destes encontros foram acadêmicos e professores de diferentes universidades e regiões brasileiras, o qual corroborou com importantes reflexões, sobretudo, pela diversidade e distintas realidades dos participantes, representada em sua maioria, por enfermeiros gestores da rede SUS e serviços privados, bem como docentes da educação básica e superior em enfermagem. Os encontros contribuíram para construções teóricas e investigativas. Para este relato, optou-se pela fundamentação teórica sobre competências, por Le Boterf, correlacionando-as com o empreendedorismo, no contexto da formação e desenvolvimento profissional de enfermeiras (os).
Nos ensinamentos de Le Boterf, as competências manifestam-se na ação e reflexão, consolidadas nas dimensões da pessoa, formação educacional e experiência profissional.
Objetivo e período de Realização Relatar a experiência e reflexões oportunizadas em um processo formativo de um programa de pós graduação em enfermagem, sobre as contribuições das competências empreendedoras para a formação e desenvolvimento profissional de enfermeiras (os).
Resultados A formação oportunizada e interação pelos participantes, estimulou o debate para as perspectivas inovadoras e colaborativas na formação na saúde. Tornou-se possível problematizar a formação em enfermagem, delineada às demandas emergentes para a saúde das populações, em meio aos desafios com os avanços tecnológicos e persistência de questões interseccionais frente aos determinantes da saúde, bem como a necessidade de se pensar em novos caminhos que possibilitem autonomia e fortalecimento da profissão.
No contexto formativo, a figura docente, por vezes, representa estímulo de mediação para aprender e ensinar, ainda que a significância do ensino-aprendizagem seja objeto principal de quem pretende estar em formação. No âmbito da saúde, competências como tomada de decisão e resolução de problemas podem ser vistas como essenciais nos modelos organizacionais estruturados em sistemas de saúde. Contudo, é na busca intelectual, por meio do aparato científico e associação de evidências seguras e críticas, que se evidenciam subsídios com eficiência.
Aprendizado e Análise Crítica Refletir sobre a enfermagem em sua constituição epistemológica, permite identificá-la como uma ciência prática, aplicada em diversos contextos, que, por meio dos seus processos, estimula cuidados autônomos e colaborativos, principalmente a atenção centrada na pessoa. Ademais, assume protagonismo no direcionamento dos sistemas e serviços de saúde públicos e privados, no sentido de fortalecer o âmbito da gestão em saúde, a estruturação de políticas de saúde e a inter-relação em equipes. A enfermagem é uma ciência que permite a sistematização dos saberes próprios, os quais se disciplinam e diferenciam a um elevado nível. É por meio da capacidade criativa, reflexiva e transformadora que a aprendizagem é estimulada, de modo contínuo e inacabado.
Compreender a formação para o empreendedorismo, desde a adoção de medidas de autocuidado e prevenção da saúde, bem como o desenvolvimento de hábitos individuais e coletivos, é fundamental e relaciona-se com a responsabilidade de proporcionar uma formação em enfermagem pautada pelas necessidades sociais.
Referências Fleury MTL, Fleury A. Construindo o conceito de competência. Rev adm contemp [Internet]. 2001;5(spe):183–96. Available from: https://doi.org/10.1590/S1415-65552001000500010
Le Boterf, G. De la compétence - essai sur un attracteur étrange. In: Les éditions d'organisations. Paris: Quatrième Tirage, 1995.
QueiróS PJP. Enfermagem, História e Epistemologia. Rev. baiana enferm. [Internet]. 22 de maio de 2023 [citado 6º de agosto de 2023];37. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/enfermagem/article/ view/53774
Fonte(s) de financiamento: Fomento da Bolsa , doutorado-cotas, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB)
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