Roda de Conversa

04/11/2024 - 17:20 - 18:50
RC8.7 - Perpectivas da Graduação: Contribuições para a Formação em Saúde

49132 - DESAFIOS DA APLICAÇÃO DE METODOLOGIAS ATIVAS NA GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
LUANA LARISSA COSTA FRANCA - UPE/UEPB, RAYSSA BURITY DE FARIAS SILVA - UEPB, EDWYRGENS DANUZA VENTURA MENEZES - UPE/UEPB, RAYLI MARIA PEREIRA DA SILVA - UPE/UEPB, JULIANA CARNEIRO DE ALMEIDA - UPE/UEPB, JÉSSICA KELLY RAMOS CORDEIRO - UPE/UEPB, JAIRO PORTO ALVES - UPE/UEPB, OLGA BENÁRIO BATISTA DE MELO CHAVES - UPE/UEPB, JULIANA NUNES WANDERLEY - UEPB, CLAUDIA SANTOS MARTINIANO SOUSA - UEPB


Contextualização
Segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) o estágio de docência compõe a formação do pós-graduando, objetivando a preparação para a docência e a qualificação do ensino de graduação (Brasil, 2010). Sendo assim, a pós-graduação é o lócus de excelência para a formação do professor universitário, que por meio do Estágio de Docência contribui para a aprendizagem da docência e se deve se constituir um espaço para reflexão crítica da prática de ensino e pesquisa (Galvão et al., 2023).
Tem-se por proposta apresentar reflexões do estágio de docência desenvolvido por uma discente do curso de mestrado. Serão apresentados os contextos de aprendizagem, objetivando os desafios da aplicação de metodologias, vivenciadas durante atividades desenvolvidas na disciplina de Didática Aplicada à Enfermagem, ministrada a discentes do 6º período do curso de enfermagem da UEPB.
Nesse componente curricular são desenvolvidos temas como: Tendências pedagógicas da educação; procedimentos e técnicas de ensino; metodologias de ensino-aprendizagem; avaliação do processo ensino-aprendizagem, entre outros.
Destaca-se que neste programa de pós-graduação, o estágio de docência é uma atividade curricular obrigatória, o tempo exigido pelo programa corresponde a no mínimo um semestre e é supervisionado por um professor obrigatoriamente, neste caso, a orientadora da mestranda.


Descrição da Experiência
Como mencionado anteriormente, o componente curricular do estágio docência foi Didática Aplicada à Enfermagem, que tem entre os conteúdos da ementa, as tendências pedagógicas e as metodologias de ensino aprendizagem, inclusive as metodologias ativas.
No primeiro encontro a professora apresentou à mestranda ao componente curricular de graduação que ministrava no curso de enfermagem, sugerindo que o estágio de docência da pós-graduanda se desenvolvesse a regência de algumas de aulas intercaladas ao longo do semestre.
As atividades de planejamento antecederam o início das aulas, na qual a professora repassou a forma como vinha sendo desenvolvidas as atividades da disciplina, definindo quais aulas e atividades e suas respectivas metodologias que seriam ministradas pela mestranda. Dessa forma, a pós-graduanda fez uso de estratégias de aprendizagem como quis e tempestade de ideias além de fazer o uso das avaliações para estimular o diálogo com os discentes, além de avaliação de atividades solicitadas pela professora.
Uma das atividades propostas aos discentes como etapa da avaliação contínua, foi a realização de micro-ensino pelos mesmos, com livre escolha do tema da aula e da metodologia de ensino. A despeito das aulas ministradas sobre as tendências pedagógicas e seu impacto no ensino, e das metodologias ativas, todos os discentes utilizaram metodologia tradicional de ensino.


Objetivo e período de Realização
Este trabalho teve por objetivo análisar os desafios encontrados para o uso de meotodologias ativas em uma turma de graduação por meio de um estágio de docência do curso de mestrado.
O período de vivência deu-se entre agosto de 2023 a novembro de 2023.


Resultados
Apesar da aquisição do conhecimento e da experiência com as metodologias ativas no componente curricular, e muito possivelmente em outros componentes do curso, e ainda pelo discurso assumido pelo discentes ao debaterem essa temática, de que preferem as metodologias ativas em detrimento das metodologias tradicionais, os mesmos adotaram como prática, o ensino tradicional, que segundo Teixeira e Barca (2019), tem centralidade no professor, haja vista que é ele quem pensa, planeja e avalia o processo de forma unilateral, tendo os alunos como recipientes vazios a serem preenchidos pelo conhecimento do professor., Masetto (2015) corrobora quando diz que é comum na maioria das instituições, o professor ter o papel de transmitir informações.
Vale ressaltar o cuidado da professora ao direcionar as discussões dessas aulas contribuindo para o desenvolvimento da criticidade e reflexões dos discentes. Também houve a efetividade nas participações da mestranda nos debates levantados em sala, visto que também participava das aulas ministradas pela professora, dessa forma podendo levantar contribuições baseadas nos estudos teóricos desenvolvidos no curso do mestrado.


Aprendizado e Análise Crítica
Nessa experiência foi possível constatar que os discentes tiveram dificuldade de construir e executar seus planos de ensino tomando como base as metodologias ativas. Ressalta-se que os discentes trazem consigo concepções já formadas do modelo tradicional, dessa forma restringindo o processo de ensino que por sua vez necessita de mudanças (Mesquita; Meneses; Ramos, 2016). De acordo com Bulgraen (2010), estudantes e docentes devem usufruir de novos aprenderes, compreendendo os novos paradigmas da educação, de uma forma que os próprios discentes consigam diferenciar as perspectivas das questões da saúde e do modo de atuar enquanto profissional professor.
Dessa forma, concordando com Masetto (2015), o docente não pode ser a única fonte de conhecimento, assim trazendo a importância das metodologias ativas em que o professor deixa de ser transmissor e passa a ter o papel importante de mediador, que para Rocha (2005), essa mediação permite a apropriação do mundo pelos sujeitos.
Assim também, Carvalho e Gil-Pérez (2011) destacam a importância da inserção de estudantes que almejam a docência ainda na graduação e de pós-graduandos que já optaram pelo ensino, no ambiente de sala de aula enquanto educadores, visto que possibilita a identificação de problemas e pormenores da sala de aula, além de viabilizar reflexões e análises da realidade acadêmica.


Referências
Brasil. Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Portaria n° 76 de 14 de abril de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 19 abr. 2010
Bulgraen VC. O papel do professor e sua mediação nos processos de elaboração do conhecimento. Revista Conteúdo, Capivari, v.1, n.4, p.30-38, 2010
Carvalho AMP, Gil-Pérez D. Formação de professores de ciências: tendências e inovações. São Paulo: Cortez,2011
Galvão FNS et al. O estágio de docência e os saberes docentes para o ensino superior. Debates em Educação. Maceió. Vol.15 Nº. 1.2023
Masetto MT. Competência pedagógica do professor universitário. 3.ed. São Paulo: Summus,2015
Mesquita SKC et al. Metodologias ativas de ensino/aprendizagem: dificuldades de docentes de um curso de enfermagem. Trab. Educ. Saúde, Rio de Janeiro, v.14 n.2, p.473-486, maio/ago.2016
Rocha MSPML. Não brinco mais a (des)construção do brincar no cotidiano educacional. Rio Grande do Sul: Ed. Unijuií, 2005

Fonte(s) de financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES


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