Roda de Conversa

04/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC8.3 - Apoio e Formação no paradigma da Educação Permanente

54120 - O NÚCLEO DE EDUCAÇÃO PERMANENTE E O PROCESSO EDUCATIVO EM GESTÃO NA SAÚDE
PALOMA ROBERTA DINIZ - UFRN, MAURA ROBERTA GUILHERME DE LIMA LUDUVICO - SESAP/RN, FRANCISCA IRANEIDE DA COSTA SILVA - UFRN, RITA DE CÁSSIA MUNIZ CUNHA - SESAP/RN, JOÃO MARCOS DA SILVA LIMA - SESAP/RN, JOSÉ JAILSON DE ALMEIDA JÚNIOR - UFRN


Contextualização
A inserção dos estudantes nos espaços do trabalho em saúde oportuniza a vivência do cenário do mundo do trabalho por meio da vivência do processo de trabalho. No âmbito dos espaços de gestão dos SUS ainda é pouca a oferta de experiências de formação por meio de oportunidades extracurriculares. Nesse sentido, a presença de estudantes por meio de programas de estágios potencializa os espaços de gestão do SUS como espaços pedagógicos.
Atrelado a isso, a Educação Permanente em Saúde (EPS), inserida pelo Ministério da Saúde como uma política de saúde no Brasil por meio das Portarias nº 198/2004 e nº 1.996/2007, tem como objetivo nortear a formação e qualificação dos profissionais inseridos nos serviços de saúde em consonância com a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) que tem como objetivo fortalecer a Atenção Básica (AB) entendida como principal porta de entrada e comunicação das Redes de Atenção à Saúde (RAS), sendo responsável por coordenar o cuidado na Atenção à Saúde.
A integração dos estudantes no campo da EPS oportuniza desenvolver habilidades no planejamento e gestão de ações de qualificação de profissionais, trabalhadores e gestores da saúde nas áreas técnicas de interesse do Sistema Único de Saúde (SUS).


Descrição da Experiência
Trata-se de um estudo de método descritivo, qualitativo, do tipo relato de experiência acerca das vivências do programa de estágio não obrigatório da Secretaria Estadual de Saúde (SESAP/RN), no Núcleo de Educação Permanente em Saúde (NUREPS), em Santa Cruz, interior do Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.
O processo educativo foi desenvolvido pelo NUREPS, com a participação de estagiárias do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em conjunto com os preceptores do programa e equipe técnica da 5º URSAP acerca das ações em Educação na Saúde como ferramenta estratégica de gestão de pessoas. A abordagem se deu com o uso de metodologias ativas de ensino-aprendizagem, co-produzidas com as equipes da APS e planejamento local em parceria com o Departamento de Saúde Coletiva da UFRN, a partir da problematização do processo de trabalho.
Para a realização das rodas de conversa e oficinas com os profissionais, as autoras desenvolveram no ambiente de trabalho métodos didáticos com recursos lúdicos, onde todos os participantes trocam saberes e experiências de suas áreas.
O público-alvo dessa ação foram os Coordenadores de Saúde e profissionais atuantes na Atenção Primária dos 21 municípios que compõem a V URSAP, sendo Santa Cruz o pólo para diversos acessos a serviços de saúde da região.


Objetivo e período de Realização
Este estudo relata as vivências do programa de estágio não obrigatório da Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP/RN), no Núcleo de Educação Permanente, sobre o processo educativo em gestão na saúde, desenvolvido por alunas do curso de enfermagem e referência técnica da 5º Região de Saúde no município de Santa Cruz/RN, entre os meses de janeiro e dezembro de 2023.

Resultados
As ações de planejamento e mapeamento das intervenções foram elaboradas pelas estagiárias e desenvolvidas pela URSAP em apoio com a SESAP/RN, e contou com a participação do Departamento de Saúde Coletiva, para a necessidade de atender as demandas do núcleo de educação permanente e redes de atenção à saúde.
Dentro da temática da problematização, buscou-se articular/dialogar a formação em saúde do processo de trabalho em conjunto com a equipe da Atenção Básica e preceptoria por meio do diagnóstico das fragilidades, nesse sentido, em continuidade aos desafios que demandam dos profissionais, desde questões técnicas a mais subjetivas, foi pensando em identificar as dificuldades e trajetórias dos municípios pertencentes à 5º Região.
Somado aos processos de um sistema de saúde fragmentado, surgiu a motivação de trabalhar ações educativas em torno da Vigilância do Óbito Materno, Infantil e Fetal e das Causas Mal definidas na APS, nos protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas do Diabetes Mellitus e Manejo Clínico das Canetas de Insulinas NPH e Regular no SUS e Hiperdia, além de fortalecer a Política Nacional de Saúde LGBTQIA+ com os profissionais de saúde e comunidade externa.


Aprendizado e Análise Crítica

Atuar no contexto do Núcleo de Educação Permanente desperta para temáticas como, por exemplo, a promoção da saúde e educação permanente em saúde através da integração entre ensino e serviço, embora tenhamos identificado dificuldades na elaboração de um diagnóstico. As práticas desenvolvidas giraram em torno das dificuldades entre os profissionais em explanar para a comunidade os saberes ligados à saúde da população.
Dentre as dificuldades encontradas, destaca-se a não adesão de alguns municípios em participar ou liberar seus profissionais para a ação, assim como, a falta de conhecimento dos trabalhadores do SUS nas atividades de vigilância do óbito, na identificação ao cuidado à gestante, puérpera e criança, na comunicação entre instituições da rede de atenção, no cuidado em saúde como ação de prevenção precoce de doenças crônicas não transmissíveis, e na política de redução da iniquidade.
Como mediadoras, foi possível aprimorar habilidades na comunicação com o objetivo de fortalecer laços de confiança com os participantes e consolidar os ensinamentos acerca das temáticas.
Compreender a importância da EPS no SUS é um importante aprendizado para a vivência de estágio, oportuniza o trabalho em equipe e o fortalecimento das ações de planejamento e gestão das redes de atenção. A V URSAP como cenário de aprendizagem proporciona formação nos diferentes níveis de saúde.


Referências
Brasil, Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436 de 21 de setembro de 2017: Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília: Ministério da Saúde, 2017.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Política de Educação Permanente e Desenvolvimento para o SUS: caminhos para educação permanente em saúde. Brasília, DF: Ministério da Saúde; 2004. 68 p. (Série C. Projetos, Programas e Relatórios).
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Educação Permanente como ferramenta estratégica de gestão de pessoas – Experiências exitosas da cooperação entre a Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz / Ministério da Saúde, Secretaria-Executiva – Brasília : Ministério da Saúde, 2018.


Realização:



Patrocínio:



Apoio: