04/11/2024 - 13:30 - 15:00 RC8.3 - Apoio e Formação no paradigma da Educação Permanente |
51178 - O PROCESSO DE TRABALHO DO SANITARISTA NO APOIO INSTITUCIONAL EM UMA USF: DESAFIOS E POTENCIALIDADES, UM RELATO DE EXPERIÊNCIA ANDRÉA LAURA ANDRADE MOREIRA - FUNDAÇÃO ESTATAL SAÚDE DA FAMÍLIA FESF SUS, DEBORA MOURA PASSOS - FESF/SUS, TAYNARA DIAS SIMÕES - INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA - ISC/UFBA, ORLANDO MARCOS FARIAS DE SOUSA - DIVISA/SUVISA
Contextualização O Apoio Institucional desempenha um papel fundamental na democratização da gestão, visto que há um grande desafio em aproximar gestão e trabalhadores possibilitando maior participação das equipes de saúde e das comunidades nos processos decisórios da gestão em saúde. Uma proposta da Fundação Estatal da Saúde da Família- (FESF-SUS) no Programa de Residência Multiprofissional em parceria com a Fiocruz, introduziu o Sanitarista na função de Apoio Institucional dentro de uma Unidade de Saúde da Família, contribuindo para a reorientação do modelo assistencial a partir da Atenção Básica de Saúde e com um modelo de formação que fomenta o protagonismo e autonomia do residente. A residência com a presença do Sanitarista na função de Apoio Institucional na USF é algo inovador, visto que o Apoio Institucional de municípios fica localizado no nível Distrital. O Sanitarista trabalha com uma perspectiva crítica e um olhar sensível voltado para o território. Este profissional pode realizar a produção de encontros com as equipes das unidades de saúde a fim de colocar em análise os problemas e questões no campo da gestão e da condução dos processos decisórios, para diminuir a fragmentação do processo de trabalho e a distância da gestão.
Descrição da Experiência A experiência se passa dentro de uma Unidade de Saúde da Família. Como base a cartilha da APS foi desenhada a minha trajetória dentro da USF na função de Apoio Institucional, direcionando o meu processo de trabalho. Me deparei com alguns desafios ao tempo que descobrir inúmeras potencialidades entendendo meu lugar, por vezes desconhecido e invisibilizado. Dentro das atividades que geraram produtos significativos ao longo dessa trajetória enquanto Apoio Institucional estão: Articulação de rede com ações intersetoriais, mediações de conflitos nas relações interpessoais, implantação de modelos de acolhimento, atividades de educação em saúde com salas de espera, Educação Permanente com as equipes de saúde e Agentes comunitários de Saúde - ACS, organização de processo de trabalho interno, Uso de Sistema de Informação de saúde implementando o PEC/e-sus, com coleta de dados gerando informações de saúde no âmbito distrital, dentro da unidade e produção das equipes de saúde, implementação e monitoramento do Programa Previne Brasil como novo modelo de financiamento da ABS orientador do processo de trabalho da equipe multiprofissional, fomentando oficinas de planejamento das ações e discussões. Estivemos no apoio administrativo, e na territorialização contribuindo cada vez mais para o fortalecimento do SUS local.
Objetivo e período de Realização Descrever a experiência de uma residente sanitarista na função do Apoio dentro de uma Unidade de Saúde da Família-USF como estratégia de qualificação da Atenção Primária à Saúde, identificando desafios no processo de trabalho e as potencialidades desse profissional como Apoiador Institucional. O período de realização deste trabalho foi de março de 2021 a fevereiro de 2022.
Resultados A sanitarista desenvolveu apoio às equipes no que tange a análise da situação de saúde do território, Planejamento e monitoramento das ações, articulação de rede, Educação Permanente; apoio a gerencia no monitoramento da produção das ACS, fluxos de vacinação, Acolhimento; articulação com Apoio Institucional do município para monitoramento dos indicadores do Previne Brasil, e também contribuiu com organização do processo de trabalho em contexto pandêmico a exemplo de reorganização de fluxos de acolhimento e notificação compulsória.
Aprendizado e Análise Crítica A residência com a presença do Sanitarista na função de Apoio Institucional na USF é algo inovador, visto que o
Apoio do município era localizado no nível Distrital. O Sanitarista trabalha com uma perspectiva crítica e um olhar sensível voltado para o território. Espera se que o profissional tenha determinadas expertises para atuar na atenção integral à saúde dos sujeitos, famílias e coletividades, de forma interdisciplinar e intersetorial; atuar com competência em serviços de Atenção Básica. Surgiram dificuldades que impactaram o processo de trabalho enquanto Apoio, mas foi possível vislumbrar o quanto a presença desse profissional neste espaço tem uma grande importância geral para a qualificação da APS. Que este relato incentive a contratação de profissionais Sanitaristas para a função de Apoio Institucional na APS, contribuindo cada vez mais para o fortalecimento do SUS local.
Referências BERTUSSI, Débora Cristina. O Apoio matricial rizomático e a produção de coletivos na gestão municipal em saúde. 2010. 234 f. Tese de Doutorado (Pós-Graduação em Clínica Médica) Faculdade de Medicina, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2010.
Campos GWS. Um método para análise e cogestão de coletivos. A constituição do sujeito, a produção de valor de uso e a democracia em instituições: o método da roda.
Cunha GT, Campos GWS. Método Paidéia para cogestão de coletivos organizados para o trabalho. Org Demo 2010; 11(1):31-46
Fernandes JA, Figueiredo MD. Apoio institucional e cogestão: uma reflexão sobre o trabalho dos apoiadores do SUS Campinas. Physis 2015; 25(1):287-306.
Fonte(s) de financiamento: Não
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