Roda de Conversa

06/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC4.25 - Compondo a complexidade da Gestão do Cuidado e Qualidade nas Redes de Atenção à Saúde (Outros temas) (2)

50870 - UNIDADES MÓVEIS DO PROGRAMA VEM SAÚDE: AMPLIANDO O ACESSO A SAÚDE DA POPULAÇÃO
FABIANA SALES VITORIANO UCHOA - UECE; SMS FORTALEZA, NATÁSSIA LOPES CUNHA GUERRA - SMS FORTALEZA, ROBERTA DUARTE MAIA BARAKAT - UECE, NAARA RÉGIA PINHEIRO CAVALCANTE - UECE, CAMILA MARIA TEIXEIRA DOS SANTOS - UECE, SAMANTHA ALVES FRANÇA COSTA - UECE, ROSANNA DA SILVA FERNANDES RIBEIRO - UECE, THEREZA MARIA MAGALHÃES MOREIRA - UECE


Contextualização
O acesso aos serviços de saúde é um desafio para a Atenção Primária à Saúde (APS), a violência e barreiras geográficas têm impactado diretamente na saúde das pessoas mais vulneráveis. No Brasil, embora o Sistema Único de Saúde (SUS) tenha no seu arcabouço, a igualdade no acesso e a garantia da equidade, ainda se observa traços de iniquidade em saúde, resultando em grandes desigualdades para a população, restringindo o acesso aos serviços essenciais de saúde. Diante disso, os grupos vulneráveis são os que cada vez mais são expostos a condição de desigualdade (DANTAS et al. 2021). O acesso na APS de acordo com Starfield(2004) pode ser relacionado com as diversas possibilidades de acessar os serviços de saúde, compreendidos desde a localização da unidade de saúde, a disponibilidade dias e horário em que a unidade atende, bem como a possibilidade de atendimento a consultas não-agendadas, até o olhar que a população tem em relação a adequabilidade do acesso. De acordo com Assis e Jesus (2012) as desigualdades de acesso caracterizam-se como um dos principais problemas a serem enfrentados para a efetivação do SUS. Apesar da fragilidade do acesso aos serviços de saúde, é possível garantir ao cidadão, o acesso universal e equitativo como construção social no atendimento às necessidades da população.

Descrição da Experiência
O trabalho relata a experiência do Programa Vem Saúde, com a aquisição de unidades de saúde móveis, lançado no segundo semestre de 2023 na tentativa de aproximar e ampliar o acesso aos serviços de saúde a população. As unidades móveis são compostas por equipes de saúde que percorrem os territórios de Fortaleza, desde o segundo semestre de 2023, realizando atendimentos médicos, de enfermagem e de saúde bucal, coletas laboratoriais, além de realizar outras ações em parceria com as equipes de saúde da família do território, de acordo com a necessidade e estrutura do local. A escolha dos territórios é definida de acordo com os seguintes critérios: dificuldade de acesso da população devido a barreiras sociais nos territórios vulneráveis, dificuldade de acesso da população devido a “vazios assistenciais”, dificuldade de imóveis para o dimensionamento das equipes de saúde nas áreas dos postos de saúde em manutenção e/ou em requalificação e suporte para atendimento pediátrico no período de sazonalidade. O Programa é composto por 6(seis) carretas, sendo 3 (três) carretas móveis em apoio a postos em requalificação e manutenção, 1 (uma) Carreta Pediátrica com suporte no período Sazonal localizada no Hospital da Criança de Fortaleza (HCF) e 2(duas) carretas itinerantes que percorrem os territórios mais vulneráveis de Fortaleza.

Objetivo e período de Realização
Apresentar a experiencia do ˜Programa Vem Saúde˜ que amplia o acesso à saúde da população mais vulneráveis. O Programa foi implantado no Município de Fortaleza em outubro de 2023. Os dados coletados foram referentes até o mês de maio de 2024.

Resultados
O Programa já atendeu a 28 bairros do município e realizou até maio de 2024: 68.049 consultas, 115.871 procedimentos e 78.609 exames laboratoriais. Com a implantação do Programa foi possível mensurar um aumento no acesso às consultas, procedimentos e exames a população mais vulnerável, que comumente não tem acesso aos serviços de saúde, principalmente devido à violência nos territórios, diminuiu a distância geográfica aos postos de saúde de origem e diminuiu o tempo de espera das crianças classificadas pelo Protocolo de Manchester “verde e azul” que procuram o Hospital da Criança de Fortaleza (HCF) nos meses de sazonalidade de doenças respiratórias e doenças febris, incluindo as arboviroses.

Aprendizado e Análise Crítica
A implantação das Unidades Moveis nos territórios, por meio do Programa Vem Saúde, facilitou o acesso da população a ações de promoção à saúde, intensificou o acompanhamento do controle das doenças não transmissíveis, como hipertensão e diabetes, atendimento de pré-natal em gestantes faltosas, detecção precoce de gravidez, ampliação da consulta odontológica em grupos prioritários e vinculação dos usuários ao posto de saúde de origem, promovendo a integralidade do cuidado em saúde possibilitando o enfrentamento às iniquidades no acesso e oferta dos serviços de saúde. Apesar da fragilidade do acesso aos serviços de saúde, iniciativas inovadoras ,possibilitam garantir ao cidadão, o acesso universal e equitativo como construção social no atendimento às necessidades da população.


Referências
ASSIS, Marluce Maria Araújo; JESUS, Washington Luiz Abreu. Acesso aos serviços de saúde: abordagens, conceitos, políticas e modelo de análise. Ciênc Saúde Coletiva 2012; 17(11); 2865-75. http://doi.org/10.1590/S1413-81232012001100002
DANTAS, Marianny Nayara Paiva; SOUZA, Dyego Leandro Bezerra de; SOUZA, Ana Mayara Gomes de; AIQUOC, Kezauyn Miranda; SOUZA, Talita Araujo de; BARBOSA, Isabelle Ribeiro. Fatores associados ao acesso precário aos serviços de saúde no Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia. Revista Brasileira de Epidemiologia. v. 24, p.1-13, 2021.
STARFIELD, Bárbara. Atenção Primária Equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. 2Ş Edição. Brasília: Ministério da Saúde; 2004.


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