51282 - AVANÇOS E DESAFIOS DA VIGILÂNCIA DO CÂNCER INFANTO-JUVENIL NO ESTADO DE MATO GROSSO MARIANA ROSA SOARES - UFMT, PABLO CARDOZO ROCON - UFMT, AMANDA CRISTINA DE SOUZA ANDRADE - UFMT, NOEMI DREYER GALVÃO - UFMT, WANDERLEI ANTONIO PIGNATI - UFMT
Apresentação/Introdução O Brasil tem avançado nas políticas públicas de combate ao câncer, por meio da ampliação do acesso ao diagnóstico precoce, tratamento oportuno e cuidado integral. No entanto, desafios como o acesso e uso eficiente dos sistemas de informação, se apresenta como importante barreira diante dos avanços mencionados. Os cânceres infanto-juvenis, no panorama nacional, são de difícil monitoramento, tendo em vista lacunas existentes nos sistemas de informação. A qualidade da informação em saúde bem como o seu acesso por gestores e pesquisadores é condição sine qua non para o planejamento, gestão, organização do financiamento e da vigilância voltados ao combate e controle do câncer em nível populacional.
Objetivos Descrever os aspectos metodológicos e operacionais para o fortalecimento dos sistemas de informação em saúde para a vigilância do câncer infanto-juvenil em Mato Grosso no período de 2001 a 2018.
Metodologia O projeto “Vigilância do Câncer e seus fatores associados: atualização do registro de base populacional e hospitalar (VIGICAN)” no Estado de Mato Grosso, uma parceria de instituições públicas, foi desenvolvido a partir de um projeto de extensão, que atualizou os dados dos Registros de Câncer de Base Populacional (RCBP) de Mato Grosso, e estão disponíveis na página eletrônica do Sistema de Registro de Câncer de Base Populacional (BasepopWeb), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Os dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) foram disponibilizados pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT). Adicionalmente, foram coletados dados primários em prontuários de pacientes com câncer infanto-juvenil no hospital de referência do estado.
Resultados e Discussão De 2001 a 2018 foram registrados 1.915 casos novos e 796 óbitos por câncer infanto-juvenil, sendo os mais incidentes as leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas. Ambos indicadores apresentaram maiores proporções na faixa etária de 15 a 19 anos, 28,25% e 30,78%, respectivamente. Dos casos novos, 45,17% referiram raça/cor parda, seguido de branca (32,17%). Em relação ao sexo, o masculino foi maioria para casos novos (53,89%) e para os óbitos (56,53%). Identificamos que um dos principais desafios para o uso dos dados secundários de incidência e mortalidade, trata-se da incompletude em algumas variáveis, como por exemplo, raça/cor e morfologia pelo grupo de diagnóstico. Outro importante desafio encontrado, é a capacitação permanente dos trabalhadores(as) das fontes notificadoras do RCBP (instituições que prestem assistência em câncer dentro da área de cobertura do registro) e SIM, com informações importantes para a vigilância do câncer, a fim de fortalecer as políticas públicas para esse público, a fim de reduzir as iniquidades em saúde.
Conclusões/Considerações finais O estado de Mato Grosso tem avançado na vigilância do câncer infanto-juvenil, com a atualização da série histórica do registro de base populacional e a coleta de dados primários. Ou seja, estudos como esse indicam a importância da integração de dados primários e secundários a fim de garantir a complementaridade das informações e o monitoramento dos indicadores de saúde em diferentes cenários de exposição, a fim de que os dados possam ser compartilhados entre diferentes instituições e esferas governamentais. Além disso, é importante promover a capacitação de profissionais de saúde e gestores públicos para o uso adequado dessas informações no planejamento e monitoramento das políticas de saúde voltadas para a saúde infanto-juvenil.
Referências Santos Júnior CJ, Romão CMSBR, Alves MJRG et al. Características clínico-epidemiológicas do câncer infantojuvenil no estado de Alagoas, Brasil. Rev Med (São Paulo), 97(5):454-60, 2018.
Instituto Nacional de Câncer (INCA). "Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer no Brasil". Disponível em: https://www.inca.gov.br/publicacoes/politica-nacional-para-prevencao-e-controle-do-cancer-no-brasil. Acesso em 10 de maio de 2024.
Silva DB. Epidemiologia e diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil. Sociedade Catarinense de Pediatria. Documento Científico, 2021. Disponível em: http://www.scp.org.br/wp-content/uploads/2021/09/dc-epidemio-e-diag-precoce-ca-infantojuvenil.pdf. Acesso: 10 de maio de 2024.
Oliveira JC de S, Azevedo EFS de, Caló R dos S, et al. Registros Hospitalares de Câncer de Mato Grosso: análise da completitude e da consistência. Cad saúde colet [Internet]. 2021Jul;29(3):330–43.
Fonte(s) de financiamento: Ministério Público do Trabalho 23ª Região
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