Roda de Conversa

06/11/2024 - 08:30 - 10:00
RC4.21 - Rede de Atenção à Saúde da Mulher

54344 - DIAGNÓSTICO E INÍCIO DO TRATAMENTO DO CÂNCER CERVICAL NO RIO DE JANEIRO, 2013-2022
SAVILLE COUTINHO - UFF, CYNTHIA BOSCHI PINTO - ISC/UFF


Apresentação/Introdução
O câncer do colo do útero (CCU) tem ótimo prognóstico no caso de detecção e tratamento precoces. Políticas públicas nesse sentido vêm sendo desenvolvidas no país desde meados dos anos 80.

Objetivos
Estimar a tendência temporal de diagnósticos de casos de CCU realizados pelo SUS e do intervalo de tempo entre confirmação diagnóstica e início do tratamento em mulheres residentes no estado do Rio de Janeiro (eRJ), entre 2013 e 2022

Metodologia
Estudo ecológico de tendência temporal, utilizando dados do PAINEL-Oncologia (DATASUS), que disponibiliza informação sobre diagnóstico e tratamento oncológico de CCU. Informações populacionais foram obtidas do IBGE para o cálculo de taxas de diagnóstico por 100.000 mulheres. Tendências foram analisadas utilizando o modelo de regressão Joinpoint.

Resultados e Discussão
Foram registrados 9.609 casos de CCU entre 2013 e 2022, com taxas de diagnóstico que variaram entre 7,9 (2014) e 15,9/100.000 mulheres (2022). Foi observada tendência de aumento anual de 8,8% (IC95% 6,1-11,5) nos diagnósticos realizados. A média de tempo para início do tratamento, após o diagnóstico de CCU, variou entre 160,2 (2015) e 69,1 dias (2022), evidenciando uma queda anual de 6,5% (IC95% -9,3; -3,6) no período estudado

Conclusões/Considerações finais
Houve aumento importante no diagnóstico de casos de CCU pelo SUS no eRJ, e diminuição expressiva da média de tempo entre diagnóstico e início de tratamento, porém ainda superior aos 60 dias estabelecidos por lei. O aumento dos diagnósticos de CCU pelo SUS pode refletir uma melhora da qualidade dos registros, embasar estratégias de intervenção mais efetivas. A mortalidade por CCU pode ser reduzida com diagnóstico precoce e tratamento oportuno. É crucial que se mantenham esforços contínuos para que a queda no tempo entre diagnóstico e tratamento de CCU se intensifique.

Referências
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Pimple S, Mishra G, Shastri S. Global strategies for cervical cancer prevention Current Opinion in Obstetr Gynecol 2016; 28(1):4-10.
Martins LFL, Almeida LMD, Szklo AS, Szklo M, Thuler LCS, Enes MDFG, Pinheiro RS, Coeli CM. Factors associated with the lack of access to cervical cancer screening test results in the Brazilian unified health system network in the municipality of Rio de Janeiro. Eur J Cancer Prev 2018; 27(4):339-346.
Renna Junior NL, Silva GA. Tendências temporais e fatores associados ao diagnóstico em estágio avançado de câncer do colo uterino: análise dos dados dos registros hospitalares de câncer no Brasil, 2000-2012. Epidemiol Serv Saude 2018; 27(2):e2017285.


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