50736 - MONITORAMENTO RÁPIDO COMO ESTRATÉGIA DE AVALIAÇÃO DA SITUAÇÃO VACINAL DE CRIANÇAS MENORES DE CINCO ANOS. FRANCISCO JEAN DIEGO DE ABREU PAIVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA, FRANCISCO ROSEMIRO GUIMARÃES XIMENES NETO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA, LAYSE FERNANDES QUEIROZ VASCONCELOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, ROSÂNGELA SOUZA CAVALCANTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA, LUÍS MIGUEL FERNANDES DE SOUZA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA, BENEDITA TATIANE GOMES LIBERATO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA, LUIZA JOCYMARA LIMA FREIRE DIAS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, FRANCISCO WILLIAN MELO DE SOUSA - CENTRO UNIVERSITÁRIO UNINTA, MARIA ISABELLE BRITO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA, MARIA CLARA BASILIO DA SILVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA
Contextualização O Programa Nacional de Imunizações (PNI), por meio de ações e estratégias de imunização, nos diferentes entes federados, contribui efetivamente para a melhoria das coberturas vacinais, sobretudo em crianças menores de cinco anos. O acompanhamento da situação vacinal desse público tem a finalidade de verificar quais as vacinas estão de acordo com o calendário de vacinação para a idade, assim como aquelas que estão com doses atrasadas para que elas possam ser administradas em tempo oportuno.
A vacinação é uma medida de saúde pública eficaz para os sujeitos, sobretudo crianças, e sua comunidade. Os benefícios estão associados ao efeito de proteção individual e coletiva para a eliminação e, consequente, erradicação de doenças, bloqueio da circulação de vírus, prevenção de complicações de doenças, melhor educação e maior produtividade (GARCIA, 2022).
Quando as comunidades não convivem com as mortes e/ou incapacidades ocasionadas pelas doenças imunopreveníveis, não entendem os riscos para a saúde dos sujeitos, famílias e comunidades. Há ainda o receio aos efeitos adversos e às notícias falsas sobre os imunobiológicos os quais se sobrepõem aos benefícios e à relevância da vacinação, levando a hesitação vacinal (XIMENES NETO e MARINHO, 2023).
Descrição da Experiência A ação aconteceu no Centro de Saúde da Família de Alto dos Honório, zona rural do município de Cariré, Ceará. Foi dividida em duas etapas, a primeira consistiu na obtenção da relação nominal e na busca dos cartões de vacina das crianças na faixa etária de zero a cinco anos. A segunda etapa foi a checagem dos cartões de vacina junto ao Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI) para identificar quais vacinas estavam em situação de atraso. Para a realização da ação participou o Enfermeiro, a Técnica de Enfermagem e as Agentes Comunitárias de Saúde do território da equipe da Estratégia Saúde da Família (ESF). A meta inicial era a busca de, no mínimo, 25 crianças para avaliação e atualização da situação vacinal, por meio do monitoramento rápido vacinal. No entanto, foram analisados 56 cartões de vacina/cadernetas de crianças menores de cinco anos do território de uma ESF.
Objetivo e período de Realização Avaliar a situação vacinal das crianças menores de cinco anos do território da ESF por meio da checagem da caderneta de vacinação e do SIPNI e administrar as vacinas que estivessem em situação de atraso. O monitoramento da situação vacinal ocorreu durante os meses de outubro a novembro de 2023.
Resultados Das 56 crianças menores de cinco anos avaliadas, foi identificado que três crianças contavam com o esquema vacinal incompleto, duas com idade de quatro anos e uma com três anos. Destas, três apresentavam a vacina Tetra Viral de rotina aos 15 meses em atraso. A justificativa para o atraso vacinal apresentada pelas mães foi a falta de tempo de ir ao CSF e, esquecimento de vacinar a criança.
No Município de Cariré - CE, os dados sobre as coberturas vacinais no ano de 2023 apresentam o seguinte: as vacinas BCG e Hepatite B evidenciam os valores de 76,6% e 80,85%, respectivamente. Em crianças menores de um ano de idade a vacina Febre Amarela possui uma taxa de 89,36% e em crianças acima de um ano de idade a Tríplice Viral (D1) representa 93,62%. As demais vacinas do Calendário Nacional vacinal apresentam uma cobertura acima de 100%. (BRASIL, 2024)
Aprendizado e Análise Crítica A partir da vivência e dos resultados obtidos, evidencia-se que a realização de busca ativa e checagem dos cartões de vacina de crianças menores de cinco anos é de grande importância para a melhoria da cobertura vacinal. Desse modo, o monitoramento da situação vacinal faz-se relevante como uma estratégia para a diminuição da taxa de abandono vacinal e para melhoria na atualização da caderneta de vacinação das crianças na idade adequada, especialmente naquelas que se encontram com esquema vacinal incompleto que contribui para a eliminação, erradicação e prevenção de doenças imunopreveníveis. A oportunidade de desempenhar esse tipo de ação permite identificar as vulnerabilidades da cobertura vacinal do território da ESF e do município, fornecendo dados para o planejamento e o desenvolvimento de ações eficazes.
A ação foi relevante para o envolvimento e compromisso da equipe da ESF, Enfermeiro, ACS, Técnica de enfermagem e equipe central da Secretaria de Saúde de Cariré. A fragilidade de conhecimento dos pais, mães e responsáveis acerca da importância da imunização de suas crianças é um dos motivos que dificultam a atualização da caderneta de vacinal, e manter bons indicadores de cobertura vacinal nos municípios.
Referências BRASIL. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis.Programa Nacional de Imunizações.
Brasília: Ministério da Saúde; 2024.
GARCIA, E.M. Fatores associados à hesitação materna em vacinar e à situação vacinal de crianças de até dois anos de idade em Araraquara-SP. 2022. Tese - Faculdade de Saúde Pública da USP, São Paulo, 2022.
Ximenes Neto, F. R. G., & Marinho, A. C. C. (2023). CONSTRUÇÃO E UTILIZAÇÃO DE INSTRUMENTO DE ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO PARA VACINAÇÃO DE IDOSOS CONTRA A COVID-19. Arquivos De Ciências Da Saúde Da UNIPAR, 27(3), 1346–1357.
Domingues, C. M. A. S., Fantinato, F. F. S. T., Duarte, E., & Garcia, L. P. (2019). Vacina Brasil e estratégias de formação e desenvolvimento em imunizações. Epidemiologia E Serviços De Saúde, 28(2), e20190223.
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