53287 - COMPETÊNCIAS GERENCIAIS PARA O FORTALECIMENTO DA ATENÇÃO BÁSICA À SAÚDE: PROCESSO DE VALIDAÇÃO DE INSTRUMENTO PARA AVALIAÇÃO DE COMPETÊNCIAS ANA BEATRIZ OLIVEIRA DO NASCIMENTO - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, MARCOS AGUIAR RIBEIRO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA, IZABELLE MONT’ALVERNE NAPOLEÃO ALBUQUERQUE - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ - UVA, CARINA GUERRA CUNHA - SUPERINTENDÊNCIA DA REGIÃO NORTE DA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO CEARÁ, NAYANA CINTIA SILVEIRA - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC, ISABEL CRISTINA KOWAL OLM CUNHA - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO - UNIFESP, FRANCISCA ERANDIELLY LOPES SOUSA - ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA VISCONDE DE SABÓIA - ESPVS
Apresentação/Introdução A Atenção Básica à Saúde (ABS) no Brasil tem sua operacionalização marcada pela Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) e configura-se como porta de entrada preferencial para o Sistema Único de Saúde (SUS) (Brasil, 2017). No decorrer dos anos, vive uma série de desafios, principalmente no que se refere aos modelos de financiamento que fortalecem um tipo de gestão que foge dos princípios e diretrizes que regem a ABS como um instrumento potente e resolutivo.
Marcada por movimentos de resistência, diante de uma perspectiva organizacional, o gerenciamento local das Unidades Básicas de Saúde (UBS) é primordial para garantir o fortalecimento desse nível de atenção, uma vez que há a necessidade de ressignificar a capacidade de coordenação de equipes e processos de trabalho para fomentar uma práxis essencial.
Desta forma, para o gerenciamento é necessário o desenvolvimento de competências que sejam colaborativas para a promoção da integração de conhecimento, habilidades e atitudes, assim, instrumentos de avaliação tem sido criados para fortalecer a esse movimento (Rahmah et al., 2021; Coluci et al., 2015), a validação de um instrumento que avalia competências na Estratégia Saúde da Família (ESF) é fundamentado na necessidade de qualificar a lógica do gerenciamento, que exige o desenvolvimento de competências que superem a lógica do empirismo ainda existente nas práticas.
Objetivos Descrever o processo de validação de um instrumento de competências para o gerenciamento na Atenção Básica à Saúde.
Metodologia Trata-se de uma pesquisa descritiva e metodológica de abordagem quantitativa, com enfoque na validação numa perspectiva nacional do instrumento: Avaliação das Competências Gerenciais na Estratégia Saúde da Família. A utilização deste instrumento busca mensurar o nível de concordância a partir de uma validação nacional sobre tópicos que podem contribuir para a qualificação do gerenciamento na ABS.
Assim, foi aplicado um Círculo Hermenêutico Dialético para os gestores da secretaria municipal de saúde de sobral, gestores de territórios da ESF e os Tutores do Sistema Saúde Escola, a partir disto, construiu-se uma matriz de competências gerenciais que serviu como base para a construção do instrumento de avaliação, desta forma, após a construção dessa matriz, deu-se início ao processo de validação do instrumento.
A primeira etapa do processo de validação foi realizada com pesquisadores experts do Diretório de Grupos de Pesquisa da Cnpq que tinham afinidade significativa com as seguintes temáticas: saúde pública, competências profissionais e ESF. Desta forma, foram selecionados 269 experts, destes, apenas 35 fizeram parte, a segunda etapa teve início após as recomendações.
Resultados e Discussão Foi utilizada a escala likert para organização das alternativas apresentadas no instrumento e divididas em três dimensões: conhecimento, habilidades e atitudes. Para avaliação da consistência interna foi utilizado o valor Alpha de Cronbach e o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) para aprovação.
Neste sentido, o IVC foi utilizado para avaliar a concordância dos juízes quanto a importância dos itens elencados, vale ressaltar que após o cálculo do IVC a pesquisa demonstrou parâmetro aceitável de aprovação, tendo a média de 70% nas três dimensões de competências. A partir disto, foi adicionado no instrumento uma competência específica que trata sobre gestão de pessoas, assim, foram validadas 47 competências e posteriormente sistematizadas para 25 itens que se distribuíam entre as competências de conhecimento, habilidades e atitudes.
É importante enfatizar que os domínios de conhecimentos e atitudes demonstram relevância para que suas competências permanecessem.
O instrumento após a validação foi sistematizado a partir das dimensões macros das competências, assim: Conhecimento tem subdimensões que giram em torno de pontos conceituais, procedimentais e contextuais; Habilidades discute sobre dimensão de gestão, organizacional, planejamento e avaliação, comunicação e social; Atitudes foi definida a partir da demonstração de criatividade e inovação para o trabalho.
Na perspectiva do conhecimento se fortalecem as teorias, conceitos, métodos, processos, políticas, procedimentos e regras, nas habilidades aspectos como tomada de decisão, análise situacional e conhecimento dos processos de trabalho tornam-se necessárias para a efetividade das ações e nas atitudes, a capacidade estratégica nas relações refletem nas ações de iniciativa e atuação frente as necessidades.
Conclusões/Considerações finais O instrumento de avaliação das competências gerenciais mostra-se apto para aplicação, no entanto, é importante ressaltar que a perca significativa dos experts se configura como uma limitação do estudo já prevista.
Apesar das limitações, a validação demonstra a confiabilidade do instrumento para aplicação em pesquisas, neste sentido e diante da ressignificação dos cenários, a ABS vive um momento de transformações, e incorporar profissionais que tenham consigo competências qualificadas para o fazer gerencial é primordial para seu fortalecimento.
Compreender a importância de ressignificar a práxis alinhada a capacidade técnica dos gerentes das unidades básicas de saúde é essencial para os impactos positivos aos processos de trabalhos e alinhamento das estratégias que buscam transformar, e para além disso, desenvolver esses profissionais alinhados a estes aspectos fortalece uma gestão mais resolutiva e consequentemente reflete na capacidade de resistência e luta por uma ABS qualificada.
Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2017.
COLUCI, M.Z., ALEXANDRE, N.M., MILANI, D. Construção de instrumentos de medida na área da saúde. Cien Saude Colet. 2015;20(3):925-36.
RAHMAH, N.M., HARIVATI, T.S., SAHAR, J. Nurses’ efforts to maintain competence: a qualitative study. J Public Health Res. 2021;11(2):2736.
|