Roda de Conversa

05/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC4.16 - Atenção Primária à Saúde (1)

52514 - ATUAÇÃO DA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE NO MONITORAMENTO E CONTROLE DA TUBERCULOSE NO CEARÁ
JULIANA ALENCAR MOREIRA BORGES - SESA - CE, ADRIANA ROCHA SIMIÃO - SESA - CE, TEREZA ODETE DE VASCONCELOS CORRÊA MARTINS - SESA - CE, ⁠SYLMARA CARLOS BRITO DOS SANTOS PITTA - SESA - CE, RENATA OLIVEIRA LEORNE DANTAS - SESA - CE, MARIA ERCELINA CAVALCANTE ALENCAR - SESA - CE, ⁠MÁRCIA LESSA FERNANDES RIBEIRO - SESA - CE, ANA BEATRIZ FERREIRA PINHEIRO - SESA - CE, THAÍS NOGUEIRA FACÓ DE PAULA PESSOA - SESA - CE, ISABEL MARIA NOBRE VITORINO KAYATT - SESA - CE


Contextualização
A tuberculose (TB) ainda é considerada um problema global de saúde pública. Em 2020, estimou-se um total de 9,9 milhões de pessoas (com variação de 8,9 a 11,0 milhões) acometidas pela doença no mundo, o que significa uma incidência de 127 casos por 100 mil habitantes. Calcula-se que, no mesmo ano, 1,2 milhão de pessoas morreram em decorrência da TB.
No Brasil, o "Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose como problema de Saúde Pública", lançado pelo Ministério da Saúde em 2017, é um importante esforço para combater a tuberculose no país, uma doença que continua sendo um desafio de saúde pública. Com metas de redução do coeficiente de incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e de mortalidade para menos de 1 óbito por 100 mil habitantes até o ano de 2030, o Plano busca integrar as três esferas de governo na identificação de estratégias capazes de contribuir para essa redução.
A tuberculose (TB) é uma doença infecciosa grave que continua a ser um desafio significativo para a saúde pública no Brasil, especialmente no estado do Ceará. A Atenção Primária em Saúde (APS) desempenha um papel crucial na detecção, tratamento e controle da TB. Este relato de experiência aborda o processo de elaboração de planos de ação focados no combate à TB no contexto da APS no Ceará.


Descrição da Experiência
O Ceará apresenta altas taxas de incidência de TB, exigindo intervenções eficazes e coordenadas. A APS, por sua capilaridade e proximidade com a comunidade, é essencial para a implementação de estratégias de controle da TB, garantindo acesso ao diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento contínuo dos pacientes.
Monitorar os dados dos pacientes com tuberculose é um desafio para o nível estadual da Atenção Primária à Saúde (APS), visto que, o sistema de informação de notificação e monitoramento desses dados é acompanhado pela Vigilância Epidemiológica estadual. Assim, estabelecer uma relação com a Vigilância Epidemiológica estadual é fundamental para que de fato consigamos intervir na cadeia de transmissão da Tuberculose no Ceará.
A APS tem reuniões quinzenais remotas com as referências da APS no estado, e bimensal as reuniões ocorrem de forma presencial. Assim, reuniões integradas com a participação da Vigilância Epidemiológica favoreceu a elaboração de estratégias em conjunto para o controle da tuberculose.


Objetivo e período de Realização
Organizar os processos de trabalho da APS para monitoramento e avaliação dos indicadores da Tuberculose;
Elaborar plano de ação regional para controle da Tuberculose.

Foi realizada reunião integrada entre Vigilância Epidemiológica e Atenção Primária do nível central e regional da secretaria do estado do Ceará, em março de 2024.


Resultados
A elaboração dos planos de ação seguiu uma abordagem participativa, envolvendo gestores da APS dos níveis regional e central. As etapas incluíram:
1. Diagnóstico Situacional: Coleta e análise de dados epidemiológicos e operacionais sobre a TB no estado, identificando áreas prioritárias e desafios específicos.
2. Capacitação de Profissionais: Treinamento de equipes de saúde da família e outros profissionais da APS em diagnóstico, manejo clínico e estratégias de prevenção da TB.
3. Desenvolvimento de Estratégias: Definição de ações concretas, metas e indicadores de desempenho, com base nas diretrizes nacionais e internacionais de controle da TB.
4. Implantação e Monitoramento: Implementação das ações planejadas e estabelecimento de mecanismos de monitoramento e avaliação contínua.
Assim, as cinco regiões de saúde do estado do Ceará, elaboraram seus planos de ação envolvendo todos os atores que tem relação com a eliminação da tuberculose, desde a APS, vigilância epidemiológica, rede laboratorial, assistência farmacêutica, unidades de saúde hospitalares.


Aprendizado e Análise Crítica
A partir do exercício de reflexão, de monitoramento e análise das potencialidades e fragilidades das equipes nas regiões de saúde, foi possível identificar as reais necessidades dos técnicos para o efetivo monitoramento e tomada de decisão quanto ao controle da tuberculose.
Levantar a temática da tuberculose no estado, foi fundamental para chamar atenção das regiões de saúde para as doenças negligenciadas.A APS como norteadora e ordenadora das redes de atenção à saúde, é fundamental para o controle e eliminação da tuberculose. Uma APS fortalecida permite uma intervenção direta na cadeia de transmissão da tuberculose. Planejar ações de detecção precoce, exame de contatos, acompanhamento e monitoramento dos pacientes em tratamento é fundamental para que tenhamos êxito na melhoria dos indicadores da tuberculose.
A experiência na elaboração de planos de ação contra a TB na APS do Ceará demonstrou a importância de um planejamento participativo e integrado. A mobilização de recursos, a capacitação de profissionais e o envolvimento comunitário são fundamentais para o sucesso das estratégias de controle da TB. Este relato destaca a necessidade contínua de adaptação e inovação para enfrentar os desafios emergentes e melhorar a saúde da população.


Referências
SESA. Secretaria da Saúde do Ceará. Boletim Epidemiológico de Tuberculose, março 2024.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Tuberculose na atenção primária: protocolo de enfermagem / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. – Brasília :
Ministério da Saúde, 2022. 168 p. : il. 1ª. ed. do livro Tuberculose na Atenção Primária à Saúde: Protocolo de Enfermagem. ISBN 978-65-5993-170-5


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