Roda de Conversa

05/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC4.15 - Estudando uma emergência global (Covid-19)

52464 - REDE CEGONHA, ENFERMAGEM E A PANDEMIA DE COVID-19: O QUE APRENDEMOS?
ADRIANO DA COSTA BELARMINO - UECE, RAIMUNDO EDMAR DE SOUSA MENDES FILHO - UNIFOR, MARIA EUNICE NOGUEIRA GALENO RODRIGUES - UECE, PATRÍCIA DE OLIVEIRA BASTOS - UECE, LUIZA JANE EYRE DE SOUZA VIEIRA - UECE, FRANCISCO JOSÉ MAIA PINTO - UECE, ANTONIO RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR - UECE


Apresentação/Introdução
A pandemia de COVID-19 foi a primeira grande crise sanitária do século XXI, que resultou na morte de mais de sete milhões de pessoas e em grandes comprometimentos sociais, em saúde, com os profissionais de saúde e nos sistemas de saúde universais (WHO, 2024; Vasques et al., 2023).
Em saúde materno-infantil, importantes avanços em atenção à saúde através de políticas públicas como a Estratégia Rede Cegonha que obtiveram impacto na redução da morbimortalidade materna e neonatal no Brasil nas últimas décadas sofreram retrocessos significativos com a pandemia, em que novos arranjos organizacionais para promover o cuidado obstétrico e evitar infecções pelo COVID-19 foram desenhados (Pinheiro et al., 2021). As gestantes que desenvolvem esta doença têm maiores chances de um parto pré-termo e de que seu bebê entre em sofrimento fetal, com desfechos negativos como aborto espontâneo, ruptura das membranas e restrição de crescimento intrauterino (MISQUITA et al., 2020; COSTA et al., 2021). Observou-se ainda o óbito materno de gestantes portadoras de COVID-19 (COSTA et al., 2021; COSTA et al., 2021).



Objetivos
Apontar seus principais avanços e fragilidades ressaltadas no momento da emergência sanitária da COVID-19.

Metodologia
Propomos através de um relato reflexivo analisar o período pandêmico e a conjuntura da Estratégia Rede Cegonha neste período. Utilizamos para tal fim documentos, manuais e artigos publicados no período pandêmico de 2020 aos dias atuais. O relato foi construído em maio de 2024.
Os descritores “rede cegonha” and “covid-19” and “políticas” foram utilizados nas bases e repositórios da LiLacs, Scielo, Pubmed e Google Schoolar.
Os critérios de seleção foram que os artigos devem estar alinhados ao objetivo de pesquisa e completos. Não foram utilizados artigos de comentários; revisões; editoriais; cartas ao editor; monografias; dissertações; teses.
Os aspectos éticos foram respeitados, especialmente a resolução 580 de 2018 em relação ao uso de dados e ao referenciamento completo.


Resultados e Discussão
Foram encontrados onze artigos, sendo dois publicados em 2020, três em 2021, quatro em 2022 e dois em 2023. Foram divididos em 3 categorias:

Mudanças e adaptações realizadas no pré-natal e pré-parto.
Os estudos escolhidos apontaram a adoção de estratégias como diminuição de consultas eletivas; atraso no início ou suspensão das consultas de pré-natal, adaptações ambientais como uma sala específica para o atendimento de gestantes sintomáticas; oferta do teleatendimento (BAGGIO et al., 2021; MARANDUBA et al., 2021; ALMEIDA et al., 2022; COSTA et al., 2021; HERCULANO et al. , 2022).

Mudanças e adaptações realizadas no parto e pós-parto
Os serviços passaram por adequações estruturais, onde foi possível a adoção de medidas sanitárias para prevenir contaminação da gestante ou do recém nascido no momento do parto; retirada do acompanhante; dificuldade de acesso a internação; teleatendimento e contrarreferência nas regiões de fronteira; redução da oferta de consultas pós natal (ALMEIDA et al., 2022; RAGAZZO et al., 2022; SILVA et al., 2023; NOVAKOWISKI, BAGGIO e ZILLY, 2023).

Atuação dos profissionais de saúde
O enfermeiro desenvolveu o papel de orientar as gestantes e fluxos de atendimento, se preocupando em criar barreiras para impedir fisicamente a transmissão da referida doença, bem como estruturação de fluxos de atendimento (ALMEIDA et al., 2022; HERCULANO et al., 2022; MISQUITA et al., 2020; SOUZA et al., 2020; MARANDUBA et al., 2021; Souza et al., 2022).


Conclusões/Considerações finais
Apesar de mudanças significativas exigíveis para contenção das infecções por COVID-19 e manutenção do cuidado obstétrico, direitos fundamentais foram violados em mulheres e famílias, que culminaram em riscos em saúde.
Diante de crises sanitárias que se tornam cada vez mais frequentes, é necessário planejamento e gestão nas ações durante emergências em saúde para garantia de direitos fundamentais ao cuidado em saúde materno-infantil.

Referências
Ragazzo et al. Acompanhante no parto e no período pós-parto durante a pandemia de COVID-19: experiência de puérperas. RSD, 2022.
Almeida et al. Do pré-natal ao puerpério: Mudanças nos serviços de saúde obstétricos durante a pandemia da covid-19. Text & Cont Enferm, 2022.
Souza et al. Humanização da enfermagem obstétrica durante a pandemia de COVID-19 em um hospital de referência. Saúd Colet, 2022.
Herculano et al. Vivência dos profissionais de enfermagem em emergência obstétrica de alto risco frente à pandemia da COVID-19. Rev Esc Enferm Anna Nery, 2022.
Novakowiski et al. Atenção puerperal em uma região de fronteira: fragilidades agravadas pela pandemia de COVID-19. Rev Esc Enferm Anna Nery, 2023.
Silva et al. Fatores facilitadores e limitadores da atuação das enfermeiras no controle da COVID-19 na assistência ao parto. Rev Esc Enferm Anna Nery, 2023.

Fonte(s) de financiamento: Nenhuma


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