Roda de Conversa

05/11/2024 - 08:30 - 10:00
RC4.11 - Rede de Atenção Especializada

52459 - EXPERIÊNCIA DA ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO NA ATENÇÃO ESPECIALIZADA EM PEDIATRIA PARA A GESTÃO DO CUIDADO DE ENFERMAGEM
BEATRIZ CAROLINE DIAS - SOCIEDADE BENEFICIENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN (SBIBAE), PAULO ROBERTO MOREIRA DE SOUSA - SOCIEDADE BENEFICIENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN (SBIBAE), CAROLINA CAVALCANTE DA SILVA ALE - SOCIEDADE BENEFICIENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN (SBIBAE), CASSIA SATSUKI ISHIKAWA - SOCIEDADE BENEFICIENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN (SBIBAE), JOACIRA MOTA MATOS SANTOS - SOCIEDADE BENEFICIENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN (SBIBAE), HELOISA FUZITA IONEMOTO - SOCIEDADE BENEFICIENTE ISRAELITA BRASILEIRA ALBERT EINSTEIN (SBIBAE)


Contextualização
Tendo em vista o aumento das condições crônicas complexas de saúde em crianças e adolescentes, dado a mudança do perfil epidemiológico, bem como à necessidade de assistência especializada para esta população, faz-se necessário organizar os serviços para que os assistam de modo equalitário e de acordo com as demandas de cuidado. Sendo assim, Mendes (2011)1 propõe a estruturação do Modelo de Atenção às Condições Crônicas (MACC) com base nos estratos da população, suas necessidades de intervenção e os determinantes sociais de saúde. A estratificação da população permite que sejam identificadas as demandas de cuidados e os recursos específicos necessários para atender as necessidades de cada nicho de cuidado.

Descrição da Experiência
Relato da experiência de um ambulatório de especialidades pediátricas, localizado na zona sul do município de São Paulo/SP, que é responsável por assistir pacientes pediátricos referenciados de 125 Unidades Básicas de Saúde, por meio de vaga regulada. Em 2022, identificou-se a necessidade de identificar o perfil epidemiológico da população atendida pelo referido ambulatório a fim de elaborar os protocolos assistenciais. As especialidades de neurologia e pneumologia demonstraram ter a maior demanda de atendimento do serviço, especificamente para pacientes com diagnóstico e ou investigação diagnóstica para asma, epilepsia e transtorno do espectro autista (TEA). Após a identificação das principais demandas assistenciais da unidade, oficinas com a equipe do PlanificaSUS e de apoiadores da área técnica institucional subsidiaram a construção dos protocolos assistenciais. Tais protocolos foram fundamentados no modelo MACC e adotaram a estratificação de risco como ferramenta de gestão da clínica.

Objetivo e período de Realização
Relatar a experiência do processo de sistematização da estratificação de risco para atendimento de crianças e adolescentes com condições crônicas complexas de saúde de um ambulatório de especialidades pediátricas realizado a partir de agosto de 2022 a março de 2024.

Resultados
A partir da identificação das principais condições de saúdes atendidas pelo serviço, a equipe assistencial composta por médicos especialistas e equipe multiprofissional construíram os protocolos assistenciais de cada Linha de Cuidado, fundamentados nas diretrizes do Ministério da Saúde, com critérios objetivos de apoio diagnóstico, estratificação do risco, vinculação, seguimento e transição do cuidado para a Atenção Primária a Saúde (APS). A estratificação de risco foi realizada de acordo com a particularidade de cada condição de saúde e levou em consideração as características da população assistida, em especial por se tratar de uma população específica e que por vezes vem encaminhada ao ambulatório sem um risco pré definido. Destaca-se que os pacientes inseridos nos protocolos assistenciais são planilhados e monitorados de acordo com suas demandas de cuidados e estratificação de risco.

Aprendizado e Análise Crítica
A sistematização da estratificação de risco de crianças e adolescentes com condições crônicas complexas de Saúde é desafiador, dado a especificidade desta população e escassez de dados epidemiológicos que subsidiem este processo. Ainda, a falta de um prontuário eletrônico integrado e de um sistema de contrarreferência regulado é um dificultador do processo da atenção especializada, pois há uma necessidade de esforço maior para estabelecer os riscos deste paciente e a real necessidade do seguimento especializado – se é para apoio diagnóstico, estabilização do quadro e/ou seguimento compartilhado. Ainda, a extração dos dados é realizada de modo insipiente e manual, sendo necessária a otimização de recursos tecnológicos e ferramentas que proporcione maior agilidade e otimização dos processos de análise e categorização dos dados nos serviços de saúde. (860/1400). Destaca-se que a construção dos protocolos assistenciais e a estratificação de risco dos pacientes assistidos são fundamentais para organizar o processo assistencial do serviço e sua atuação em rede, o que favorece a equidade do acesso ao serviço e oferta do cuidado especializado de saúde à crianças e adolescentes com condições crônicas complexas

Referências
Mendes, EV. As redes de atenção à saúde. / Eugênio Vilaça Mendes. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2011. 549 p.: il.
Marques FRDM, Pires GAR, Santos JLGD, Baldissera VDA, Salci MA. The Chronic Care Model and its implications for Specialized Outpatient Care. Rev Bras Enferm [Internet]. 2023;76(1):e20210315.
Brasil. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Planificação da Atenção Primária à Saúde nos Estados / Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS, 2011.
Brasil. Publicação do DIÁRIO OFICIAL: Ministério da Saúde (BR), Gabinete do Ministro. Portaria Nº 1.604, de 18 de outubro de 2023. Institui a Política Nacional de Atenção Especializada em Saúde (PNAES), no âmbito do Sistema Único de Saúde. Brasília-DF, 2023.

Fonte(s) de financiamento: Financiamento próprio


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