04/11/2024 - 17:20 - 18:50 RC4.8 - Educação em saúde |
51839 - A PARTICIPAÇÃO POPULAR NO PROCESSO DE MELHORIA DE ATENDIMENTOS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA. ERLANE BRUNNO CUNHA FERREIRA - UFC, TIAGO ARAÚJO MONTEIRO - UFC, KELVYANE FONSECA CORDEIRO - UECE, ANA MARIA SAMPAIO COELHO - UECE, MARIA ELIANE ANDRADE DA COSTA - UECE, DANIELE ROCHA DE FARIAS - UECE, NIOBE GUIMARÃES FERNANDES - FIOCRUZ, SILVANA MARIA ARAUJO COELHO - UFC, MARIA ISLÂNDIA FERREIRA DE SOUSA - UECE
Contextualização Os atendimentos de saúde realizados na Estratégia de Saúde da Família (ESF) ocorrem principalmente por meio de agendamentos, em que os pacientes são agrupados conforme preconizado em programas de saúde pública, como hiperdia, pré-natal e puericultura. Entretanto, existe também a demanda espontânea, que contempla pacientes que não estão agendados e que apresentam necessidades de cuidados de saúde no momento de busca pela Unidade Básica de Saúde. Equilibrar o cumprimento da agenda programada e realização de atendimentos de demanda espontânea se evidencia uma tarefa desafiadora para a ESF, sendo necessário exímia organização da equipe para efetivá-las. Nesse processo de reestruturação, a Política Nacional de Atenção Primária conta com uma diretriz que pode contribuir significativamente com uma perspectiva mais ampla de distintos desafios vivenciados no Sistema Único de Saúde: a participação popular. Em decorrência disso, torna-se relevante discutir com a população estratégias para melhorar e aprimorar serviços de saúde ofertados pela Estratégia de Saúde da Família não só com gestores e profissionais da saúde, mas também com quem vai usufruir de tais serviços.
Descrição da Experiência Na Unidade Básica de Saúde Tabuba, localizada em São Gonçalo do Amarante – CE, observou-se nesse equipamento de saúde rural o hábito de a população chegar para os atendimentos por volta das seis horas da manhã, apesar de os trabalhos da referida unidade iniciarem apenas às 7h30m. A demanda programada se mesclava com a demanda espontânea já no início do dia e a priorização dos atendimentos era por ordem de chegada, exceto em ocorrência de emergências. Esse formato de atendimento gera grande desgaste para os pacientes, uma vez que o tempo de espera se prolonga bastante. Notando-se essa inquietude, foram estabelecidos horários de atendimento de demanda programada, sendo três pacientes agendados por cada bloco de horário para cada um paciente demanda espontânea. Antes de estabelecer essas mudanças, foram realizadas reuniões com toda a equipe de saúde para conscientizar a população acerca de tais mudanças. Foram realizadas reuniões com profissionais de saúde e pacientes para coleta de informações acerca da perpecção da população quanto à nova organização do equipamento de saúde, abordando tempo de espera e satisfação do usuário.
Objetivo e período de Realização Estabelecer a construção e estruturação de demanda mista visando o acolhimento e humanização dos atendimentos dentro da Estratégia de Saúde da Família da Tabuba no período de três meses.
Resultados Os participantes das reuniões relataram redução significativa no tempo de espera, aguardando cerca de até trinta minutos para a consulta, tanto para consultas programadas, quanto para demanda espontânea. Os profissionais da ESF relataram também melhora ao oferecer atenção e cuidados aos usuários, porque os pacientes chegaram aos poucos e quase não se formaram filas.
Aprendizado e Análise Crítica Observou-se que a participação popular representa um relevante fator de contribuição para a melhoria dos serviços de saúde, possibilitando perspectivas distintas daquelas observadas por gestores e profissionais de saúde. A busca por melhorias e crescimento de serviços ofertados por equipamentos de saúde engloba elementos fundamentais da Política Nacional de Humanização: empatia e acolhimento. Esses elementos aliados ao desejo de otimizar a gestão se evidenciam estratégias exímias no crescimento no SUS. Além disso, torna-se necessário fortalecer e estimular que os usuários sejam mais participativos e propositores de mudanças. Diante disso a participação popular é fundamental para aprimorar o cuidado em saúde pois além da identificação de necessidades, promoção da saúde, corresponsabilização, avaliação e monitoramento de serviços prestados ocorre o fortalecimento do controle social buscando o empoderamento da comunidade contribuindo para um sistema de saúde mais inclusivo, eficiente e equitativo.
Referências Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea : queixas mais comuns na Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed.; 1. reimp. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Atenção Básica / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012.
|