Roda de Conversa

04/11/2024 - 17:20 - 18:50
RC4.6 - Rede de Atenção à saúde materno-infantil (2)

52014 - VIVÊNCIAS DOS GERENTES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE EM UM MINICÍPIO CEARENSE NO MONITORAMENTO DOS INDICADORES MATERNO-INFANTIL
ROSÂNGELA SOUZA CAVALCANTE - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA, MARDÊNIA GOMES VASCONCELOS PITOMBEIRA - UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ-UECE, FRANCISCO ROSEMIRO GUIMARÃES XIMENES NETO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA, LAYSE FERNANDES QUEIROZ VASCONCELOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ- UFC, LUÍS MIGUEL FERNANDES DE SOUZA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA, FRANCISCO JEAN DIEGO DE ABREU PAIVA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA, BENEDITA TATIANE GOMES LIBERATO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA, DANIELE TOMAZ AGUIAR FROTA - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA, BENEDITO TEIXEIRA PIRES FILHO - UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAÚ- UVA, FRANCISCO DIOGENES DOS SANTOS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ- UFC


Apresentação/Introdução
A Atenção Primária à Saúde (APS), quando organizada sob a lógica de seus atributos, proporciona um impacto positivo na saúde da população, como por exemplo: maior e melhor acesso aos serviços maior qualidade do atendimento; maior enfoque preventivo; diagnóstico e tratamento precoces de problemas de saúde; e redução de cuidados especializados desnecessários e potencialmente prejudiciais (Sellera et al., 2020).
Nesse sentido, os indicadores de qualidade são considerados ferramentas de gestão que orientam profissionais e gestores a seguirem um caminho que visa a excelência do cuidado, incluindo um processo de avaliação e monitoramento, apontando uma eficiência e eficácia de processos e resultados organizacionais (Baó, 2019).
Para o acompanhamento dos indicadores de qualidade, a gestão da saúde exige gerentes ou gestores cada vez mais aptos a realizar tomada de decisão, de maneira responsável e que os resultados possam apresentar uma modificação da realidade encontrada (Lima; Antunes; Silva, 2015).
Considerando as altas taxas de mortalidade materna e infantil, sobretudo na região Nordeste, este estudo justifica-se pelo interesse em conhecer como acontece o processo de acompanhamento e monitoramento dos indicadores na vivência dos gerentes na APS.


Objetivos
O presente estudo tem como objetivo analisar as percepções dos gerentes de unidades de APS sobre o monitoramento dos indicadores de saúde materno-infantil.

Metodologia
Trata se de uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. O cenário da pesquisa foi o município de Crateús, no Oeste cearense. Foram convidados os profissionais enfermeiros que exercem atividades de gerentes das UAPS, totalizando 21 enfermeiros, porém, quatro profissionais não aceitaram participar, ficando 17 participantes. O período da pesquisa ocorreu de outubro a dezembro de 2022.
Foram respeitadas as determinações da Resolução Nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde (BRASIL, 2012). A pesquisa foi submetida e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Hospital Infantil Albert Sabin. A técnica de coleta de dados deu-se por meio de entrevistas semiestruturadas, com assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).


Resultados e Discussão
Na análise das variáveis socioprofissionais, a maioria, 64,7% é do sexo feminino; 52,95% são solteiros; 41,17% estão entre 36 a 40 anos; 41,17% possuem de 1 a 5 anos de tempo de formação; 94,12% são especialistas e 24,41% apresentam de 1 a 4 anos de tempo de gestão.
Os resultados apresentaram que os gestores demonstram dificuldades no processo de monitoramento dos indicadores materno-infantil por diversos motivos. A falta de um suporte tecnológico que permita o processamento das informações em saúde para o monitoramento dos indicadores materno-infantil é citada pelos gestores. Os discursos apontam que, precisam, sobretudo, do suporte de toda equipe para consolidação das informações, muitas vezes não sendo permitido devido à falta de componentes nas equipes, dentre eles, agentes comunitários de saúde.
Os profissionais das ESF enfrentam desafios diários em seus processos de trabalhos, desde a sobrecarga frente às grandes demandas para atendimentos, como também a escassez de uma estrutura adequada e suficiente para otimizar os atendimentos e os registros das informações, que subsidiarão o processo de monitoramento das equipes e gestores.
Após análise das entrevistas, observa-se que os gerentes conhecem a importância dos indicadores de qualidade. A sustentação dos discursos traduz a licitude dos resultados da pesquisa: [...] eu vejo assim, que os indicadores de saúde, eles têm uma importância na sinalização das nossas ações, são de suma importância pra gente não estar atirando no escuro. [...] (E 10).
Corroborando com esses depoimentos, Baó et al., (2019), enfatizam que os indicadores promovem direcionamento ao cuidado, assim como fomentam melhorias no gerenciamento de boas práticas em saúde, uma vez que caracterizam o perfil do paciente e suas necessidades.


Conclusões/Considerações finais
O monitoramento dos indicadores materno e infantil são de fundamental importância para o processo de gerenciamento das ações em saúde, cabendo ao gerente da UPAS, implementar medidas para o efetivo acompanhamento dos indicadores de qualidade.
Contudo, diante dos achados dessa pesquisa, observa-se que os sujeitos do estudo demonstram dificuldades no processo de monitoramento dos indicadores, na maioria das vezes essa dificuldade é ocasionada devido à falta de suporte gerencial. Percebeu-se uma unanimidade perante os gerentes, em reconhecer que o conhecimento sobre os indicadores de qualidade auxilia no processo de trabalho.
Concernente às suas obrigações legais frente ao processo de gerenciamento dos indicadores espera-se que os municípios, possam sensibilizar-se para a importância de proporcionar condições técnicas aos gerentes das equipes e entender a relação destes processos dentro da Gestão do SUS.


Referências
BAÓ A.C.P; et al. Indicadores de qualidade: ferramentas para o gerenciamento de boas práticas em saúde. Rev Bras. de Enferm., 2019.
BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa do Conselho Nacional de Saúde. 2012a.
LIMA K.W.S; ANTUNES, J.L.F; SILVA,Z.P. Percepção dos gestores sobre o uso de indicadores nos serviços de saúde. Revista Saúde sociedade. São Paulo, 2015.
SELLERA P.E.G. Monitoramento e avaliação dos atributos da Atenção Primária à Saúde em nível nacional: novos desafios. Revista Ciência e Saúde Coletiva. V.25. nº 4.Rio de Janeiro, 2020.

Fonte(s) de financiamento: Próprio


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