Roda de Conversa

04/11/2024 - 17:20 - 18:50
RC4.6 - Rede de Atenção à saúde materno-infantil (2)

50589 - RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE A MORTALIDADE MATERNA NO BRASIL: NECROPOLÍTICA EM CURSO?
MARIA EUNICE NOGUEIRA GALENO RODRIGUES - UECE, ADRIANO DA COSTA BELARMINO - UECE, PATRÍCIA DE OLIVEIRA BASTOS - UECE, ANTONIO RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR - UECE, FRANCISCO JOSÉ MAIA PINTO - UECE


Contextualização
A mortalidade materna é um importante indicador para avaliar a condição de vida das mulheres e as condições de saúde da população. Morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez. É causada por qualquer fator relacionado ou agravado pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Não é considerada morte materna a que é provocada por fatores acidentais ou incidentais (WHO, 2019).
Cerca de 830 mulheres morrem todos os dias por complicações relacionadas à gravidez ou ao parto no mundo. Estima-se que, em 2015, cerca de 303 mil mulheres morreram durante e após a gravidez e o parto. Quase todas essas mortes ocorreram em ambientes com poucos recursos; a maioria delas poderia ter sido evitada (ONU, 2017; OMS, 2022).
As causas associadas a mortalidade materna, sendo as principais: síndromes hipertensivas, hemorragias graves, principalmente após o parto, infecções, complicações no parto ou abortos inseguros (OPAS, 2022).
A mulher negra, pobre, com pouco escolaridade representam os altos índices de morte materna, quando seus direitos são violados e não lhes dão o direito de voz. De não permitir que escolhem o tipo de parto, a presença do acompanhante e criticam sobre sua forma de expressar a dor, não as tratando com respeito nos serviços de saúde (ALMEIDA, 2018).


Descrição da Experiência
Relato de experiência desenvolvido a apartir do Doutorado em Saúde Coletiva na disciplina de Seminário Crítico de Pesquisa Social no ano de 2023 do Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva da Universidade Estadual do Ceará.
A disciplina comtemplava discussões acerca das muitas temáticas importantes para formação crítica dos discentes. Dentre as várias foi comtemplado “Violências na pesquisa social”. E no processo de organização para seminário, o grupo de alunos envolvidos apresentou a turma sobre o olhar da obra Necropolítica de Achille Mbembe e outras importantes obras (Mbembe, 2018).
O seminário se deu pela organização e participação de vários discentes presentes no dia do seminário de forma expositiva e dialogada. Os docentes também se fizeram presentes. O as seguintes temáticas foram debatidas.



Objetivo e período de Realização
Assim, o construto tem o objetivo de discutir sobre Mortalidade materna no Brasil numa perspectiva de necropolítica presente no contexto do sistema.

Resultados
 Relação entre a necropolítica e as políticas para diminuição ou aumento da Mortalidade materna no Brasil;
As mortes maternas são situações de saúde pública que em sua grande maioria poderia ser evitada. Observa-se uma tendencia para aumento das destas mortes dentro de um sistema neoliberal que há muito tempo se luta por uma sociedade que assegure direitos sociais, políticos e econômicos (Agostini e Castro, 2019).
 (Não)Acesso ao aborto legal; (Não) Acesso a métodos contraceptivos.
O não acesso ao aborto legal pode desencadear intensa e sofrimento psíquico, entre outros problemas relacionada as experiências do aborto inseguro e a morte dessa mulher (DINIZ, MEDEIROS, MADEIRO, 2017).


Aprendizado e Análise Crítica
No entanto, é urgente a necessidade de trabalhar na recomposição das relações de pertencimento entre políticas públicas, bem público e cidadãos. É importante que retomemos as bases do projeto ético-político que nos permitiu chegar até aqui, mesmo diante de tantas dificuldades impostas.
Precisamos re(pensar) nossas práticas. O que de fato estamos fazendo ou não para evitar as mortes maternas e não sermos coautores dessa necropolítica? Necessitamos dos diálogos entre as universidades na formação dos discentes, nas equipes de trabalho, nas conversas entre amigos, na mesa do café da manhã para debater essas questões e melhorar as taxas de mortalidade por causas evitáveis em mulheres, principalmente nos grupos mais vulneráveis.


Referências

CRIOLA, GELEDÉS.A situação dos Direitos Humanos das mulheres negras no Brasil. Dossiê Mulheres Negras. Setembro, 2016.Disponívelem:. Acesso em 30 de março de2017.
OPAS. Folha informativa - Mortalidade materna. Brasil, 2018. Disponível em: OPAS/OMS Brasil - Folha informativa - Mortalidade materna | OPAS/OMS. Acesso em 05 jan. 2023.
OrganiROCHAzação Mundial da Saúde. Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. 10ª revisão. São Paulo: Edusp; 2012.
SOUZA, A. S. R.; AMORIM, M. M. R. Maternal mortality by COVID-19 in Brazil. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, v. 21, n. Supl. 1, p. S253-S256, 2021.


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