49916 - VISITA GUIADA AO AMBIENTE MATERNO INFANTIL: UMA VISÃO HUMANIZADA NO HOSPITAL GERAL DE MAMANGUAPE-PB BRUNO BARBOSA ALMEIDA - UFPB, GABRIELLA BARRETO SOARES - UFPB, PRISCILLA CARVALHO FELIX - ESP, ERLAINE SOUZA DA SILVA - UFPB
Contextualização A Rede Cegonha é uma política que defende redes de cuidado, garante o direito das mulheres ao planejamento reprodutivo e aos cuidados de saúde, além do tratamento humanizado na gravidez, parto, aborto e pós-parto, assim como os direitos da criança para um parto seguro, crescimento e desenvolvimento saudáveis. (Albuquerque et al., 2015).
A Política Nacional de Humanização (PNH), instituída em 2003, tem uma importante relação com o desconhecimento por parte da gestante e seus familiares, dos seus direitos e deveres que geram traumas tais como, o medo do parto, a insegurança, o receio da violência obstétrica, a disseminação de fake news, o não conhecimento do ambiente hospitalar como também da equipe que irá atendê-la. (Ribeiro et al., 2023).
Para superar esses problemas complexos, é preciso criar vínculos das equipes da Atenção Primária à Saúde com o Hospital/Maternidade de referência, sensibilizando e motivando contatos com entre os profissionais, apoiando a humanização do parto das mulheres assistidas. Assim, dialogando com o objetivo do Curso de Especialização em Saúde da Família com foco na Atenção Materno Infantil, em fortalecer a saúde desse público no estado da Paraíba, vislumbramos implantar um momento de visita ao ambiente hospitalar para que a gestante e seus familiares conheçam o ambiente hospitalar e profissionais envolvidos no parto.
Descrição da Experiência Foi identificada algumas questões, como o medo do momento do parto, a ausência de informações sobre a maternidade durante o pré-natal e o medo de violência obstétrica relatadas por outras usuárias.
Destarte, torna-se necessário que a gestante tenha acesso à essas informações para que a mesma possa conhecer sobre seus direitos de saúde, evitando assim riscos gestacionais para a mãe e o bebê, como também permitindo que tenham condições de identificar e prevenir uma possível violência obstétrica durante o parto. Quando a gestante reconhecer como deve ser realizada a assistência, define o seu acompanhante e ambos sabem como funcionam os cuidados destinados à paciente, há uma contribuição com a humanização durante o parto, respeitando o seu direito e do seu acompanhante.
O projeto se passará no ambiente da maternidade junto à equipe multiprofissional do Hospital Geral de Mamanguape (HGM), sendo a equipe do serviço social os profissionais que direcionarão as gestantes durante as visitas prévias, que antecipam o seu momento de parto, visando otimizar o conhecimento da paciente frente a assistência que irá receber o atendimento médico especializado (Obstétrico) e exames complementares (Ultrassonografias e Exames complementares), pela equipe de enfermagem e recepção da unidade hospitalar.
Objetivo e período de Realização Apresentar o fluxo de atendimento e ambiência da maternidade do para as gestantes e seus familiares dos municípios de Mamanguape e Itapororoca, através de visitas guiadas.
Teve início em dezembro de 2023, detectando o problema durante uma discussão em sala sobre os aspectos que envolve a Rede Cegonha. As visitas começaram, a partir de março de 2024 e com aceitação de ser um projeto permanentemente ativo e implantado na maternidade.
Resultados
As gestantes foram acolhidas e realizaram a visita guiadas. Os profissionais esclareceram as dúvidas com uma comunicação efetiva e prontamente responderam os questionamentos relatados, seguem as dúvidas:
“Qual o momento exato para chegar até a maternidade quando estiver tendo contrações?”
“Criança abaixo de 10 anos pode visitar a mãe na maternidade?”
“O acompanhante pode ver o parto?”
“O teste do pezinho é feito aqui?”
Além das dúvidas sanadas, a equipe da USF e maternidade foram enaltecidos pela experiência que as gestantes tiveram:
“Gostei muito! tirou minhas dúvidas.”
“O medo que eu tinha de ter meu filho, diminuiu.”
“A equipe me recebeu muito bem!”
“Quebrou todo o tabu”
“Todas as gestantes deveriam participar dessas visitas”
Nos relatos, pode-se perceber que houve mudanças a partir das intervenções realizadas e que as pacientes demonstraram satisfação em relação ao atendimento prestado pelos profissionais. Portanto, esse acolhimento torna-se essencial nesse momento e no processo de cuidados necessários para esse período.
Aprendizado e Análise Crítica A partir do primeiro contato com as gestantes e a equipe, foi possível notar que há uma abertura da equipe profissional para mudanças, visto que a mesma se mostrou disponível e animada para desenvolver o PI. As gestantes, por sua vez, mostraram-se satisfeitas com as primeiras impressões que foram geradas a partir do acolhimento inicial.
Nessa oportunidade, as gestantes questionaram os profissionais de saúde abertamente, com a segurança de que seriam respondidas e acolhidas de acordo com suas dúvidas. O praticante dos cuidados em saúde necessita apoiar e direcionar as diversas posturas, principalmente as verticais como agachamento, lateral ou quatro apoios, e utilizando o banco como apoio.
Além disso, deve esclarecer que a presença do acompanhante é garantida, indicando o movimento das maternidades no sentido de consolidar esse privilégio. Dentro dos parâmetros do SUS, a lei proporciona à parturiente o benefício de ter consigo o acompanhante de sua escolha durante todo o trabalho de parto, nascimento e pós-parto precoce.
É imprescindível que tanto os profissionais quanto as parturientes estejam cientes dos seus deveres e direitos, relatando suas queixas e sendo atendidas de forma humanizada. Com o andamento do PI, esperamos alcançar melhorias no atendimento a essas gestantes e do avanço em cuidados em saúde nas cidades participantes.
Referências Referências
ALBUQUERQUE, S. R. et al. Visita guiada da gestante ao Hospital e Maternidade Dona Regina/TO: uma proposta de protagonismo a gestante. 2015.
BRASIL. Manual de gestação de alto risco. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção Primária à Saúde. Departamento de Ações Programáticas. Brasília : Ministério da Saúde, 2022.
RIBEIRO, L. da Cruz et al. A Importância do Atendimento Humanizado na Saúde do Idoso: O Papel Essencial da Enfermagem. Brazilian Journal of Implantology and HealthSciences, v. 5, n. 5, p. 2835-2846, 2023
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