48912 - ÍNDICE DE MASSA CORPORAL DE GESTANTES ATENDIDAS NA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DE MANAUS-AM CLÁUDIA MIRANDA MARTINS DE MENEZES BATISTA - MESTRANDA EM SAÚDE COLETIVA (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA), GABRIELA NUNES BATISTA - ACADÊMICA DE ENFERMAGEM (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA), HEMILLY LARA MARTINS DE OLIVEIRA - ACADÊMICA DE ENFERMAGEM (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA), HINAÊ MARTINS BATISTA - ACADÊMICA DE ENFERMAGEM (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA), NATHALIA CLARA BRANDÃO COELHO - ACADÊMICA DE ENFERMAGEM (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA), ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA SILVEIRA - MESTRANDA EM SAÚDE COLETIVA (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS - UEA), ISABELA CRISTINA DE MIRANDA GONÇALVES - PROFESSORA ADJUNTA (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS -UEA).
Apresentação/Introdução As ações de promoção e prevenção à saúde da mulher, compõem um eixo prioritário na Atenção Primária em Saúde (APS) por meio da Estratégia de Saúde da Família (ESF). A meta primordial repousa na redução da morbimortalidade materno-infantil. No âmbito da gestação, a questão alimentar e nutricional possui um grande peso na determinação de saúde ou adoecimento da gestante e seu concepto1. Os hábitos alimentares envolvem fatores como o emocional, os socioeconômicos, os antropológicos, as crenças. Existe a importância de os profissionais de saúde conhecerem a cultura alimentar da gestante para que possam intervir de forma a prevenir ou minimizar infortúnios produzidos pela alimentação e nutrição desajustadas1. A mulher que inicia a gestação com índice de massa corporal (IMC) de sobrepeso, encontra-se em maior risco para algumas patologias. Essa gestante que está em obesidade, moderada ou mórbida, possui uma predisposição muito maior a diversas complicações2. Dentre os fatores de risco capazes de repercutir de forma negativa (antes, durante e após a gestação) está o IMC elevado com valores entre 25 e 40 Kg/m². Nesse enredo, reforçam a importância da assistência durante o pré-natal (PN) que deve acontecer de forma integral, preconizando as orientações do Ministério da Saúde, considerando inclusive o uso, e a observância rotineira, do IMC na avaliação do estado de saúde da gestante3.
Objetivos comparar o índice de massa corporal de gestantes atendidas na Estratégia de Saúde da Família de Manaus no início do pré-natal com aquele do momento da pesquisa, observando a evolução apresentada.
Metodologia trata-se de uma pesquisa de caráter descritivo, transversal de abordagem quantitativa. Participaram da pesquisa as gestantes entre 18 e 50 anos de idade, que realizavam o pré-natal em uma das quatro unidades de saúde da família, lócus do estudo, localizadas uma em cada distrito de saúde de Manaus, e que estivessem com a Caderneta da Gestante em mãos. A coleta ocorreu no período de agosto de 2023 a maio de 2024. Para a determinação do IMC gestacional, foram obtidos o peso e altura das gestantes, aplicada a fórmula: peso / (altura x altura). A seguir foi executada a classificação de acordo com o Quadro de Avaliação do Estado Nutricional da Gestante Segundo Índice de Massa Corporal por Semana Gestacional, da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica – ABESO (2024). A pesquisa tem aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas com o parecer n. 6.097.679.
Resultados e Discussão participaram 188 gestantes entre 18 e 50 anos de idade, o maior percentual ficou representado por aquelas entre 18 e 34 anos de idade (82,4%). Em sua maioria, as entrevistadas se autodeclararam da raça parda (75,5%), e com ensino médio completo (49,4%). A gravidez não foi planejada para 66,0% das participantes, contudo 77,8% iniciaram o pré-natal em tempo oportuno. No que tange o IMC, no início do pré-natal, destacaram-se o sobrepeso (36,1%) e a eutrofia (35,6%). Foi detectado um percentual em condição de obesidade (18,6%) e de baixo peso (7,4%). Destacam-se a notoriedade em se avaliar o IMC gestacional, e pré-gestacional, com especial destaque em países como o Brasil, nos quais a prevalência da obesidade vem se destacando2. Considerando de maneira conjunta, o sobrepeso e a obesidade, mais da metade das gestantes (54,7%) iniciou o PN com esses perfis. O sobrepeso e a obesidade na fase gestacional acarretam consequências para mãe e filho em diferentes intensidades1. Nesse ínterim é importante falar de dislipidemias, sendo uma condição na qual são encontrados valores inadequados de lipídios ou lipoproteínas no sangue; representando importante fator de risco para doenças cardiovasculares e suas complicações4. Há a necessidade do cálculo do IMC durante a gestação possibilitando estimar o ganho ponderal apropriado, as inadequações alimentares e possíveis correções1. Outro dado preocupante está no fato de que, ao considerarmos aquelas em baixo peso, no início do pré-natal e no segundo momento, houve um incremento na sua representatividade de 7,4% para 9,0% do total. Sendo assim também deve haver a preocupação com o baixo peso, essa condição está correlacionada ao baixo-peso ao nascer e o nascimento pré-termo5.
Conclusões/Considerações finais parece haver uma lacuna nas ações de promoção e prevenção em ações de saúde da APS na gestação. O SUS contempla a dosagem de glicemia de forma rotineira durante o seguimento do pré-natal. Porém o lipidograma mostra-se um ato privativo, e restrito, àquelas gestantes de risco cardiovascular. Tal protocolo mostra-se uma contradição diante dos principais encargos a que se destina a APS: promoção e prevenção em saúde. No cenário da APS, os profissionais de saúde podem identificar e manejar a importância dos hábitos alimentares saudáveis, do monitoramento do peso da gestante pelo IMC, e das práticas educativas respeitando a cultura alimentar e nutricional locais. Torna-se evidente a necessidade de discussões e ações de implementação adequadas à transição nutricional que de igual forma afeta a gestante e seus descendentes. Afinal, as questões alimentares e nutricionais são basilares na saúde gestacional, ao passo que o acesso à saúde é também um direito fundamental.
Referências 1. Gomes C de B, Vasconcelos LG, Cintra RMG de C, Dias LCGD, Carvalhaes MA de BL. Hábitos alimentares das gestantes brasileiras:revisão integrativa da literatura. Ciência & Saúde Coletiva. 2019 Jun;24(6):2293–306.
2. Carreli GZ, et al. Prevalência de sobrepeso e obesidade em gestantes. Research, Society and Development. 2020 Jul 19;9(8).
3. Brito L de ME, Mesquita KKCB, Melo JS, Santos TP dos. A importância do pré-natal na saúde básica: uma revisão bibliográfica. Research, Society and Development. 2021 Nov 17;10(15):e51101522471.
4. Ministério da Saúde, Brasil. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Dislipidemia: prevenção de eventos cardiovasculares e pancreatite. Brasília: Ministério da Saúde, 2020.
5. Soares LA, Lima DB. ATENÇÃO NUTRICIONAL ÀS GESTANTES DE BAIXO RISCO: CONTRIBUIÇÕES PARA AS POLÍTICAS PÚBLICAS. Saúde e Pesquisa. 2018 Aug 30;11(2):385.
Fonte(s) de financiamento: Autofinanciamento
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