Roda de Conversa

04/11/2024 - 17:20 - 18:50
RC4.5 - Rede de Atenção à saúde materno-infantil (1)

53291 - GESTANTES COM SÍFILIS: DIRETRIZES E ACOMPANHAMENTO NO DISTRITO SANITÁRIO 2 DE RECIFE-PE.
KARLA REGINA VIANA COUTINHO - SESAU- RECIFE, ANA LUÍSA GULARD GALVÃO BESERRA DA SILVA - SESAU - RECIFE, ISABÔ ÂNGELO BESERRA RAMALHO - SESAU - RECIFE, ANDRÉA CARLA REIS ANDRADE - SESAU - RECIFE, MARIA NATIVA MATIAS RODRIGUES - IMIP- PE, CAIO DA SILVA DANTAS RIBEIRO - SESAU - RECIFE, KALINE GODOY CALHEIROS - SESAU- RECIFE, NATANAEL DA SILVA BEZERRA JÚNIOR - SESAU - RECIFE, ANDRESSA SOUZA MAGALHÃES - SESAU- RECIFE, DÉBORA PRISCILA FERREIRA FRAGA


Contextualização
A sífilis em gestantes e a sífilis congênita representam problemas significativos de saúde pública devido às suas graves consequências para a saúde materna e infantil. A detecção precoce e o tratamento adequado dessas condições são essenciais para prevenir complicações. A Atenção Básica em sua práxis envolve à promoção à saúde, prevenção, detecção e tratamento da sífilis em gestantes. Além disso, com a utilização dos testes rápidos na consulta aumentaram de forma significativa a identificação e notificação de casos em gestantes, possibilitando o cuidado oportuno no pré-natal. Devido a essa detecção intraconsulta a disponibilidade do tratamento precisa ser ofertado de forma adequada e de fácil disponibilidade. Devido a percepção de casos de óbitos infantil com causa básica sífilis congênita no território adstrito e a inquietude dos profissionais das unidades acerca do fluxo e protocolos de tratamento, principalmente seis unidades que não possuem farmácia. O núcleo gestor do DSII, em Recife-PE, construiu um grupo colegiado para intervenção, objetivando a redução de casos de sífilis em gestantes sem tratamento oportuno e consequentemente a redução dos casos de sífilis congênita.


Descrição da Experiência
Na reunião do Núcleo Gestor do DSII, foi disponibilizada como pauta a necessidade de intervenção em relação aos casos de sífilis em gestantes no território adstrito, e que pudesse reverberar nos casos de sífilis congênita, visto que em tempo oportuno de detecção e tratamento é evitável. Dessa forma foi criado o grupo colegiado do DSII com os seguintes atores: a supervisão de atenção, vigilância e farmácia, chefe de divisão da regulação de média e alta complexidade, chefe de divisão de atenção básica, chefe de divisão de vigilâncias em saúde, coordenadores de farmácia distrital e da farmácia da família, representante técnico de vigilância de sífilis, representante técnico da política de saúde da mulher. As reuniões ocorreram inicialmente semanalmente visando celeridade e resolutividade. Sendo abordados o atual funcionamento da rede do território e condutas dos profissionais, algumas temáticas verificadas: resistência dos profissionais de saúde em realizar teste rápido; a disponibilidade de kit de emergência para administração da Penicilina na própria unidade de saúde da família; fluxo laboratorial e tempo de oportuno de resultado de VDRL. Realizado colegiado expandido com a vigilância epidemiológica do nível central do município para compartilhamento e aprovação das ações propostas pelo colegiado.


Objetivo e período de Realização
O objetivo principal foi melhorar a qualidade do cuidado às gestantes com sífilis, reduzindo a incidência de sífilis congênita através da criação da Nota Técnica para Condutas e Acompanhamento das Gestantes com Sífilis nas Unidades do Distrito Sanitário II. O período de realização dessa iniciativa foi de Abril a Junho de 2024.


Resultados
Com o objetivo de fornecer diretrizes para os profissionais de saúde das USFs, garantindo que todas as gestantes diagnosticadas com sífilis recebessem o tratamento adequado e oportuno com penicilina, foi elaborado pelo grupo de trabalho a nota técnica “Condutas e Acompanhamentos das Gestantes com Sífilis na Unidades do Distrito Sanitário II”, onde aborda em seu conteúdo o conceito de sífilis em gestantes e congênita, segurança da administração da penicilina benzatina, tratamento das parcerias sexuais, sugestões de boas práticas para a garantia do intervalo adequado entre as doses e acompanhamento da gestante, fluxo para dispensação de penicilina em unidades do distrito sanitário II sem farmácia e com farmácia, sendo destacado a importância do recebimento da notificação dos casos, como alimentação no sistema Hórus e dispensação adequada da Penicilina em tempo oportuno; roteiro para controle de testes rápidos nas unidades de saúde; fluxo de pesquisa laboratorial da sífilis. A implementação da nota técnica envolveu reunião com os profissionais de saúde para discutir as boas práticas para essa linha de cuidar, assim como resolver dúvidas de vivências da prática.

Aprendizado e Análise Crítica
A criação e implementação da nota técnica garantiu o fornecimento de diretrizes e suporte contínuo aos profissionais de saúde, promovendo uma abordagem sistemática e embasada para o manejo da sífilis em gestantes. Sendo um aprendizado crucial a capacitação regular e o engajamento ativo dos profissionais para o sucesso de iniciativas na saúde pública. Ademais, a experiência destacou a necessidade de monitoramento contínuo e de ajustes nas diretrizes com base em feedback e resultados.
Em relação ao aspecto crítico destacamos a importância da colaboração entre diferentes níveis de gestão e serviços de saúde, essencial para garantir uma resposta coesa e eficaz. Esta sistematização da experiência não apenas aprimorou a prática clínica, mas também contribuiu para o fortalecimento da atenção à saúde, demonstrando que ações bem estruturadas e implementadas podem ter um impacto significativo na saúde coletiva.
A longo prazo, será essencial realizar uma análise epidemiológica detalhada dos casos de sífilis em gestantes, e avaliar o desempenho dos indicadores de gestão. Também será crucial avaliar a adesão dos profissionais de saúde às diretrizes estabelecidas, visando melhorar as condutas para prevenir a sífilis congênita entre as usuárias do Distrito Sanitário II.


Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos. Secretaria de Vigilância em Saúde. Portaria SCTIE/MS nº 55, de 11 de novembro de 2020. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Prevenção da Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites Virais. Diário Oficial da União, Brasília, DF, Seção 1, n. 217, p. 144, 13 nov. 2020.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Boletim Epidemiológico, Sífilis 2022. Número Especial, out. 2022.
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente. Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Nota técnica n.14/2023. Dispõe sobre a atualização da recomendação do intervalo entre doses de Benzilpenicilina benzatina no tratamento de sífilis em gestantes. MS, 2023


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