Roda de Conversa

04/11/2024 - 13:30 - 15:00
RC4.4 - Dispositivos de gestao e de avaliação da atenção hospitalar

52645 - APLICAÇÃO, ANÁLISE E MONITORAMENTO DO ROTEIRO OBJETIVO DE INSPEÇÃO, DENTRO DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
MARIANY SOUSA OLIVEIRA DE ARAÚJO - NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO - UERJ, FÁTIMA NAPOLEÃO - NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO - UERJ, PEDRO G. COSCARELLI - NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO - UERJ, GUILHERME NEVES RUAS - NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE - HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO - UERJ


Apresentação/Introdução
Os roteiros objetivos de inspeção (ROI) consistem em uma nova tecnologia em serviços de saúde, visando harmonizar os processos de inspeção em unidades hospitalares. Nos ROIs, o avaliador observa cada item listado, e ao final é possível obter o cálculo para o risco potencial. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disponibilizou para inspeções sanitárias em unidades hospitalares ROIs que minimizam subjetividades e reduzem a margem para erros e lacunas. O uso de ROIs facilita a identificação de problemas e a análise de causas-raízes, permitindo a implementação de ações corretivas e o monitoramento dos resultados. Neste estudo, dados de ROIs aplicados por equipe de Gerência de Risco de um hospital universitário do estado do Rio de Janeiro entre 2021 e 2022 foram analisados como ferramenta de gestão hospitalar.

Objetivos
O objetivo deste estudo é analisar os ROIs como ferramenta de gestão para melhoria da qualidade de uma unidade hospitalar universitária do estado do Rio de Janeiro.

Metodologia
A equipe de Gerência de Risco do Hospital Universitário Pedro Ernesto, localizado na cidade do Rio de Janeiro, aplica um ROI baseado naquele recomendado pela Anvisa para uso das equipes de Vigilância Sanitária das unidades federativas (estados, municípios e Distrito Federal) desde 2021. O instrumento é utilizado em unidades cirúrgicas e de terapia intensivas anualmente. As diferentes unidades apresentam lista de itens adequadas para suas especificidades e cada item é analisado em uma escala Likert de 1 a 5. Ao final, um escore de risco potencial é calculado em cada unidade. Este estudo avalia os resultados das avaliações de 2021 e 2022 em uma unidade intensiva e em uma unidade cirúrgica, e o efeito positivo do uso do instrumento na melhora da qualidade dos setores avaliados.

Resultados e Discussão
O ROI para unidade cirúrgica consta de 20 itens. Na unidade cirúrgica deste estudo, em 2021, 13 itens estavam inadequados (escores 0,1 ou 2) e outros quatro estavam com necessidade de melhoria (escore 3). O serviço e a Direção da unidade foram informados do risco potencial classificado como "inaceitável" e fizeram propostas de adequação imediatas. Na reavaliação para 2022, o número de itens inadequados reduziu para 10, e seis itens considerados inadequados apresentarem melhora no escore. O risco potencial evoluiu para a categoria "tolerável". Diversas obras ainda estão sendo executadas para melhoria do setor.

Por sua vez, o ROI para unidades clínicas intensivas apresenta 31 itens. Na unidade intensiva deste estudo, em 2021, 13 itens foram considerados inadequados (escores 0,1 ou 2) e cinco itens estavam com necessidade de melhoria (escore 3). O risco potencial também foi considerado "inaceitável" e o serviço e a Direção do hospital também iniciaram ações para adequação. No ano de 2022, o número de itens inadequados reduziu para cinco, com seis outros itens com necessidade de melhoria. Todos os itens inadequados, exceto dois, melhoraram de escore. O risco potencial passou a ser considerado "aceitável".

A experiência da equipe sugere que o uso do ROI permitiu maior objetividade na avaliação facilitando a comunicação com os serviços avaliados e os órgãos de Direção e simplificou o monitoramento das ações.

Conclusões/Considerações finais
Este trabalho sugere que o uso de ROI pela equipe de Gerência de Risco induz a melhora da qualidade dos setores e a adequação do estabelecimento de saúde às normas sanitárias. Os principais méritos da tecnologia estão na avaliação objetiva das inadequações estruturais e de processo que permitem (1) informações sistematizadas sobre os problemas de cada setor, (2) simplificação do monitoramento das ações de melhora, e (3) comunicação facilitada entre a equipe de Gerência de Risco, setores envolvidos na avaliação e Direção da unidade.

Referências
Ministério da Saúde. Harmonização de Roteiros Objetivos de Inspeção (ROI). Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/servicosdesaude/projeto-de-melhoria-do-processo-de-inspecao-sanitaria-em-servicos-de-saude-e-de-interesse-para-a-saude/harmonizacao-de-roteiros-objetivos-de-inspecao-roi Acesso em: 01 de Agosto de 2023

Fonte(s) de financiamento: Universidade do Estado do Rio de Janeiro



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