48734 - ACOLHIMENTO E A IMPORTANCIA DE PRÁTICAS NUTRICIONAIS DE CUIDADO NA EVOLUÇÃO CLÍNICA DE PACIENTES HOSPITALIZADOS
ADILLA DE ALMEIDA SANTANA - UNEB
Apresentação/Introdução
O processo de cuidar, atualmente, não está ligado a profissões específicas, mas na forma como o conjunto atua. Este deve priorizar o desenvolvimento de ações voltadas a individualidade e as condições específicas de cada paciente. Reconhecer a singularidade e os valores de cada um, reflete no sucesso das necessidades vinculadas às políticas de humanização. “Acolher é dar acolhida, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito, agasalhar, receber, atender, admitir (Ministério da Saúde, 2010 apud FERREIRA, 1975). O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa, em suas várias definições, uma ação de aproximação. (Ministério da Saúde, 2010)
A atenção de forma integral ao paciente, principalmente hospitalizado, “abrange um conjunto de cuidados”, de forma que os mesmos devem estar integrados nos seus “diferentes níveis de complexidade e intervenção, de acordo com as características individuais e o tipo de enfermidade” (SETA, 2009). É importante acentuar que o conceito de acolhimento se concretiza no cotidiano das práticas de saúde por meio da escuta qualificada e da capacidade de pactuação entre a demanda do usuário e a possibilidade de resposta do serviço. (Ministério da Saúde, 2010).
Objetivos
• Analisar (avaliar) a importância do conceito de acolhimento e o nível de satisfação de pacientes hospitalizados e sua consequente evolução clínica.
• Mensurar a importância da política de acolhimento dentro do conceito de humanização
• Relacionar o grau de satisfação com a evolução clínica do paciente.
• Relacionar atividades de acolhimento com o feedback positivo dos pacientes.
• Adequar ao cuidado, o acolhimento junto ao processo de alimentação, nutrição e doença.
Metodologia
Trata-se de um estudo observacional, de abordagem qualitativa, realizado através de análise de referências e do desenvolvimento da aplicabilidade do acolhimento, buscando a relação de humanização e gestão do cuidado com o paciente, visualizando-o com um todo e dessa forma avaliando a necessidade de mudanças e adequações nas formas de abordagem, de monitoramento e controle, formação e na conduta para adequação da rotina dos profissionais.
Resultados e Discussão
A análise dos conteúdos revelam que, as maiores dificuldades encontradas para garantir eficiência na gestão do cuidado e na fidelização da humanização, está relacionada à fragmentação de ações em toda a rede, além da ineficiência no processo de multidisciplinaridade voltada a qualidade dos serviços prestados ao paciente. Além disso, os estudos demonstram um conceito de clínica ampliada, que segundo MENDES (2018), “vê a qualidade de vida como resultados de fatores biopsicossociais”, que colabora ainda que a nutrição ampliasa “tem como ênfase dar um suporte de forma mais intrínseca acerca de cada indivíduo, mantendo uma relação positiva que acople ações afim de reduzir os problemas de saúde, ou de reverter quadros de maneira humanizada e direcionada” de forma individualizada a cada paciente.
SOUSA et al (2013), discutem que “o estado nutricional do paciente hospitalizado é diretamente influenciado pela conduta nutricional implementada”. E que, há “vulnerabilidade dos pacientes quando a qualidade no atendimento hospitalar se baseia somente na eficiência técnico-científica”. Frisam que, há ligação, além das dimensões nutricionais e higiênico-sanitárias, ao conforto e acolhimento, valorizam os aspectos da convivialidade e as dimensões simbólicas e sensoriais”.
Mesmo que, pautado em princípios éticos durante a sua formação, a atuação de profissionais, em especial nutricionistas, tem sido bastante restrita e motivada somente pelo fator biológico e ocasionador da (s) patologia (s) atendidas. Apesar da Política Nacional de Humanização (PNH), no Brasil, caracterizar o cuidado humanizado como a oferta de atendimento de qualidade, é notório que ainda há poucas considerações e discussões na literatura sobre a importância de acolher de forma humanizada, através da alimentação.
Conclusões/Considerações finais
Ao observar a prática do acolhimento e a dimensão frente a esse contexto, percebe-se o quanto é necessário ampliar esse cuidado. A eficácia dos serviços em saúde de forma geral, podem se fortalecer mediante política de acolhimento organizada e humanizada. Nas discussões acerca do aspecto nutricional, principalmente no cenário hospitalar, o trabalho multidisciplinar valida-se como extremamente necessário, de forma que seus conceitos e reflexões sirvam de subsídios na evolução das práticas de atenção e cuidado.
É importante avaliar o cenário e buscar por tratativas que fundamentem as ações para a construção de um modelo de gestão de cuidado alimentar e nutricional dentro do fator de humanização e acolhimento amplo. A abordagem e a relação da alimentação e nutrição contribui para o conjunto de práticas ofertadas em prol da promoção da saúde, na valorização do ser humano, para além da sua condição biológica e o reconhecimento de sua centralidade no processo também de melhora e/ou cura.
Referências
Ministério da Saúde. Acolhimento nas práticas de produção de saúde. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. Disponível em: < https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_praticas_producao_saude.pdf>
SOUSA, Anete Araújo de; et al. Alimentação hospitalar: elementos para a construção de iniciativas humanizadoras. Demetra; 2013. Disponível em: < https://nuppre.ufsc.br/files/2014/04/2013-Sousa-et-al-hopitalar.pdf>
SETA, Marismary Horsth de; et al. Cuidado nutricional em hospitais públicos de quatro estados brasileiros: contribuições da avaliação em saúde à vigilância sanitária de serviços. Disponível em:
MENDES, Juliana dos Santos. O nutricionista e a clínica ampliada: Orientação Nutricional X Aconselhamento Nutricional. Faculdade São Salvador: 26/11/18. Disponível em: < https://www.passeidireto.com/arquivo/59023234/a-nutricao-e-a-clinica-ampliada>
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