06/11/2024 - 13:30 - 15:00 RC7.10 -Tecnologias Digitais na Atenção Primária à Saúde: conceitos, informação, comunicação e trabalho |
53683 - INCLUSÃO DIGITAL DE PESSOAS IDOSAS: QUEM ESTÁ DE FORA? VANESSA DE LIMA SILVA - UFPE, AMANDA GABRIELLA TAVARES DE LIMA FURTADO - UFPE, CARLA CABRAL DOS SANTOS ACCIOLY LINS - UFPE, ANNA KARLA DE OLIVEIRA TITO BORBA - UFPE, TAMIRES DO NASCIMENTO - UFPE, MARIA DAS GRAÇAS WANDERLEY DE SALES CORIOLANO - UFPE
Apresentação/Introdução O uso de tecnologias, como aplicativos de celular, é cada vez mais requisitado à população idosa, inclusive para a gestão de sua aposentadoria. No entanto, a baixa inclusão digital da pessoa idosa ainda é um desafio para a sociedade brasileira, com importantes repercussões na perda de autonomia, indicador de funcionalidade da pessoa idosa, e no acesso confiável a informações de cuidado em saúde. Conhecer o perfil das pessoas idosas com dificuldade no acesso às tecnologias é uma importante estratégia para a condução das políticas públicas de inclusão digital.
Objetivos Analisar o perfil da população idosa com baixa proficiência em dispositivos móveis.
Metodologia Foi desenvolvido um estudo seccional junto ao universo de 311 pessoas idosas participantes de grupos de convivência no município do Recife-PE, com coleta de dados realizada por meio de entrevista e aplicação de protocolos entre 2023 e 2024. A proficiência no uso de dispositivos móveis foi mensurada por meio do protocolo Mobile Device Proficiency Questionnaire. A média do escore MDPQ varia de 08 a 40 pontos. Foram considerados como pontos de corte: 08 a 16 (baixa proficiência), 16 a 24 (moderada proficiência) e 24 a 40 (alta proficiência). Foi realizada análise de distribuição de frequência e análise de associação bivariada (teste qui-quadrado com nível de significância de 5%) entre variáveis sociodemográficas e a proficiência no uso de dispositivos móveis.
Resultados e Discussão A maioria da população estudada apresentou baixa (42,8%) e moderada (40,8%) proficiência em dispositivos móveis. Segundo Raja et al. (2023), a baixa competência digital entre as pessoas idosas pode colocar em risco o seu bem-estar e a dignidade humana. Os maiores percentuais de baixa proficiência foram identificados nas populações com 80 ou mais anos de idade, sexo feminino, raça-cor branca e parda, que vive sem companheiro, analfabetas, com baixa escolaridade, sem trabalho atual e participantes de grupos comunitários autogeridos e grupos de convivência ligados aos centros de referência em assistência social. Segundo Krug, Xavier e d’Orsi (2018), apesar de o uso da internet estar aumentando entre os idosos, a maior parte dessa população ainda é digitalmente excluída, especialmente as mulheres de menor renda e escolaridade. A análise bivariada revelou significância estatística para as variáveis escolaridade e tipo de grupo de convivência. A identificação de associação entre a baixa proficiência no uso de dispositivos móveis e a baixa escolaridade reforça a importância do desenvolvimento de políticas educacionais voltadas à população idosa e integradas às ações de inclusão digital. Diniz et al. (2020) indicam que a aliança entre educação e inclusão digital torna possível o planejamento e a operacionalização de ações qualificadas em promoção da saúde. A evidência de maiores contingentes de pessoas idosas com baixa proficiência participantes de grupos vinculados à assistência social indica a vinculação da baixa proficiência com a vulnerabilidade social. A condução de políticas equitativas deve considerar o reforço de ações junto a esse grupo de pessoas idosas.
Conclusões/Considerações finais A população idosa participante de grupos de convivência apresentou baixa proficiência em dispositivos móveis, associada significativamente à baixa escolaridade e à participação em grupos de assistência social. Os achados do presente estudo indicam elementos importantes para a condução de políticas de inclusão digital de pessoas idosas, com enfoque na educação e em ações integradas à assistência social.
Referências Diniz JL, Moreira ACA, Teixeira IX, Azevedo SGV, Freitas CASL, Maranguape IC. Inclusão digital e o uso da internet pela pessoa idosa no Brasil: estudo transversal . Rev Bras Enferm. 2020;73(Suppl 3): e20200241. Doi: 10.1590/0034-7167-2020-0241
KrugI RR, Xavier AJ, d’OrsiI E. Fatores associados à manutenção do uso da internet, estudo longitudinal EpiFloripa Idoso. Rev Saude Publica. 2018;52:37. Doi: 10.11606/S1518-8787.2018052000216
Raja M, Kymre IG, Bjerkan J, Galvin KT, Uhrenfeldt L. National digital strategies and innovative eHealth policies concerning older adults' dignity: a document analysis in three Scandinavian countries. BMC Health Serv Res. 2023 Aug 10;23(1):848. doi: 10.1186/s12913-023-09867-w
Fonte(s) de financiamento: Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE)
Edital FACEPE № 14/2022 Inovação Inclusiva no Combate à Exclusão Digital em Pernambuco
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