05/11/2024 - 13:30 - 15:00 RC7.5 - Saúde digital e vigilância: aprendizados, desafios e perspectivas |
48765 - HETEROGENEIDADE ESPACIAL DAS INCIDÊNCIAS DE ESAVI: VIGILÂNCIA DAS VACINAS ANTICOVID-19 EM MINAS GERAIS, BRASIL THAYS CRISTINA PEREIRA BARBOSA - UFSJ, GABRIELA LOURENÇA MARTINS DO NASCIMENTO - UFSJ, LORRAYNE EVELLYN LOPES MOREIRA - UFSJ, WIARA VIANA FERREIRA - UFSJ, GABRIELA GONÇALVES AMARAL - UEMG, ROBERTA BARROS DA SILVA - SES MG, TARCÍSIO LAERTE GONTIJO - UFSJ, RAYSSA NOGUEIRA RODRIGUES - UFSJ, VALÉRIA CONCEIÇÃO DE OLIVEIRA - UFSJ, ELIETE ALBANO DE AZEVEDO GUIMARÃES - UFSJ
Apresentação/Introdução A pandemia de Covid-19 revelou desigualdades em saúde, mostrando que grupos vulneráveis enfrentam maior risco de adoecimento e mortalidade devido ao SARS-CoV-2.1 A vacinação é uma intervenção prioritária na prevenção de doenças como a Covid-19.2 Embora seja uma medida preventiva segura e eficaz, há a possibilidade de Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI).3 A notificação desses eventos é crucial para uma farmacovigilância eficaz, permitindo identificar grupos mais afetados e áreas de ocorrência, o que ajuda a reduzir as desigualdades em saúde.4 Contudo, a subnotificação dos ESAVI tem sido um desafio preocupante, evidenciando a necessidade de aprimoramento dos sistemas de vigilância nos municípios. Objetivo: Identificar aglomerados espaciais de ESAVI decorrentes das vacinas contra Covid-19, em Minas Gerais.
Objetivos Identificar aglomerados espaciais de ESAVI decorrentes das vacinas contra Covid-19, em Minas Gerais.
Metodologia Estudo ecológico segundo dados de ESAVI dos 853 municípios do estado de Minas Gerais (MG). Foram analisadas 34.027 notificações com e sem encerramento, disponíveis na plataforma e-SUS Notifica, entre janeiro e dezembro de 2021. Optou-se pela estatística scan espacial para identificar agrupamentos espaciais e medir o risco relativo a partir da taxa de incidência de ESAVI; e o Índice de Moran Global para identificar a existência de autocorrelação espacial da distribuição de incidência de ESAVI por macrorregião de saúde. Para análise utilizou-se o software SaTScan 9.6.
Resultados e Discussão A taxa de incidência de ESAVI foi de 90,1 por 100 mil doses de vacinas anticovid-19 aplicadas. A macrorregião Noroeste teve a maior taxa, com 148,1 casos por 100 mil doses, seguida pelas regiões Centro (134,4) e Triângulo do Norte (123,5). A macrorregião Leste teve a menor taxa, com 43,6 casos por 100 mil doses. Foram identificados 30 aglomerados com baixas taxas de ESAVI, o maior na macrorregião Norte, abrangendo 49 municípios, com 1,3% dos casos notificados e um RR de 0,40. O Índice de Moran mostrou correlação espacial positiva nas macrorregiões Norte, Noroeste e Triângulo do Norte.
A distribuição das taxas de incidência de ESAVI em Minas Gerais é desigual, com regiões mais desenvolvidas notificando mais casos do que as menos desenvolvidas. No Norte, a baixa incidência pode ser devido a fatores como condições socioeconômicas desfavoráveis, predominância de áreas rurais e dificuldades logísticas no acesso à saúde. A falta de adesão ao registro de notificações e problemas de infraestrutura também contribuem para a subnotificação. Esses fatores afetam o acesso equitativo aos serviços de saúde, incluindo a notificação de ESAVI, tornando o monitoramento sistemático dessas notificações essencial. Esse monitoramento ajuda a entender a ocorrência, causalidade e evolução dos casos, além de identificar riscos e grupos vulneráveis. Técnicas espaciais, como mapas, são algumas das opções para identificar áreas vulneráveis que precisam de intervenções específicas. O estudo encontrou regiões com baixa notificação de ESAVI, que necessitam de esforços para melhorar a notificação. Análises geoespaciais permitem uma abordagem mais eficaz na implementação de políticas de saúde pública, garantindo a segurança e eficácia dos programas de imunização em todo o estado.
Conclusões/Considerações finais Há heterogeneidades no comportamento espacial das incidências de ESAVI, possivelmente associadas a fatores geográficos, socioeconômicos e à oferta de serviços, o que reforça a necessidade de intervenções para promover equidade na vigilância desses eventos e garantir a segurança da população. Esses resultados são úteis para orientar intervenções, como o planejamento da estruturação dos serviços de vacinação e a implementação de ações de saúde pública a fim de fortalecer a farmacovigilância.
Referências 1. HERNANDEZ. I. et al. Disparities in distribution of covid-19 vaccines across US counties: A geographic information system–based cross-sectional study. PLoS Med., v.19, n.7, 2022. doi: 10.1371/journal.pmed.1004069
2. PAHO. Pan American Health Organization. Manual de vigilância de eventos supostamente atribuíveis à vacinação ou imunização na Região das Américas. Washington, DC, 2022.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Imunizações e Doenças Transmissíveis. Manual de vigilância epidemiológica de eventos adversos pós-vacinação. 4. ed. Brasília, 2020.
4.PEREIRA, M. A. D. et al. Vaccination coverage in children under one year of age and associated socioeconomic factors: maps of spatial heterogeneity. Revista Brasileira De Enfermagem, v.76, n.4, 2023.
Fonte(s) de financiamento: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Código 001).
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