53403 - AS TECNOLOGIAS E MÍDIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO PARA A FORMAÇÃO DE TRABALHADORES DA SAÚDE SERGIO MUNCK MACHADO - LIRES/EPSJV/FIOCRUZ, JOSÉ MAURO DA CONCEIÇÃO PINTO - LIRES/EPSJV/FIOCRUZ, BIANCA BORGES DA SILVA LEANDRO - LIRES/EPSJV/FIOCRUZ, ANA CRISTINA GONÇALVES VAZ DOS REIS - LIRES/EPSJV/FIOCRUZ, MARCIA FERNANDES SOARES - LIRES/EPSJV/FIOCRUZ, MARTHA PEÇANHA SHARAPIN - LIRES/EPSJV/FIOCRUZ, REINALDO DE ARAÚJO DANTAS LOPES - LIRES/EPSJV/FIOCRUZ, RAFAELLA RODRIGUES DA SILVA MANFRENATTI - LIRES/EPSJV/FIOCRUZ, LEONARDO MORAIS MAGUELA - SINF/EPSJV/FIOCRUZ, TALITA FREIRE RODRIGUES - CCDE/EPSJV/FIOCRUZ
Apresentação/Introdução A pesquisa aborda as Tecnologias e Mídias Digitais de Informação e Comunicação, no contexto de formação de trabalhadores da saúde. As TDICs e os modelos de atenção baseados nas novas tecnologias digitais aceleram as mudanças nas práticas tradicionais adotadas no setor saúde que, por sua vez, impõem desafios para o setor educacional, visando à qualificação dos profissionais e às consequentes melhorias de acesso aos serviços de saúde. Trata-se de compreender a relevância dos métodos, dos usos da tecnologia e não somente garantir o domínio das ferramentas informatizadas. Ou seja, conhecer e explorar os possíveis usos didáticos que as TDICs têm para os processos formativos. Historicamente, no Brasil, verifica-se o quanto é transversal a discussão sobre técnicas e tecnologias no âmbito da Educação Profissional em Saúde (EPS). Observa-se uma ênfase das TDICs influenciando diversas esferas da vida, por isso, negar a vinculação destas com os contextos de trabalho e formação dos trabalhadores não seria pertinente. Considerando cenários de disputas a respeito da orientação da EPS, faz-se necessário contestar a perspectiva neoliberal, mercantil e tecnicista de uso das TDICs. A reflexão sobre os processos formativos e perspectivas pedagógicas podem se apropriar de tais tecnologias para fortalecer paradigmas de formações emancipadoras, compreendendo a educação como uma prática social.
Objetivos A hipótese central deste estudo propõe que as TDICs possuem um potencial significativo não apenas para facilitar o acesso à informação, mas também para promover a formação de profissionais críticos e capacitados para enfrentar os desafios do setor de saúde. Ao investigar as oportunidades oferecidas pelas TDICs, o objetivo é identificar estratégias eficazes para a capacitação dos profissionais de saúde, contribuindo assim para a melhoria do sistema de saúde como um todo.
Metodologia A pesquisa adotou uma abordagem qualitativa, estruturada em duas fases: uma revisão integrativa da literatura e roda de conversa com especialistas na área e profissionais que atuam na formação profissional em saúde ou que estejam fazendo uso de TDICs no seu processo de trabalho, de modo a contribuírem com suas experiências e conhecimentos sobre o uso de tecnologias digitais na educação. A roda de conversa foi conduzida em formato virtual, usando a plataforma Zoom®, devido às restrições impostas pela localização dos participantes. Através desses métodos, buscou-se não apenas mapear as práticas e experiências atuais, mas também promover um diálogo construtivo e enriquecedor que possa orientar futuras iniciativas e políticas de formação em saúde. Para garantir a condução eficaz da roda de conversa, elaborou-se um roteiro que orientou todas as etapas do encontro. Esse roteiro serviu como uma ferramenta essencial para manter a organização e a fluidez das discussões. A conversa foi gravada, transcrita e analisada qualitativamente para identificar os principais temas, desafios e oportunidades relacionados ao uso das TDICs na formação de profissionais da saúde.
Resultados e Discussão O método de coleta de dados permitiu uma rica troca de experiências e a construção coletiva de conhecimento, possibilitando uma análise aprofundada e contextualizada das práticas e percepções dos profissionais envolvidos. A combinação da revisão de literatura com a roda de conversa proporcionou uma visão abrangente e detalhada do papel das TDICs na educação em saúde, contribuindo significativamente para os objetivos desta pesquisa.
Com tecnologia lida-se o tempo todo. Há um uso constante e contínuo da tecnologia, pois já utilizamos o giz e o quadro, o powerpoint, a educação a distância, etc. Deve-se dar a importância devida para as questões metodológica e pedagógica, isto é, que parâmetros que nos orientam, em termos político-pedagógicos, independente da modalidade (presencial, remota, online, virtual, a distância, híbrida, etc.) no desenvolvimento das estruturas de formação e de aprendizagem.
É fundamental o aporte das Teorias Pedagógicas, pois é o que orienta o processo de aprendizagem, principalmente na perspectiva da pedagogia histórico-crítica. Deve-se pensar mais nas concepções pedagógicas e articular essa ideia do emprego das tecnologias digitais de informação e comunicação, com um debate aprofundado. De outra forma, o debate raso, será feito pela técnica e não adequadamente, como uma ciência que deva apoiar processos formativos, sejam eles desenvolvidos em qualquer das modalidades acima mencionadas.
Conclusões/Considerações finais Deve-se insistir na perspectiva de se ter uma base metodológica, ter uma teoria embasando a intencionalidade pedagógica e temática, como também é essencial a identificação dos educandos envolvidos no processo e o seu contexto (escolar, social, econômico, etc.). A decisão pedagógica deveria presidir as expectativas em relação ao uso das tecnologias. A partir disso, pensa-se na tecnologia que existe disponível, a mais amigável, a mais sustentável e a que vai colaborar e auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.
Tendo como base teórica a compreensão da educação como uma prática social, reforça-se a ideia de que não aprendemos sozinhos, mas em um contexto permanente de mediação que pode ocorrer na sala de aula, como também fora dela, lidando com professores e colegas, trocando ideias. É uma perspectiva também da área da Saúde, pois não se trabalha sozinho, o sujeito lida em uma equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, assistentes, agentes de saúde e, principalmente, com pacientes).
Referências LÓPEZ, M. M. De las TICs a las TACs - la importancia de crear contenidos educativos digitales. In: Revista DIM - Didáctica, Innovación y Multimedia - Barcelona / Año 2013 - Nº 27 – diciembre.
RABELLO, Cíntia R. L. Tecnologias digitais e ensino superior: uma experiência de desenvolvimento profissional docente na UFRJ. Rio de Janeiro, 2015. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) – Faculdade de Letras, UFRJ, Rio de Janeiro, 2015. 262 p.
SANTOS, E. EAD, palavra proibida. Educação online, pouca gente sabe o que é. Ensino remoto, o que temos. Notícias, Revista Docência e Cibercultura, agosto de 2020, online. ISSN: 2594-9004. Disponível em: . Acesso em: 19/06/2021.
SANTOS, E.; SILVA, M. O Desenho Didático Interativo na Educação Online. Revista Iberoamericana de Educación. N.º 49 (2009), pp. 267-287. 21 p.
Fonte(s) de financiamento: Programa de Fomento ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Educação Profissional em Saúde. Edital de Pesquisa 01/2023 – EPSJV/Fiocruz.
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