Roda de Conversa

05/11/2024 - 08:30 - 10:00
RC7.3 - Tecnologias Digitais na Atenção Primária à Saúde: experiências e potencialidades

50247 - FERRAMENTA DE TECNOLOGIA ASSISTENCIAL PARA O PROCESSO DE ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO DE RISCO NA APS: A EXPERIÊNCIA DO MUNICÍPIO DE CAUCAIA/CE
ZÓZIMO LUÍS DE MEDEIROS SILVA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAUCAIA/CE, SIMARA MOREIRA DE MACÊDO - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAUCAIA/CE, LUIZ DA SILVA MOURA JÚNIOR - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAUCAIA/CE, CAMILA MASCARENHAS MOREIRA - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAUCAIA/CE, BRUNA ARAÚJO ROCHA DOURADO - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAUCAIA/CE, MARIA DAS GRAÇAS DIAS ALVES LEMOS - SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE CAUCAIA/CE


Contextualização
A Atenção Primária à Saúde (APS), enquanto um dos eixos estruturantes do SUS, tem entre os seus desafios atuais, a garantia do acesso e acolhimento nos serviços de saúde, tendo como parâmetro o princípio da equidade. A utilização de ferramentas tecnológicas emerge, neste contexto, como um caminho promissor para um planejamento estratégico capaz de implementar processos de trabalho pautados em uma gestão do cuidado eficiente.
No município de Caucaia/CE, enquanto estratégia para garantir o acesso da demanda espontânea nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS), optou-se pela implantação nestes serviços do processo de Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR). Para garantir a padronização e fundamentar o direcionamento neste fluxo assistencial, a gestão municipal desenvolveu uma ferramenta de tecnologia assistencial, disponibilizando de maneira ágil e didática o acesso ao Protocolo Municipal para Acolhimento com Classificação de Risco na APS.
A implementação do processo de ACCR conduzida pelo enfermeiro nas UAPS do município de Caucaia/CE teve como objetivo estabelecer contato resolutivo, com escuta qualificada, para que todos os usuários que busquem o serviço por demanda espontânea, sejam atendidos com prioridades a partir da avaliação de vulnerabilidade, gravidade e risco.


Descrição da Experiência
A ferramenta de tecnologia assistencial foi desenvolvida através do software Microsoft Power-BI gratuito e o conteúdo elaborado através do Programa Microsoft Publisher. Como conteúdo, foi utilizado o Protocolo Municipal para Acolhimento com Classificação de Risco na APS, elaborado pela gestão municipal, que utilizou como referencial teórico o Caderno de Atenção Básica de Acolhimento à Demanda Espontânea do Ministério da Saúde e o Protocolo de Manchester para Classificação de Risco.
O enfermeiro é o profissional responsável pela execução do ACCR na UAPS, e a ferramenta desenvolvida viabiliza acesso rápido e didático ao referencial teórico que norteia o fluxo de assistência.
A ferramenta foi instalada no computador do consultório de enfermagem, tendo sido implementada em 14 das 46 UAPS, e os enfermeiros capacitados para o manuseio adequado da ferramenta, para a execução do processo de trabalho e para o registro adequado no sistema de informação.
Assim, adquiriram competência para o exercício da classificação de risco, garantindo a uniformidade quanto aos conceitos e ao uso da metodologia. O método utilizado consiste nas etapas: identificar a queixa; escolher o fluxograma de decisão aplicável, contemplando a situação apresentada; determinar o discriminador (questão positiva ou que não se exclui); determinar a prioridade, considerando a vulnerabilidade, gravidade e risco.


Objetivo e período de Realização
Relato de experiência acerca da elaboração e implementação de ferramenta de tecnologia assistencial para o processo de Acolhimento com Classificação de Risco nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) do município de Caucaia/CE, enquanto estratégia para garantir o acesso da demanda espontânea ao serviço de saúde, a partir de setembro de 2023.

Resultados
Enquanto resultados relevantes podemos citar o aumento no quantitativo de atendimentos mensais no processo de Acolhimento com Classificação de Risco realizados pelo profissional enfermeiro que atua nos serviços da APS, o que repercute diretamente na garantia do acesso do paciente ao serviço de saúde.
O desenvolvimento desta ferramenta exigiu também da gestão municipal a elaboração de Protocolo Assistencial para Classificação de Risco na APS, que utilizou como referencial teórico os Protocolos para Classificação de Risco de Manchester e do Ministério da Saúde.


Aprendizado e Análise Crítica
A utilização da ferramenta de tecnologia assistencial apresenta-se promissora para sistematizar o processo de ACCR na APS através da utilização de protocolo específico, o que permite o acesso rápido ao referencial teórico que norteia este fluxo de assistência.
Através da sua utilização, o enfermeiro consegue garantir uma gestão do cuidado eficiente, conduzindo suas ações com segurança, pautada no princípio da equidade, uma vez que viabiliza determinar a prioridade de acesso do paciente, considerando a vulnerabilidade, gravidade e risco da sua condição clínica.
A partir da implementação deste processo de trabalho foi evidenciado aumento no quantitativo de atendimentos mensais realizados pelo enfermeiro, o que repercute diretamente na garantia do acesso do paciente ao serviço de saúde, sobretudo aqueles que buscam atendimento por demanda espontânea na APS.



Referências
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea. Brasília: Ed. Ministério da Saúde, 2013a. 56 p. (Cadernos de Atenção Básica; n. 28, v. 1).
- BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica. Brasília: Ed. Ministério da Saúde, 2013b. 290 p. (Cadernos de Atenção Básica; n. 28, v. 2).
- Grupo Brasileiro de Classificação de Risco (BR). Diretrizes para implementação do Sistema Manchester de Classificação de Risco nos pontos de atenção às urgências e emergências [Internet]. 2017 [cited 2020 Apr 01]. Available from: http://www.gbcr.org.br/


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