Roda de Conversa

04/11/2024 - 17:20 - 18:50
RC7.1 - Redes sociais e comunicação: quais os debates sobre o SUS?

53998 - VIOLÊNCIA VIRTUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ABORDAGEM PELO MÉDICO DE FAMÍLIA E COMUNIDADE - EDUCAÇÃO CONTINUADA EM SAÚDE
KIARA FERREIRA GOMES MACIEL - UFC, MARCO TÚLIO AGUIAR MOURÃO RIBEIRO - UFC, TATIANA MONTEIRO FIUZA - UFC, LORENA VASCONCELOS MESQUITA MARTINIANO - UFC, JAYANE MOURA RIBEIRO - UFC, LUCAS ELIEL BESERRA MOURA - UFC, HELENA FIUZA AGUIAR RIBEIRO - UNICHRISTUS


Introdução e Contextualização
As violências são consideradas violações dos direitos humanos fundamentais que se manifestam sob diversas formas, nos diferentes espaços, em todas as classes sociais, afetando a saúde física, psíquica e a qualidade de vida.
Diversas violências existentes no “mundo real” vêm sendo praticadas pela internet, com enorme potencial de disseminação de dados das vítimas por agressores que causam danos de todas as espécies em crianças e adolescentes e suas famílias.
Mediante tais desafios, o principal fator de proteção e prevenção de crimes e violências contra crianças e adolescentes na internet é a supervisão dos pais ou cuidadores, diálogo e educação em saúde, incluindo a realizada pelos profissionais de saúde e nas escolas.
A Atenção Primária à Saúde (APS) tem o enorme potencial de atuar nesse cuidado longitudinal e integral , promovendo também uma abordagem às violências digitais nessa faixa etária por meio da atuação do médico de família e comunidade (MFC) e das equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) e em maiores proporções; potencializando ações intersetoriais que impactem diretamente os sistemas de saúde.
Nesse contexto, organizou-se a produção de um material didático, por meio de um capítulo de livro de educação continuada em saúde, trazendo conceitos atualizados pelas novas tecnologias em saúde sobre essa temática, incluindo múltiplas abordagens e intervenções.


Objetivo para confecção do produto
O material didático tem como objetivo apresentar conceitos atualizados sobre o tema e capacitar médicos de família, além de outros profissionais da saúde quanto à abordagem da violência virtual contra crianças e adolescentes. Assim como, objetiva-se proporcionar um aperfeiçoamento das condutas baseadas nos princípios da Medicina de Família e da Atenção Primária para um melhor cuidado desses pacientes, no âmbito individual, familiar e comunitário, utilizando novas tecnologias em saúde.

Metodologia e processo de produção
A produção do capítulo de livro ocorreu em três etapas : revisão de literatura , escrita do capítulo de acordo com o esquema conceitual previamente proposto pela editora e revisão do texto pelos organizadores do livro antes da publicação.
A revisão de literatura foi realizada pelos escritores no período de junho a julho de 2023 por meio de pesquisa livre na Internet, incluindo artigos científicos, livros de referência, documentos do Ministério da Saúde (MS), entre outros; sobre os seguintes temas: tipologias de violência, violências contra crianças e adolescentes, políticas de proteção à crianças e adolescentes , abordagens de questões de saúde na infância e adolescência pelo médico de família e outros profissionais da saúde, atributos da APS, etc. A escrita aconteceu no período de agosto a outubro de 2023, com envio da primeira versão do material para a editora em outubro de 2023. Nos meses subsequentes ocorreram outras correções e em abril de 2024 foi enviada a versão final para a editora para conclusão do capítulo e publicação na próxima edição do livro do Programa de atualização em Medicina de Família e Comunidade.


Resultados
O material foi elaborado seguindo o esquema conceitual proposto em edições anteriores do livro, com 30 páginas no total. Os tópicos do capítulo foram os seguintes: Introdução; Vítimas e agressores; Tipologias de violência virtual (com 3 casos clínicos complexos para discussão); Violência sexual no mundo virtual ; "Jogos perigosos" e "desafios perigosos” ( com 2 casos clínicos complexos para discussão) ; Crianças e adolescentes vítimas de violência virtual: sinais e sintomas; Promoção da saúde e prevenção de violência virtual contra crianças e adolescentes
(com 1 caso clínico complexo para discussão); Atenção a crianças e adolescentes vítimas de violência virtual pelas equipes de atenção primária à saúde; Como as equipes de saúde da atenção primária à saúde devem atuar em casos suspeitos ou confirmados de violência virtual? ; Conclusão e Questões. O produto final será divulgado nos meios digitais e em livro físico como instrumento de educação continuada em saúde nas áreas de Medicina de Família e Comunidade, Atenção Primária à Saúde e Saúde Coletiva.


Análise crítica e impactos sociais do produto
A discussão sobre a relação entre crianças e adolescentes com a Internet não é nova, porém toma novas dimensões e deve ser abordada com cautela pelo MFC, sempre com o olhar voltado para o cuidado integral à criança, adolescente e famílias.
Diante da falta de ética, educação e cidadania digital é preciso enfatizar aos MFCs e equipes multiprofissionais da APS a necessidade de abordar o problema, bem como fortalecer a articulação intersetorial (escolas, grupos de jovens, igrejas, times esportivos, etc) e a rede de proteção social.
A busca por conhecimento e atualizações acerca dessas questões precisa ser constante, visto a prevalência e o potencial impacto negativo, por vezes destrutivo, na vida de muitas crianças e adolescentes.
Além disso, é necessário desenvolver competências direcionadas a interromper a violência; por meio de acolhimento e orientações direcionadas aos pais ou responsáveis em relação aos cuidados com as vítimas, incluindo a utilização de procedimentos legais e articulação nas redes de atenção à saúde.
Dessa forma, a produção de um material didático de ampla divulgação , com abordagens e propostas de intervenção para o médico de família e para a equipe multidisciplinar em parceria com os setores sociais tem o potencial de transformar o cuidado dessas crianças e adolescentes e de promover uma reorganização na rede de saúde e atenção à essa população.


Referências
1. Niskier R. Prevenção da violência contra crianças e adolescentes: do conceito ao atendimento - campanha permanente da Sociedade Brasileira de Pediatria. Resid Pediatr. 2012;2(1):12-16 [Citado em 01 Outubro de 2023]. Disponívelem:https://cdn.publisher.gn1.link/residenciapediatrica.com.br/pdf/v2n1a03.pdf
2. World Health Organization. Violence and Injury Prevention WHO Global Consultation on Violence and Health. Violence : A Public Health Priority : Who Global Consultation on Violence and Health Geneva 2-3 December 1996. Geneva Switzerland: World Health Organization; 1996.
3. Brasil. Constituição 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília (DF): Senado; 1988.
4.Ministério da Saúde. Proteger e Cuidar da Saúde de Adolescentes na Atenção Básica. [recurso eletrônico]. Brasília : Ministério da Saúde,2017. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/proteger_cuidar_adolescentes_atencao_basica.pdf


Realização:



Patrocínio:



Apoio: