54445 - GASTOS FEDERAIS COM INTERNAÇÕES POR ACIDENTES DE MOTO NO SUS-CEARÁ (2019-2023) MARIA JANAINA ALVES DE AZEVEDO - UECE
Apresentação/Introdução Os acidentes e violências, além de impactarem diretamente na qualidade de vida da população, são responsáveis por grande número de internações hospitalares, ocasionando um alto custo para a saúde pública. Segundo Coca Feraz (2012, pág. 23) os custos econômicos dos acidentes de trânsito abarcam dentre outros itens: despesa médico-hospitalar, tratamento e reabilitação das vítimas, perdas materiais (veículos, produtos, postes, sinais de trânsito, muros, etc.), remoção dos veículos acidentados, resgate das vítimas, limpeza e reparo dos danos causados à via e à sinalização de trânsito, perdas de dia de trabalho, pensões e aposentadorias precoces, custos policiais e judiciários, funerais, etc. Os acidentes de trânsito são uma das principais razões para a morbimortalidade global e constituem um sério desafio para a saúde pública. Pesquisas revelam que os condutores de motocicletas, estão particularmente expostos, em virtude de estarem diretamente sujeitos a colisões com outros veículos ou obstáculos fixos, o que resulta em lesões e traumas de caráter mais severo. O Ceará encontra-se com desafios consideráveis nesse aspecto, impactando diretamente os gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) com tratamentos médicos e hospitalares.
Objetivos Tendo em vista a crescente importância sobre o tema, esse estudo objetiva, descrever os gastos federais com internações hospitalares por acidentes de trânsito com motociclistas no estado do Ceará, durante o período de 2013 a 2022.
Metodologia Estudo descritivo, com dados secundários de internações hospitalares por acidente financiados pelo setor público, por ano/ processamento, segundo grupo de causas (V20-V29 Motociclista traumatizado acid transp.) O período de estudo correspondeu aos anos de 2019 a 2023. Fonte de dados do Sistema de Informação Hospitalares do Departamento de Informática do SUS (DATASUS). Coletados de bases de domínio público do site, não necessitando de apreciação prévia do Comitê de Ética em Pesquisa. A análise foi realizada no software Microsoft Excel 2010.
Resultados e Discussão O gasto federal total com internações por acidente de moto nos anos 2019 a 2023 foi de R$ 53.944.946,99, enfatiza-se que deste valor, R$ R$ 45.303.453,67 foram gastos com internações para pessoas do sexo masculino (83,98%) e R$ R$ 8.641.493,32 com pessoas do sexo feminino (16,02%). Comparando-se os períodos analisados, o ano de 2023 (R$11.732.917,00) apresentou destaque por ter apresentado um acréscimo ao valor total de 5,31% tendo como valor de base 2019 (R$8.866.059,34), por base. Esse estudo apresentou características semelhantes às encontradas na literatura, com elevado número de casos do sexo masculino. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (ABRAMET) com o tema, sobre a motocicleta do século XXI, mostrou que o público masculino é o maior contingente de vítimas dos óbitos segundo sexo, com proporção de (88,7%) e taxa de 10,6 por cem mil habitantes, e para o sexo feminino, a mortalidade proporcional foi de 11,3% e a taxa igual 1,3 por cem mil mulheres (JORGE, 2021).Alguns limites do estudo foram percebidos dentre eles, foi observado a grande quantidade de registros omissos, ou ignorados, ou não informados, fato que prejudica a qualidade da análise. Fato percebido principalmente na variável sobre acidente de trabalho. Segundo, Galdino, Santana e Ferrite (2017), a qualidade do preenchimento de campos de interesse necessita ser melhorado na intenção de assegurar que as informações estejam mais próximas da realidade. Nessa direção, o aumento do número de veículos e da sua distribuição tem sido acompanhado, por diversos setores, por estar indiretamente relacionado ao aumento na prevalência de acidentes e pela perda de grande número de vidas humanas
Conclusões/Considerações finais Com base nos dados encontrados constata-se que para além da gravidade geral, estes dados destacam uma necessidade urgente de compreender melhor a natureza complexa das condições de trânsito que afetam as populações de usuários das vias, uma vez que conforme estudo o risco relativo de óbito no trânsito, por um motociclista varia principalmente pelo sexo
Referências ALVES PEREIRA, R.; ALVES-SOUZA, R. A.; SOUSA VALE, J. O Processo De Transição Epidemiológica No Brasil: Uma Revisão De Literatura. Revista Científica da Faculdade de Educação e Meio Ambiente, [S. l.], v. 6, n. 1, p. 99–108, 2015. DOI: 10.31072/rcf.v6i1.322. Disponível em: https://revista.faema.edu.br/index.php/Revista-FAEMA/article/view/322. Acesso em 26 jan. 2024.
JORGE, Maria Helena P. de Mello, COUTO, Aquilla dos Anjos, SANTOS, Pedro Manoel dos. A motocicleta no Brasil do século XXI. São Paulo: Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, 2021.
GALDINO, Adriana, Santana, Vilma Sousa, Ferrite, Silvia. Qualidade do registro de dados sobre acidentes de trabalho fatais no Brasil. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 51, n. 120, p. 01-10, 2017. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rsp/a/SWTQDgDZHn97yPvWPsmZfYy/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 15 de janeiro de 2024.
Fonte(s) de financiamento: Próprio
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