52508 - TEMPO PARA SI: OFICINA DE MEDITAÇÃO PARA PROFESSORES SIMONE SUBI LOUREIRO LIMA - UECE, NARA MEURELY MORAES FERREIRA - UECE, ALEXIA JADE MACHADO SOUSA - UECE, MARINA FERREIRA DE SOUSA - UECE, ELIZANGELA LUCIANA BOTELHO DE AZEVEDO - UECE, ERIC WENDA RIBEIRO LOURENÇO - UECE, HELDER MATHEUS ALVES FERNANDES - UECE, FRANCISCO TARCÍSIO PEREIRA MENDES JUNIOR - UECE, ANTONIO RODRIGUES FERREIRA JÚNIOR - UECE
Contextualização A saúde dos professores tem sido foco de investigação multidisciplinar. Os principais fatores que levam ao adoecimento desses profissionais estão relacionados à organização do trabalho, falta de reconhecimento, problemas comportamentais dos alunos, pouco acompanhamento familiar e deficiências no ambiente físico (DIEHL, 2016).
Nesse contexto, é preciso implementar não apenas mudanças e adaptações organizacionais nos ambientes de trabalho, mas também intervenções diretas nos profissionais, capacitando-os a responder melhor aos agentes estressores. Para isso, técnicas de relaxamento e meditação podem ser utilizadas nos processos de manejo (ROSSI et al, 2011).
A meditação é uma prática de regulação do corpo e da mente que treina a focalização da atenção, para alcançar tranquilidade, concentração, redução de estresse e ansiedade. Ademais, favorece o autoconhecimento, o cuidado pessoal e a melhora das relações interpessoais, promovendo a saúde. No âmbito do Sistema Único de Saúde, foi uma das abordagens terapêuticas institucionalizadas pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) (BRASIL, 2022).
Nesse sentido, é necessário possibilitar aos profissionais da educação estratégias e técnicas que possam contribuir para o enfrentamento das dificuldades inerentes ao ambiente de trabalho escolar.
Descrição da Experiência No ambiente para a oficina de meditação foram incluídos elementos sensoriais como cortina de papeis na entrada, tapetes e bosus para massagem dos pés. A sala estava escura, com temperatura de 17°C e permeada por um aroma de hortelã, a fim de criar um clima propício para a prática meditativa. Os participantes foram conduzidos à sala de olhos vendados, sendo acomodados em cadeiras organizadas em duas filas.
A sessão de meditação foi conduzida pela professora de Matemática, que também detém formação em psicologia e é discente no mestrado em Saúde Coletiva. A abordagem adotada consistiu em uma meditação guiada, orientada para promover a conexão dos participantes com suas próprias sensações corporais e estados mentais. Durante este período, os indivíduos foram convidados a explorar a experiência sensorial e a aprofundar sua consciência sobre o presente momento.
Ao término da sessão, foi proposto um momento de socialização entre os participantes, oportunizando compartilharem suas vivências e percepções. Esta fase promoveu troca de experiências, enriquecendo a compreensão sobre os benefícios e desafios associados à meditação.
Objetivo e período de Realização Relatar experiência que proporcionou aos professores em um espaço de acolhimento, pausa e reconexão consigo por meio de meditação guiada, visando promover o bem-estar, reduzir o estresse e melhorar a qualidade de vida profissional e pessoal dos participantes. A experiência ocorreu em maio de 2024 em uma escola da rede municipal de ensino de Fortaleza (CE).
Resultados Ao serem convidados a participar da oficina, os professores se mostraram interessados e traziam algum conhecimento prévio acerca da atividade. Ao receberem as vendas e serem conduzidos em grupo para a sala, foi possível perceber agitação, algo que notadamente se modificou a partir da entrada na sala climatizada, aromatizada e com uma música calma.
Durante o exercício meditativo, foi possível ouvir as respirações concentradas dos participantes. Buscou-se induzir à uma respiração suave, com um ciclo lento e profundo a fim de que se sentissem envolvidos pela quietude. Alguns movimentando os pés no bosu, outros, apenas repousavam sobre ele.
Na fase de socialização das experiências individuais, os professores falaram sobre as sensações corporais que foram favorecidas, de alguns pensamentos que emergiram e do quanto a pausa é necessária e nem sempre pode acontecer diante das atividades do dia a dia. Relataram ainda estarem em um estado de serenidade e disposição.
Um dos temas falados foi a experiência do luto, algo em comum entre vários participantes. Houve um espaço para fala e escuta, mobilizando no grupo um sentimento de empatia, mas também para o reconhecimento das faltas humanas.
Aprendizado e Análise Crítica O estresse na profissão de professor é uma questão multifacetada e de resolução complexa, originada por uma série de fatores interligados. A resolução desse estresse demanda uma abordagem holística que inclua políticas de suporte psicológico, melhorias nas condições de trabalho, formação contínua e valorização da profissão, visando a criação de um ambiente mais saudável e equilibrado, além de intervenções em questões sociais, uma vez que estas implicam diretamente na vida dos alunos.
Diante disso, a meditação não se propõe a resolver todos esses problemas de maneira focal, mas oferece uma ferramenta valiosa para que os professores possam gerenciar melhor o estresse e as emoções, promovendo maior bem-estar e resiliência.
Conforme proposta pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) do Sistema Único de Saúde (SUS), busca promover a saúde e o bem-estar de maneira holística e preventiva. Através da PNPIC, a meditação é implementada como uma prática que visa reduzir o estresse, melhorar a qualidade de vida e proporcionar um equilíbrio emocional aos indivíduos.
Referências BRASIL. Política nacional de práticas integrativas e complementares no SUS: atitude de ampliação de acesso. 2. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2018.
BRASIL. Ministério da Saúde. Recursos Terapêuticos. Disponível em: . Acesso em: 09 jun. 2024.
DIEHL, Liciane; MARIN, Angela Helena. Adoecimento mental em professores brasileiros: revisão sistemática da literatura. Est. Inter. Psicol., Londrina , v. 7, n. 2, p. 64-85, dez. 2016 . Disponível em . acessos em 09 jun. 2024.
ROSSI, A.; PERREWÉ, P.; MEURS, J. Stress e qualidade de vida no trabalho: stress social, enfrentamento e prevenção. São Paulo: Atlas, 2011.
Fonte(s) de financiamento: -
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