51660 - PARTICIPAÇÃO SOCIAL DE ESTUDANTES DE SAÚDE COLETIVA NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO POPULAR SABRINA BEATRIZ SOARES DIAS - UPE, HEMYLY VITÓRIA VIEIRA MARINHO - UPE, BRENDA BAÍA MORELLI ROSSITER - UPE
Contextualização
No contexto desafiador da saúde pública brasileira, estudantes de Saúde Coletiva da Universidade de Pernambuco (UPE), através de iniciativas realizadas em outubro de 2022, demonstraram o poder da participação social e da Educação Popular em Saúde (EPS) ao realizarem ações com a comunidade, sobre as seguintes temáticas: promoção da saúde bucal em crianças, câncer de mama e saúde mental, em diversas áreas de Recife, Pernambuco e em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco. Tais ações só foram possíveis por conta do Componente Curricular de Educação Popular em Saúde II, que ocorre no quarto período da graduação, e aborda a educação popular no âmbito municipal, reconhecendo as especificidades de cada comunidade e adaptando as abordagens educativas de acordo com suas necessidades e valores. Este relato de experiência visa narrar essas ações e enfatizar nosso compromisso com a promoção da saúde e a defesa dos direitos humanos através da EPS, que nos inspira a continuar lutando por uma saúde pública mais justa, equitativa e acessível para todos.
Descrição da Experiência A Promoção da Saúde Bucal em crianças: Nesta iniciativa, nós, estudantes Saúde Coletiva da UPE, junto ao Programa Saúde na Escola, implementamos a "Escola do Sorriso", uma ação participativa voltada para crianças matriculadas em uma escola municipal no Distrito Sanitário I de Recife. O foco foi a promoção da saúde bucal, reconhecendo a importância crucial desse aspecto para a qualidade de vida das crianças. Através de abordagens participativas e dialógicas, foi criado um ambiente acolhedor que estimulou o compartilhamento de informações sobre higiene oral e cuidados dentários. Prevenção do Câncer de Mama: Em colaboração com a equipe de Saúde da Mulher do Distrito VI, conduzimos uma ação com foco na prevenção e diagnóstico do câncer de mama, com uma roda de conversa. Anteriormente, foram disponibilizados mamógrafos para exames, e os participantes puderam ser orientados sobre seus laudos, a importância da prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama. Saúde Mental em Engenho Velho: Realizamos uma ação na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Engenho Velho, em Jaboatão dos Guararapes, o objetivo foi sensibilizar os usuários sobre a importância da atenção à saúde mental e a prevenção ao suicídio. Foram compartilhadas, em uma roda de conversa, informações sobre o Centro de Valorização da Vida (CVV), bem como locais que oferecem atendimento psicológico gratuito.
Objetivo e período de Realização Dissertar acerca da Participação Social dos estudantes de Saúde Coletiva da UPE, através de ações em Educação Popular em Saúde e suas percepções. As ações foram realizadas em Outubro de 2022.
Resultados Todas essas ações foram realizadas durante o mês de outubro de 2022, aproveitando esse período para coincidir com campanhas de conscientização importantes, como o Outubro Rosa e o Setembro Amarelo. Este momento estratégico permitiu que as iniciativas alcançassem um público mais receptivo e estivessem alinhadas com esforços de saúde pública em nível nacional e local. De maneira geral, além dos impactos diretos nas comunidades atendidas, essas iniciativas também proporcionaram uma oportunidade valiosa de aplicar nossos conhecimentos teóricos na prática, desenvolvendo habilidades interpessoais, empatia, humanização e sensibilidade com as necessidades dos indivíduos. Essas experiências enriquecedoras contribuíram para a nossa formação acadêmica e pessoal, nos preparando para futuros desafios na Saúde Coletiva, e também nos tornando pessoas mais empáticas e futuros profissionais humanizados.
Aprendizado e Análise Crítica Um dos principais aprendizados foi a compreensão do poder da abordagem participativa e dialógica na promoção da saúde. As experiências vivenciadas nas ações demonstraram que ao conferir voz e espaço às comunidades, é possível criar um ambiente de aprendizado mútuo e empoderamento, onde as pessoas se tornam protagonistas de sua própria saúde e agentes de mudança em suas comunidades. Além disso, as iniciativas ressaltaram a importância da sensibilidade cultural e do respeito à diversidade na prestação de serviços de saúde. Cada comunidade possui suas próprias necessidades, valores e práticas de saúde, e é essencial adaptar as abordagens educativas de acordo com essas especificidades, garantindo assim uma maior eficácia e aceitação das intervenções. Nossa principal limitação foi a falta de recursos financeiros e infraestrutura adequados, que em alguns casos dificultaram a implementação e o alcance das iniciativas. No entanto, apesar disso, nossas ações demonstraram que é possível promover mudanças expressivas mesmo com recursos limitados, através do engajamento ativo da comunidade e da colaboração entre diferentes atores da sociedade. Essas experiências reforçaram o compromisso dos estudantes com a promoção da saúde e a defesa dos direitos humanos, inspirando-os a continuar lutando por uma saúde pública mais justa, equitativa e acessível para todos.
Referências GADOTTI, Moacir. Paulo Freire e a educação popular. Proposta, Rio de Janeiro, v. 31, n. 113, p. 21-27, jul./set. 2007.
ROCHA, Laura; FERIGATO, Sabrina. A Educação Popular em Saúde na formação de graduandos em saúde: construções a partir de um relato de experiência. João Pessoa/PB: Editora do CCTA, 2020. v. Volume 1, Livro COLET NEA EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE: Educação Popular e a (re)construção de horizontes formativos na saúde. p. 85-105. ISBN 978-65-5621-067-4.
TRASPADINI, Roberta; ANDRADE, Ana. Movimentações: A EDUCAÇÃO POPULAR E A EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA ENTRE PONTES E MUROS. Rio Grande – RS: Editora da FURG, 2021.
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