06/11/2024 - 08:30 - 10:00 RC3.3 - Barreiras e facilitadores da regulação do acesso na produção do cuidado |
53761 - REGULAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DE AVALIAÇÃO AUDITIVA EM CRIANÇAS EM UM CENTRO DE ESPECIALIDADES MÉDICAS DO SUS NO MUNICIPIO DE BELO HORIZONTE – MG ROBERTA VIEGAS MAGALHÃES - FACULDADE CIÊNCIAS MÉDICAS DE MINAS GERAIS
Contextualização A especialidade otorrinolaringologia aborda diversas questões relacionadas ao desenvolvimento auditivo das crianças e exerce papel fundamental no acompanhamento de diversas patologias. A detecção e o tratamento precoces das perdas auditivas são fundamentais para um desenvolvimento adequado das crianças. Este diagnóstico é essencial para iniciar a intervenção médica e de equipes multidisciplinares, críticas para otimizar o desenvolvimento da comunicação e das habilidades sociais e escolares. Diante desse contexto, um protocolo de identificação e acompanhamento das solicitações de exames, com revisões daqueles casos considerados mais significativos, com comportamento auditivo suspeito ou quadros clínicos mais relacionados a perdas auditivas torna-se um processo regulatório de extrema importância para monitoramento de casos potencialmente graves.
Descrição da Experiência
Nesse contexto, avaliamos essa casuística descrita, a partir da listagem de pacientes em fila de espera de exames audiométricos, que consiste em uma população de 215 crianças com a faixa etária de 0 à 13 anos, com exames solicitados entre 2022 e 2024. Foram levantados dados de encaminhamentos nos prontuários, com a descrição do caso clínico e justificativa de solicitação do exame. O tempo médio para realização do exame pela rede pública pode configurar em torno de dois anos ou mais, motivo que levou a necessidade da realização do estudo. Foi feita consulta médica após análise e auditoria em prontuários para detectar evidências de fatores de risco para perda auditiva, persistência de queixas, existência de relatos de melhora e registro de exames apresentados. Atendimentos em serviços de urgência puderam ser analisados devido a integração do sistema, o que permitiu melhor análise de diversos casos.
A partir desta auditoria foram priorizados exames para aquelas crianças percebidas como mais vulneráveis e estas foram acompanhadas até as consultas de desfecho. Todos os dados foram registrados e tabulados em planilha própria para análise.
Objetivo e período de Realização Os objetivos do trabalho foram detectar possíveis casos de maior risco de perda que não haviam sido priorizados, avaliar postura e posicionamento da equipe de otorrinolaringologia quanto ao preenchimento de solicitações de exames e avaliar o impacto da revisão de fila de exames ao propiciar melhores desfechos clínicos. O estudo foi realizado entre o dia 01/04 à 05/06/2024.
Resultados Após a análise minuciosa dos prontuários pelo médico especialista, foi possível realizar diversas ações regulatórias garantindo um acesso mais equânime de acordo com a necessidade da população e princípios do SUS. Foi possível antecipar a detecção de perdas auditivas sensorioneurais e realizar encaminhamento antecipado destas crianças para reabilitação auditiva, em um contexto com cerca de 2% dos pedidos de exames avaliados que podem resultar neste tipo de perda. Também foram detectados casos de alterações tubárias com consequente perda auditiva do tipo condutiva que podem ser encaminhadas de forma mais precoce para tratamento cirúrgico - aproximadamente 5% dos casos avaliados e foram descartadas perdas auditivas em pacientes cujo diagnóstico diferencial entre perda auditiva e TEA (Transtorno do Espectro Autista) possibilitou encaminhamento adequado para terapia e acompanhamento - cerca de 5% dos casos. A microrregulação foi realizada de acordo com os protocolos existentes nos fluxos do SUS do município de Belo Horizonte e também de acordo com a capacidade técnico - científica da profissional responsável.
Aprendizado e Análise Crítica Após a análise minuciosa dos prontuários pelo médico especialista, foi possível realizar diversas ações regulatórias garantindo um acesso mais equânime de acordo com a necessidade da população e princípios do SUS. Foi possível antecipar a detecção de perdas auditivas sensorioneurais e realizar encaminhamento antecipado destas crianças para reabilitação auditiva, em um contexto com cerca de 2% dos pedidos de exames avaliados que podem resultar neste tipo de perda. Também foram detectados casos de alterações tubárias com consequente perda auditiva do tipo condutiva que podem ser encaminhadas de forma mais precoce para tratamento cirúrgico - aproximadamente 5% dos casos avaliados e foram descartadas perdas auditivas em pacientes cujo diagnóstico diferencial entre perda auditiva e TEA (Transtorno do Espectro Autista) possibilitou encaminhamento adequado para terapia e acompanhamento - cerca de 5% dos casos. A microrregulação foi realizada de acordo com os protocolos existentes nos fluxos do SUS do município de Belo Horizonte e também de acordo com a capacidade técnico - científica da profissional responsável.
Referências A importância do diagnóstico precoce da surdez infantil na habilitação do deficiente auditivo - Sousa, Luiz Carlos Alves de; Piza, Marcelo Ribeiro de Toledo; Costa, Sady Seilamen da; Colletes, Humberto Mastrocola; Pipano, Paulo Conz. Acta AWHO ; 17(3): 120-8, jul.-set. 1998.
NASCIMENTO, Gicélia Barreto et al. Indicadores de risco para a deficiência auditiva e aquisição da linguagem e sua relação com variáveis socioeconômicas, demográficas e obstétricas em bebês pré-termo e a termo. In: CoDAS. Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, 2020. p. e20180278.
GARDONI, Camila Cristello et al. Fatores de risco e prevalência da deficiência auditiva infantil em um serviço de Atenção à Saúde Auditiva. In: Anais do Congresso Capixaba de Medicina de Família e Comunidade. 2020. p. 110-110.
Fonte(s) de financiamento: Não há.
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