Roda de Conversa

06/11/2024 - 08:30 - 10:00
RC3.3 - Barreiras e facilitadores da regulação do acesso na produção do cuidado

52849 - ÍNDICE DE ABSENTEÍSMO DOS USUÁRIOS EM CONSULTAS AMBULATORIAIS EM MATERNIDADE TERCIÁRIA NO CEARÁ.
JANAIANA LEMOS UCHOA - EBSERH, DHARLENE GIFFONI SOARES - EBSERH, CLEVANICE MOREIRA NORTE - EBSERH, CLECIA REIJANE LUCAS DE OLIVEIRA BOECKER - EBSERH, JULIANA MARIA CAVALCANTE TEIXEIRA ALVES - EBSERH, FRANCISCA EDLA SANTOS LEITE GURGEL - EBSERH, POLYANA CARINA VIANA DA SILVA - EBSERH, GRACYELLE ALVES REMIGIO MOREIRA - EBSERH, CRISTIANE RIBEIRO DOS SANTOS FARIAS - EBSERH, MAX DJANO CORDEIRO RUFINO - EBSERH


Apresentação/Introdução
O Sistema Único de Saúde (SUS) é dos sistemas públicos de saúde mais complexo do mundo, em virtude da existência de várias determinantes sociais, sendo a diversidade regional uma das mais relevantes no processo de estruturação dos sistemas de saúde. Sendo assim, a qualidade da assistência ofertada à população sofre diversas intervenções que implicam na gestão do sistema, como por exemplo, o absenteísmo manifestado por diversos motivos que serão abordados posteriormente. O conceito se refere ao não comparecimento de uma pessoa ao local que se pretende cumprir uma obrigação ou desempenhar uma função. Na saúde, o absenteísmo ambulatorial de usuários consiste no ato de não comparecer às consultas e/ou aos procedimentos ambulatoriais agendados, sem qualquer comunicação prévia ao local de realização¹.

Objetivos
Identificar o índice de absenteísmo dos usuários nas consultas ambulatoriais médicas especializadas agendadas em um hospital de atenção terciária em saúde da mulher e obstetrícia do SUS, em Fortaleza, Ceará.

Metodologia
Consiste em um estudo exploratório, retrospectivo, descritivo, transversal, documental e quantitativo. A coleta dos dados primários da instituição foi realizada em maio de 2024 nos relatórios de atendimentos de consultas ambulatoriais do ano de 2023. Os dados foram tabulados no excel e a análise foi realizada por meio da técnica de estatística descritiva, análise horizontal e vertical.

Resultados e Discussão
No ano de 2023, foram agendadas 48153 consultas médicas especializadas, destas, 37788 (78,5%) consultas foram realizadas e o absenteísmo total foi de 6406 (13,3%) consultas. Estratificando os dados do absenteísmo (n=6406), o pré-natal de alto risco foi a especialidade com maior absenteísmo 1070 (16,7%) consultas, seguida da revisão de parto: 847 (13,2%) consultas e da mastologia 847 (13,2%) consultas. As especialidades com menor absenteísmos foram o Pré-natal de alto risco 1 (n=1, 0%), Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) (n=8, 0,1%), Teleconsulta (n=9, 0,1%) Histeroscopia (n=15, 0,2%). O absenteísmo desse estudo foi considerado dentro do tolerável por ser compatível com o menor índice internacional apresentado numa revisão sistemática que apontou uma taxa média mundial de absenteísmo de 23%, sendo os maiores índices encontrados na África (43,0%), seguido pela América do Sul (27,8%), Ásia (25,1%), América do Norte (23,5%), Europa (19,3%) e Oceania (13,2%)2. Em um estudo no Sul do Brasil as Taxas de absenteísmo e oferta de exames e consultas especializadas em 2014 a 2016 foram de 36,9%; 38,7 %e 39,8% respectivamente³ e menor também que o estudo realizado em Sudeste que foi de 27,9%4.





Conclusões/Considerações finais
Espera-se que este estudo possa contribuir com comparar com os dados de outras instituições com o mesmo perfil e internamente se possa elaborar planos de ação para diminuir o índice de absenteísmo ambulatorial, otimizando as vagas de consulta especializada no SUS, pois isso culmina em perdas de recursos públicos. Além disso, afetam a continuidade da assistência e a resolutividade, contribuem para o aumento das filas de espera e das demandas por urgência em consequência dessas faltas.

Referências
1. Santos JS. Absenteísmo dos usuários em consultas e procedimentos especializados agendados no SUS: um estudo em um município baiano. Vitória da Conquista. Dissertação [dissertação]. Salvador: Universidade Federal da Bahia; 2008; 33 p.

2. Dantas LF, Fleck JL, Cyrino Oliveira FL, et al. No-shows in appointment scheduling: a systematic literature review. Health Policy. 2018; 122(4):412-21.

3. Beltrame, SM. et al,. Absenteísmo de usuários como fator de desperdício: desafio para sustentabilidade em sistema universal de saúde. Saúde debate 43 (123) • Oct-Dec 2019 • https://doi.org/10.1590/0103-1104201912303 .

4. Farias, CML et al,. Tempo de espera e absenteísmo na atenção especializada: um desafio para os sistemas universais de saúde. Saúde debate 43 (spe5) 19 Jun 2020Dez 2019 • https://doi.org/10.1590/0103-11042019S516

Fonte(s) de financiamento: não houve financiamento.


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