Roda de Conversa

06/11/2024 - 08:30 - 10:00
RC2.16 - Saúde para os povos indigenas

54159 - AUTO ATENÇÃO EM ACIDENTES OFÍDICOS: DEPOIMENTOS INDÍGENAS
GISELE REIS DIAS - FIOCRUZ - AM/UEA, WUELTON MARCELO MONTEIRO - UEA, JACQUELINE DE ALMEIDA GONÇALVES SACHETT - UEA, MATEUS CHAGAS DE ALMEIDA - UFAM, ALTAIR SEABRA DE FARIAS - UEA, GILZA REIS DIAS LAVAREDA - UFAM, MAURÍCIO LOPES DA SILVA - PMJ


Apresentação/Introdução
As concepções de autoatenção, estão voltadas para ações coletivas, individuais e locais que busquem promover saúde, recuperação ou controle de uma enfermidade ou ocorrência. Estão inclusas nestas atitudes recursos naturais como plantas, rezas, rituais, benzimentos e outros.


Objetivos
Descrever depoimentos de autoatenção de indígenas Mundurukus em mordidas de cobras.

Metodologia
O estudo faz parte de um projeto amplo e atendeu à Resolução 466/2012, sendo aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Estado do Amazonas sob o CAAE: 17408719.2.0000.5016. Foram selecionados para esta amostra 12 (doze) participantes, entre os quais estão: Lideranças, anciões e membros da etnia Munduruku maiores de 18 anos, residentes entre o Municipio de Nova Olinda do Norte e Borba - AM. O estudo foi guiado pela abordagem qualitativa a partir de entrevistas em profundidade contendo perguntas abertas, diário de campo para registrar e anotar achados no decorrer da pesquisa e a observação participante.

Resultados e Discussão
Os resultados parciais deste estudo foram realizados nas aldeias Mucajá, Macambira, Vila Nova e Laranjal distribuidas entre os rios Canumã e Marimari. Para a análise dos dados optou-se pela triade da análise de conteúdo.

Entre os resultados parciais, tivemos 7 (sete) interlocutores do sexo masculino e 5 (cinco) do sexo feminino, e entre os depoimentos destacamos os que mais se aproximaram:

"A gente espreme o limão e coloca pólvora e dar pessoa beber, a pessoa baldia e aí vem todo o veneno naquele baldio, mas não vier, a gente faz outros remédios caseiros " (Munduruku I)

"Eu aprendi que o sumo do cupu é muito bom, mas não sei fazer" (Munduruku II) .

"Quando meu filho pegou picada de cobra, dei remédio caseiro, dei julica, ela parece o couro de cobra, é um pau. Eu peguei rapei o pau, tirei o sumo e coloquei na água pra ele tomar" (Munduruku III).

Com base nos relatos consideramos mencionar que os saberes e práticas tradicionais relatados foram herdados do próprio convívio familiar.

Conclusões/Considerações finais
Considerar o saber tradicional como uma ferramenta de integração à saúde indígena, torna-se não só um fator de respeito a cultura, mas a possibilidade de novos dialogos, espaços e estrategias que possam contemplar os povos residentes em aréas remotas.

Referências
MENÉNDEZ E. Intencionalidad, experiencia y función: la articulación de los saberes médicos. Desacatos, n.14, p. 33-69, 2005.
MENÉNDEZ E. Modelos, saberes y formas de atención de los padecimientos: de exclusiones ideológicas y de articulaciones prácticas. In: Menéndez E. De sujetos, saberes y estructuras: introducción al enfoque relacional en el estudio de la salud colectiva. Buenos Aires: Lugar Editorial; p. 25-72, 2009.

Fonte(s) de financiamento: CAPES


Realização:



Patrocínio:



Apoio: