06/11/2024 - 08:30 - 10:00 RC2.16 - Saúde para os povos indigenas |
53764 - BIOÉTICA E SEUS CONFLITOS COM OS SABERES E PRÁTICAS TRADICIONAIS DE INDÍGENAS NO AMAZONAS - AM MATEUS CHAGAS DE ALMEIDA - UFAM, GISELE REIS DIAS - FIOCRUZ/UEA, GILCE REIS DIAS DA SILVA - FIOCRUZ - PE, GILZA REIS DIAS LAVAREDA - UFAM, TAMIRIS MORAES SIQUEIRA - FIOCRUZ - AM, WUELTON MARCELO MONTEIRO - UEA, JACQUELINE DE ALMEIDA GONÇALVES SACHETT - UEA, ALTAIR SEABRA DE FARIAS - UEA
Contextualização A bioética diferente da ética, é muito mais do que apenas um direcionamento quanto a relações e fatos ocorridos no cuidado em saúde de caráter médico. A concepção do termo apresenta uma dimensão ampla que inclui os indivíduos (seres humanos) bem como o local onde estes estão inseridos. A reorganização e reestruturação da bioética neste campo, iniciou em países latino-americanos que dispunham de características culturais e institucionais que defendiam a diversidade na religião, culturas e sociedades, entre os quais destacavam-se os saberes tradicionais de povos indígenas e ocidentais como: Rezas, benzimentos, rituais e uso de plantas com terapias complementares.
Descrição da Experiência A proposição desta experiência faz reflexões a um estudo maior realizado com indígenas Mundurukus residentes nas aldeias Mucajá, Macambira, Vila Nova e Laranjal distribuidas entre os rios Canumã e Marimari (Município de Nova Olinda do Norte e Borba - AM), e foi inspirada a partir de uma pesquisa de campo de abordagem qualitativa onde confrontamos as questões bioéticas com os depoimentos dos interlocutores e selecionados ao estudo.
Objetivo e período de Realização Refletir sobre interculturalidade, saberes tradicionais e práticas assistenciais biomédicas a partir de um relato de experiência no território Munduruku.
Resultados Como resultado parcial do estudo foram entrevistados 12 (doze) indigenas classificados na categoria familiar e 16 (dezesseis) indígenas na categoria de especialistas, ao total tivemos uma amostra de 28 depoentes. Entre estes depoimentos observamos a perca e fragilidades do saber e prática tradicional de ambos os grupos, elucidados em falas afirmativas e frequentes sobre a restrição do cuidado familiar orientado pelos profissionais de saúde, o que gera conflito com a Política de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas que enfatiza a integração e efetividade dos saberes tradicionais e culturais com o modelo biomédico.
Aprendizado e Análise Crítica Pensar nas questões morais (Benefícios e riscos) que acercam os aspectos bioéticos atrelados a saúde dos povos indígenas, garante a atenção diferenciada e o exercício de promoção, proteção e reabilitação da saúde, respeitando os princípios do Sistema único de saúde (SUS) e a cultura tradicional de cada povo.
Referências HONORATO, M. M.; OLIVEIRA, N; P.; DOMINGUES, R. R. S.; CREMASCHI, R. M. C.;COELHO, F. M. S.; SILVA, J. A. C. Princípio bioético da autonomia na atenção à saúde indígena. Revista Bioética, v. 30, n. 2, p. 373-381, 2022.
REGO, S; PALACIOS, M; SIQUEIRA-BATISTA, R. Bioética para Profissionais de Saúde. Editora Fiocruz. p. 13-38 (cap.1;2), 2009.
SANTOS ACG, IAMARINO APM, SILVA JB, ZOLLNER ACR, SANTOS ACG, CONSTANTINO CF. Considerações bioéticas sobre a relação médico-paciente indígena. Rev. bioét. (Impr.) [Internet]. 2017.
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