05/11/2024 - 13:30 - 15:00 RC2.13 - O direito de ser, existir e lutar |
51907 - FLORIR: CICLO DE PROTEÇÃO E CUIDADO PARA CORPOS QUE MENSTRUAM. CLÁUDIA CORREIA MENDONÇA - PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU, ANALICE ALVES MARINHO - PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU, MAIRA IELENA CERQUEIRA NASCIMENTO - PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU, ALINE BARROS GUIMARÂES - PREFEITURA MUNICIPAL DE ARACAJU
Contextualização As mulheres historicamente sempre estiveram em posições desprivilegiadas necessitando lutar para romper padrões sociais, políticos, econômicos, mas sem dúvida a menstruação ainda é um tabu, fonte de exclusão, constrangimento e incertezas para os corpos que possuem útero e menstruam, além de impactar financeira e produtivamente a vida dessas pessoas e suas famílias.
Trazendo o tema menstruação para o âmbito das escolas, acrescentamos a problemática da evasão escolar no período menstrual, seja por por falta de acesso à insumos, recursos, infraestrutura ou conhecimento e ressaltamos que grande parte das alunas da escola pública são mulheres cis, negras, de baixa renda, que moram nas periferias da cidade.
Diante da necessidade de políticas públicas voltadas ao combate da chamada pobreza menstrual, foi criado na cidade de Aracaju, o Projeto Florir que disponibiliza mensalmente absorventes para pessoas que menstruam e realiza atividades de roda de conversa com ênfase no funcionamento do corpo, ciclo menstrual e discussões sobre direitos sexuais e reprodutivos de acordo com as faixas etárias.
Descrição da Experiência O projeto Florir consiste em rodas de conversa sobre menstruação e dignidade menstrual que acontecem em escolas públicas com pessoas do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos. Foi idealizado como uma estratégia pedagógica para promover discussões em roda sobre menstruação e dignidade menstrual. Essas conversas acontecem em escolas públicas com menstruantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos.
Esses encontros duram aproximadamente 60 minutos e são passadas orientações iniciais a respeito da menstruação, mas como a metodologia é pautada na escuta, a fala é franqueada para que as dúvidas, anseios, depoimentos sejam partilhados. A partir da coletânea das principais dúvidas das alunas foi elaborada a cartilha Florir, que contém perguntas, explicações, caça palavras, mitos, apelidos, o máximo de informações relacionadas à menstruação e dignidade menstrual. As pessoas que menstruam são cadastradas pelas escolas e recebem mensalmente pacotes de absorventes sendo incentivadas a exercer seu direito de acesso à informação e absorventes.
Objetivo e período de Realização O objetivo do Projeto Florir é fornecer mensalmente absorventes externos, instrumentalizar à respeito do que acontece com seus corpos biológica e emocionalmente, normalizar o processo da menstruação, incentivar as pessoas que menstruam a acessarem os serviços de saúde e assistência social buscando seus direitos menstruais e de saúde sexual e reprodutiva, exercendo plenamente sua dignidade menstrual. O Florir foi criado em setembro de 2021 e está ativo nos anos de 2022, 2023 e 2024 até o presente momento.
Resultados O projeto Florir tem alcançado vários resultados quantitativos, qualitativos e de formação de vínculos entre pares.
Em termos quantitativos, no último ano (2023)foram realizadas aproximadamente 70 rodas de conversa sobre menstruação e dignidade menstrual, disponibilizados mais de 65 mil pacotes de absorventes para aproximadamente 3.600 pessoas que menstruam.
Qualitativamente meninas de 10 anos puderam diminuir o medo à respeito da menarca, reduzindo traumas futuros, já que muitas famílias ainda não conversam sobre esse tema, adolescentes puderam se expressar à cerca de seus direitos sexuais e reprodutivos e mulheres com mais de 50 anos puderam tirar dúvidas sobre climatério e menopausa, bem como rever posturas e falas sobre menstruação para as gerações futuras.
A troca de experiência entre as diversas mulheres em torno das rodas de conversa, a possibilidade de discutir um tema tão importante e ao mesmo tempo tão esquecido entre os profissionais de educação, saúde e entre as próprias mulheres. E por fim a possibilidade de diversos profissionais em seus equipamentos também dialogarem sobre a questão da dignidade menstrual.
Aprendizado e Análise Crítica O trabalho de roda de conversa exige sensibilidade para entender os diversos perfis e necessidades dos grupos, a criação de uma roda de conversa ao longo do ano é pouco para discussão de um tema tão relevante e rodeado de tabus, a questão da mestruação como processo bioloógico e apenas B
Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Adolescentes e jovens para educação
entre pares: prevenção das DST, HIV e Aids.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Adolescentes e jovens para educação
entre pares: metodologias: sexualidade e saúde reprodutiva. Brasília: Ministério da Saúde,
2011. Ministério da Saúde.
BRASIL. Ministério da Saúde. Ministério da Educação. Guia para a formação de
profissionais de saúde e educação: saúde e prevenção nas escolas. Brasília: Ministério da
Saúde, 2011. Ministério da Saúde.
SERRÃO, Margarida et al. Sexualidade do adolescente: fundamentos para uma ação
educativa. Salvador: Fundação Odebrechet, 1999.
Fonte(s) de financiamento: Prefeitura Municipal de Aracaju
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