49881 - DIÁLOGOS ENTRE A GRADUAÇÃO E A PÓS-GRADUAÇÃO: OFERTANDO ESTUDOS SOBRE INTERSECCIONALIDADE E SAÚDE TATIANA WARGAS DE FARIA BAPTISTA - IFF/FIOCRUZ, FERNANDA RIBEIRO DOS SANTOS DE SÁ BRITO - UFRJ, CELITA ALMEIDA ROSÁRIO - FIOCRUZ, MICHELE NASIF ANTUNES - FIOCRUZ, MARI WARGAS DE FARIA BAPTISTA - PUC/RJ, DANIELLA LIMA DA FONSECA NOGUEIRA ALVES - PUC/RJ, LEANDRO AUGUSTO PIRES GONÇALVES - UFF, MÔNICA DE REZENDE - UFF
Contextualização No campo da saúde coletiva, os estudos sobre políticas públicas, as práticas de saúde e as condições de saúde de populações vulnerabilizadas ganham outras perspectivas sob o olhar da interseccionalidade, fundamental para compreender a realidade atual, marcada por desigualdades e opressões estruturais. Esse contexto atravessa as condições de vida das pessoas que utilizam o SUS e demandam cuidado dos profissionais de saúde.
Esse projeto reúne 6 vídeos curtos com exposições de 28 pesquisas realizadas no âmbito da pós-graduação em saúde coletiva com o objetivo de ofertar tais materiais como recursos educacionais em disciplinas e discussões nas universidades e outros espaços de formação, incluindo serviços. Todo o processo de construção dos vídeos foi feito em diálogo com os autores do estudo, juntamente com parceiros e com aproximações com estudantes de graduação, profissionais de saúde e docentes. A realização de rodas de conversa e a exposição dos vídeos está prevista na etapa final do projeto com o objetivo de ampliar o debate e levar a novas reflexões e construções de materiais.
Processo de escolha do tema e de produção da obra A produção dos vídeos iniciou com o levantamento de trabalhos de mestrado e doutorado e o convite à participação de autores. Reunimos estudos que realizam uma leitura interseccional sobre saúde, o que consideramos fundamental para compreender fenômenos estruturais que atravessam corpos vulnerabilizados, marcados por opressões de raça, gênero, classe, capacidades.
Numa primeira Oficina com a apresentação dos autores e seus estudos chegamos a um grupo de 28 participantes. Trabalhamos com a técnica da ‘chuva de ideias’ para reconhecimento dos temas de interesses e convergências possíveis entre as pesquisas. Num segundo momento chegamos à definição de 6 vídeos-curtos com os seguintes temas: O perigo de um método único; Direitos para quem? Eles combinaram de nos matar, a gente combinamos de não morrer; Corpo-existência Corpo-território; Você tem fome de que? Quem tu cuidas?
Os temas abordados pelos vídeos são questões vivenciadas na pesquisa em saúde e nos cotidianos dos serviços de saúde e são trazidos a partir de relatos, cenas e outros recursos de modo a alcançar o público a que se destina. O projeto é uma aposta na educação para transformação social e consolidação de direitos e justiça social. Uma aposta que a construção de um sistema público de saúde forte e inserido na realidade social potencializa-se a partir dos processos formativos e na aproximação com o campo científico.
Objetivo e período de Realização O objetivo do projeto é, a partir de pequenos vídeos, promover o acesso, de graduandos e profissionais de saúde, a resultados de pesquisas inéditas realizadas por mestrandos e doutorandos de Pós-Graduações em Saúde Coletiva, trazendo questões práticas e atuais para debate e reflexão. O projeto teve início em julho de 2023 e término previsto, com entrega e divulgação dos vídeos, em setembro de 2024.
Descrição da Produção A Série ´Diálogos em Saúde Coletiva’ apresenta os seguintes temas:
O perigo de um método único - Discute-se como metodologias prescritivas e formatações dificultam processos de cuidado e a construção de conhecimento com respostas que venham ao encontro do que acontece na vida cotidiana de pessoas.
Direitos para quem? – Discute-se como o direito à saúde não é garantido para todas as pessoas, considerando em especial a universalidade e a integralidade.
Eles combinaram de nos matar, a gente combinamos de não morrer – No diálogo com lideranças do movimento negro, profissionais de saúde e usuários discute-se como o racismo se expressa no cenário da saúde e no cotidiano, e as tecnologias utilizadas para enfrentar o racismo.
Corpo-existência Corpo-território – Abordam-se as estratégias de controle que incidem sobre o corpo feminino a partir das tecnologias de saúde.
Você tem fome de que? – A partir da discussão sobre FOMES discute-se os conflitos entre ausências de direitos pela lente interseccional.
Quem tu cuidas? - Cenas que se passam na assistência à saúde são trazidas para se discutir as formas de cuidado ou descuidado que se apresentam nas práticas cotidianas da saúde.
Análise crítica da obra Este projeto surge a partir da percepção que há um conjunto de pesquisas sendo realizadas no cotidiano das pós-graduações que precisam ser melhor e mais difundidas de modo a alcançar o quanto antes um público que esteja em formação nas graduações ou nos serviços de saúde. Potencializar esse diálogo significa ofertar a jovens graduandos e profissionais de saúde o acesso e interação com o meio científico, contribuindo também para que a ciência seja compreendida de forma mais participativa e inclusiva. Desse modo, a inovação deste projeto é no que se propõe a realizar de diálogos sobre o conhecimento que se produz nas pós-graduações convidando graduandos e profissionais de saúde a novas reflexões sobre os temas de pesquisa, alimentando também os ambientes de formação de temas significativos e de interesse dos serviços e população. Significa trazer desde a graduação destes alunos a identificação e aproximação de temáticas presentes no cotidiano das práticas dos profissionais de saúde e objetos de estudos científicos desenvolvidos no campo da saúde coletiva que abordam questões de gênero, raça e classe a partir de uma lente interseccional. O principal desafio da produção de vídeo tem sido a construção de uma linguagem acessível, dinâmica e atrativa.
Referências Rosario, Celita Almeida. Sentidos da universalidade na VIII Conferência Nacional de Saúde: entre o conceito ampliado de saúde e a ampliação do acesso a serviços de saúde. Saúde em Debate, v.44, n.124, 2020.
Queiroz, Veronica Santana. Quando se fecha os olhos e vê: por uma metodologia afetiva. v. 16 n. 3, 2022.
Ferraz, Lucimare; Pereira, Rui PG; Pereira, Altamiro MRC.Tradução do Conhecimento e os desafios contemporâneos na área da saúde: uma revisão de escopo. v. 43 n. especial 2 nov 2019.
Oelke, Nelly D; Lima, Maria Alice DS; Acosta, Aline M. Translação do conhecimento: traduzindo pesquisa para uso na prática e na formulação de políticas. Rev Gaúcha Enferm. 2015 set;36(3):113-7.
Fonte(s) de financiamento: Inova Fiocruz
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