50860 - OPINIÃO DOS SERVIDORES E SERVIDORAS DAS VIGILÂNCIAS SANITÁRIAS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE SOBRE O PONTO ELETRÔNICO E O PROCESSO DE TRABALHO MARCOS ANDRÉ DE OLIVEIRA - PREFEITURA MUNICIPAL DO IPOJUCA - PE, JULIANA CHIAPPORI ROCHA SOUZA - PREFEITURA MUNICIPAL DO IPOJUCA - PE, CLÉZIA MARIA DA SILVA FERREIRA - PREFEITURA MUNICIPAL DO IPOJUCA - PE, LENIVALDA DA SILVA NOGUEIRA - PREFEITURA MUNICIPAL DO IPOJUCA - PE, JOSIMAR TEIXEIRA DA SILVA - PREFEITURA MUNICIPAL DO IPOJUCA - PE, ALESSANDRA DO NASCIMENTO SANTOS - PREFEITURA MUNICIPAL DO IPOJUCA - PE
Contextualização A implantação do ponto eletrônico como forma de controle da frequência e do horário no setor público pode não ser capaz de melhorar a dinâmica do processo de trabalho. Mesmo assim, alguns municípios da Região Metropolitana do Recife – PE, passaram a utilizar essa forma de sistema de controle, sob a alegação de que seria uma forma de cumprimento não só do comparecimento ao trabalho, como também da carga horária mensal. Há ainda a alegação dos respectivos gestores municipais, de que seria uma recomendação do Ministério Público de Pernambuco. Entretanto, essa mudança tem provocado muitas inquietações e incertezas entre os servidores e servidoras das Vigilâncias Sanitárias desses municípios. A desmotivação associada a sensação de desvalorização tornou-se evidente, principalmente pelo motivo da isenção da obrigação de cumprir, que foi permitida apenas para algumas categorias de servidores, ou seja, uns precisam cumprir rigorosamente a frequência e o horário, enquanto outros não. Seguindo essa mesma linha de pensamento, nos outros municípios poderá, por conseguinte, refletir negativamente não só na motivação, como também na diminuição da produtividade, piorar as relações entre as pessoas, aumentando os níveis de estresse e de adoecimentos, em virtude da pressão psicológica a que todos os servidores e servidoras estarão sujeitos.
Descrição da Experiência Um total de 62 servidores e servidoras de 04 municípios da Região Metropolitana do Recife – PE, responderam a um questionário com 10 perguntas, com indagações sobre o assunto, conforme abaixo:
1 - Você é a favor do ponto eletrônico ? S N
2 - Na sua opinião é uma forma eficiente para o cumprimento da frequência e do horário de trabalho ? N S
3 - É uma maneira eficaz de avaliação do trabalho ? S N
4 - Você acha justo que a cobrança não valha para todos ? S N
5 - Somente o cumprimento da frequência e da carga horária são suficientes para melhorar a dinâmica do trabalho ? S N
6 - O processo de trabalho pode melhorar com essa medida ? S N
7 - Pode melhorar a produtividade ? S N
8 - Pode alterar as relações entre as pessoas no local de trabalho ? S para pior S para melhor N altera
9 - Pode aumentar os níveis de estresse, principalmente por aqueles que precisam cumprir duas jornadas de trabalho ? S N
10 - O aumento do estresse provocado por essa mudança, pode aumentar também a ocorrência de adoecimentos dos servidores e servidoras ?
Objetivo e período de Realização O objetivo desse relato de experiência realizado nos meses de abril e maio de 2024, foi demonstrar que essa forma de controle da frequência e do horário dos servidores e servidoras das Vigilâncias Sanitárias desses 04 municípios, pode não ser eficiente para melhorar o desempenho no trabalho e, consequentemente, proporcionar às populações desses municípios, uma melhor qualidade dos serviços prestados.
Resultados Os resultados apresentados foram os seguintes: 51 (82,45%) servidores e servidoras foram contra o ponto eletrônico; os mesmos 51 (82,45%) não acham eficiente para o cumprimento do horário; 56 (91,22%) não acham eficaz para avaliar o trabalho; 60 (98,21%) não acham justo que alguns fiquem de fora da obrigação; 59 (96,49%) não acreditam na melhoria da dinâmica do trabalho só com o cumprimento da frequência e do horário; 55 (89,47%) não acreditam na melhoria do processo de trabalho com a mudança; os mesmos 55 (89,47%) não acreditam num impacto positivo na produtividade; apenas 7 (12,5%) acham que pode melhorar as relações interpessoais; 42 (67,85%) acham que pode piorar as relações interpessoais; 12 (19,64%) acham que não altera as relações interpessoais; 58 (93,54%) acham que pode aumentar o estresse, principalmente pra quem têm duas jornadas de trabalho e 100% acham que o aumento do estresse provocado pela mudança, pode aumentar a ocorrência de adoecimentos dos servidores e servidoras.
Aprendizado e Análise Crítica Pode-se concluir, então, que o bom funcionamento da máquina pública deve ser um desejo de todos os envolvidos, entretanto, precisa ser construído principalmente através de um gerenciamento adequado das pessoas, com o respeito incondicional ao princípio da equidade, com a valorização de todos os atores envolvidos e com o compromisso individual de cada servidor e servidora. O objetivo principal é sempre pensar no bem da coletividade. Por isso, o processo de humanização dos servidores públicos e, sobretudo, os da saúde, deve ser sempre um objetivo a ser alcançado.
Referências Prefeituras municipais da Região Metropolitana do Recife - PE, Brasil.
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