48884 - A MEMÓRIA DA EDUCAÇÃO E DO TRABALHO NA SAÚDE NO BRASIL: IMPORTÂNCIA DA SUA PRESERVAÇÃO À LUZ DA COMUNICAÇÃO INSTITUCIONAL TANIA MARIA PEREIRA DE MELLO - UFG, JOSÉ RODRIGUES FREIRE FILHO - UFG E USP, JÉSSICA TRAGUETTO - UFG
Apresentação/Introdução A preservação da memória histórica é uma prática antiga, essencial para a evolução do conhecimento humano. Filósofos, historiadores e comunicólogos se dedicam a evitar o esquecimento dos fatos históricos. Desde a antiguidade, as bibliotecas guardam conhecimentos, ampliados com a invenção da imprensa. A memória, diferente da história, reflete interpretações individuais e coletivas, influenciadas por aspectos sociais e emocionais. No Brasil, a Constituição de 1988 garante acesso à informação, fortalecendo a democratização do conhecimento histórico. A gestão da comunicação institucional é fundamental para preservar a memória, promovendo o sentimento de pertencimento. O Sistema Único de Saúde (SUS), criado em 1990, democratizou os serviços de saúde. A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (PNEPS), desde 2004, busca identificar necessidades na área de saúde, mas sua disseminação entre os trabalhadores ainda é desafiadora, destacando a importância da comunicação institucional. Esta pesquisa investiga se as políticas de saúde garantem a preservação efetiva da memória institucional e o papel estratégico da comunicação nesse processo.
Objetivos Objetivo geral: Analisar a memória institucional da Secretaria de Gestão do Trabalho e de Educação em Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde desde a criação da PNEPS, com base na Comunicação Institucional.
Objetivos Específicos: a) Identificar estratégias de preservação da memória na saúde; b) Investigar o papel da comunicação na sustentabilidade da Política Nacional de Educação Permanente em Saúde; c) Discutir a relevância da comunicação para a memória na saúde.
Metodologia A pesquisa adotou três abordagens: entrevistas, questionários e revisão integrativa da literatura. A vertente qualitativa proporcionou detalhes sobre experiências humanas, enquanto a revisão da literatura contextualizou o estudo. Foram entrevistados gestores da SGTES/MS e aplicados questionários a colaboradores da área de Comunicação. A análise de conteúdo categorizou as respostas. O estudo foi realizado na SGTES/MS, considerando sua importância na formulação de políticas de saúde.
Resultados e Discussão Os resultados demonstram que há reduzido número de estudos que versam sobre a temática e que a conservação da memória institucional é fundamental para sustentabilidade dessa agenda no Brasil. A comunicação institucional se apresenta, por sua vez, como uma ferramenta para garantir a preservação da memória institucional para implementação da PNEPS e a compreensão de sua historicidade. As entrevistas revelaram que, embora a conscientização sobre a importância da memória institucional na área de educação e trabalho na saúde seja crescente, ainda incipiente. A aplicação do questionário sinalizou que a memória institucional na área pesquisada é vulnerável a mudanças governamentais. Apreendeu-se que é fundamental o investimento em medidas que oportunizem a implementação da memória institucional no âmbito das organizações, mediada pela comunicação institucional, para que a educação e o trabalho na saúde no Brasil sejam preservados como parte de uma política fundamental para o Sistema Único de Saúde (SUS) e que não fiquem dependentes de alternância de governos, sobretudo nesses 20 anos da SGTES. Sendo assim, a comunicação institucional emerge como um componente estratégico nesse processo, cumprindo sua função que é além da informação, a preservação da memória institucional, fortalecendo a cultura organizacional. A pesquisa produziu evidências que podem orientar futuras ações para preservação da memória institucional da educação e do trabalho na saúde no Brasil.
Conclusões/Considerações finais A pesquisa revela a escassez de estudos sobre a preservação da memória institucional na saúde no Brasil, especialmente na área da comunicação e PNEPS. Entrevistas com gestores destacam a importância da documentação para a sustentabilidade da PNEPS, mas enfrentam desafios, como interrupções devido a mudanças governamentais. O questionário reflete a percepção da importância da preservação, porém, com obstáculos como falta de recursos e diretrizes claras. Recomenda-se normativas para garantir a continuidade da memória, com a comunicação institucional coordenando as iniciativas. Essa abordagem é estratégica devido ao reconhecimento da importância da comunicação, dos desafios enfrentados na área, da vulnerabilidade a mudanças governamentais, da expertise em comunicação e da capacidade de promover acesso público e transparência. A pesquisa aponta para a importância da comunicação institucional na preservação da memória da PNEPS, apesar das limitações da pesquisa.
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