51343 - UNIVERSIDADES PROMOTORAS DA SAÚDE: CONSTRUINDO MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS JULIANA VIEIRA DE MORAES - UFF, VERA MARIA SABÓIA - UFF, GABRIELA SILVA DOS SANTOS PRADO - UFF, MARIA BEATRIZ VIEIRA - UFF, LARYSSA MEDEIROS - UFF, TATIANE LUQUEZ - UFF, BRUNA DA COSTA BUENO - UFPR, DAIANA KLOH KHALAF - UFPR
Apresentação/Introdução Sob a perspectiva da intersetorialidade e da promoção de ambientes propícios à saúde, destaca-se a responsabilidade social das Instituições de Ensino Superior (IES) em relação à saúde da comunidade acadêmica e do seu entorno. As IES desempenham uma responsabilidade social na construção de conhecimento sobre Promoção da Saúde (PS). O movimento das Universidades Promotoras de Saúde (UPS) traz em seu bojo a implementação de políticas colaborativas, buscando promover a participação dos indivíduos. Com a Carta de Edmonton, oficializou-se a Rede Ibero-Americana de UPS constituindo um marco unindo as instituições comprometidas com o bem viver da comunidade acadêmica e seu entorno. Essas instituições possuem projetos que criam ambientes acolhedores para aqueles que dedicam suas vidas à dinâmica proposta pela rede de UPS. Este estudo se justifica pela inserção da "Promoção da Saúde" na Agenda Nacional de Prioridades de Pesquisa em Saúde, no eixo 18. Além disso, visa verificar a receptividade das práticas promotoras da saúde pela comunidade acadêmica e entender como as escolhas podem contribuir no apoio à saúde global, integrada à Agenda 2030 e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Este estudo, justifica-se ainda na percepção de que os futuros profissionais terão responsabilidade no desenvolvimento e na defesa de políticas de saúde, assim como nas decisões a respeito delas.
Objetivos Analisar Políticas de Promoção da Saúde, desenvolvidas por Instituições de Ensino Superior brasileiras, afiliadas à Rede Ibero-Americana de Universidades Promotoras da Saúde.
Metodologia Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, exploratória, descritiva realizada por meio da análise de documentos confeccionados e compartilhados pelas IES brasileiras afiliados à Rede Ibero-Americana de UPS. Assim, realizou-se um levantamento nos sites dessas IES, no período de março a novembro de 2023. Na sequência, procedeu-se a uma pré-análise dos documentos, tendo como critério de inclusão documentos intitulados como Política de Promoção da Saúde, cuja consulta de acervo estava livre pela internet. As IES foram divididas segundo as cinco macrorregiões brasileiras, ou seja, Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sul e Sudeste. Para a organização dos dados, fez-se uma planilha do Microsoft Excel® com as seguintes variáveis: há/não há documentos(s); tipo(s) do(s) documento(s); ano e mês de publicação; nome da universidade; público alvo referido e link para acessá-lo. Na análise, adotou-se a Análise de Conteúdo do tipo temática, evidenciando os significados emergentes no material, em consonância com os objetivos e fundamentos teóricos da pesquisa.
Resultados e Discussão No Brasil, há 26 IES filiadas à RIUPS, sendo oito na região Sul; três na região Nordeste; uma na região Norte; nove na região Sudeste; e cinco na região Centro-oeste. Foram encontrados 17 documentos sobre ações promotoras da saúde pontuais e contínuas, que objetivam o alcance do bem viver da população acadêmica nas IES. Os tipos de documentos encontrados foram: manuais, caderno educativo, ebook, guias e cartilhas. Quanto aos documentos identificados, 17 deles abordaram aspectos gerais da Promoção e Prevenção da Saúde, incluindo atendimentos clínicos, sendo que aspectos como a alimentação e exercícios físicos, são mencionados e estimulados. Diante do levantamento realizado, pode-se constatar que as IES do Sudeste e Sul foram responsáveis por 70,6% das publicações totais do Brasil. As IES possuem potencial para promover a saúde da comunidade acadêmica e seu entorno, ao fomentar a constituição de ambientes seguros e sustentáveis de seus membros. Tal capacitação às IES fortalecem seu compromisso social e os indivíduos exercitarem sua responsabilidade individual e coletiva sobre a saúde, ao reorientar seus modos de vida, e participar nas discussões que impactarão nas políticas de saúde. Alguns estudos indicam que o ambiente universitário tem sido associado ao adoecimento físico e mental da comunidade acadêmica. Deste modo, observa-se que o movimento das UPS é necessário de ser institucionalizado e implementado, desde que a IES viabilize o apoio institucional e fortaleça a participação da comunidade acadêmica e seu entorno, ratificando a autonomia e a formação de redes, contribuindo para mudanças nos contextos, buscando a transformação de contextos que visam o bem viver de todos os indivíduos que ali convivem.
Conclusões/Considerações finais A afiliação das instituições brasileiras à Rede Ibero-Americana de UPS fortalece o compromisso social das IES e organiza discussões sobre políticas e programas de PS, ampliando o debate em diversos ambientes. Contudo, há uma concentração dessas instituições nas regiões Sudeste e Sul, resultando em maior produção de materiais educativos nessas áreas. Apesar do uso de mídias sociais para promover a saúde, observa-se a necessidade de aumentar a comunicação direta via e-mail ou plataformas institucionais. As ações promotoras da saúde são variadas, mas a desigualdade regional na produção e disseminação dos materiais indica a necessidade de estratégias mais equilibradas e inclusivas para uma sociedade sustentável e equitativa.
Referências ARROYO, Hiram V. “El Movimiento de Universidades Promotoras de La Salud.” Revista Brasileira Em Promoção da Saúde , vol. 31, no. 4, 21 Dec. 2018, 10.5020/18061230.2018.8769.
CARTA DE OKANAGAN. Okanagan charter: an international charter for health promoting universities & colleges. Kelowna, British Columbia, Canada. 2015. Disponível em: http://internationalhealthycampuses2015.sites.olt.ubc.ca/files/2016/01/Okanagan- Charter-January13v2.pdf.
DESLANDES, SF. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. In: Minayo MC. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Petrópolis: Vozes; 2002. p. 67-80.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016.
Fonte(s) de financiamento: Nao há.
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