52636 - RESULTADOS DOS INSIGHTS DE AVALIAÇÃO DO SERVIÇO DE TELEFARMÁCIA NO ATENDIMENTO DE PESSOAS COM DIABETES NA ATENÇÃO PRIMÁRIA: UM ESTUDO PILOTO REIJANE MARA PINHEIRO QUEIROZ - UFC, ITALO NUNES ARRAIS DE SOUSA - UFC, NÍVIA TAVARES PESSOA DE SOUZA - SMS, AFONSO MIGUEL DAS NEVES CAVACO - FFUL, NIRLA RODRIGUES ROMERO - UFC, MARTA MARIA DE FRANÇA FONTELES - UFC
Apresentação/Introdução A comunicação digital direcionada ao paciente pelos profissionais de saúde sobre o uso de intervenções de autocuidado pode ajudar a implementar, monitorar e avaliar os resultados de saúde (WHO, 2022). Dito isso, a telefarmácia no Brasil é bem recente, sendo regulamentada através da resolução nº 727 de 30 de junho de 2022 pelo Conselho Federal de Farmácia CFF, órgão que regulamenta a profissão farmacêutica. No tocante ao diabetes, os resultados clínicos, o estado de saúde e o bem-estar são os principais objetivos da educação e do apoio ao autogerenciamento da doença, que devem ser medidos como parte dos cuidados de rotina (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2022). Nesse sentido, a telefarmácia utiliza como base o modelo de cuidado farmacêutico, que deve ser centrado na pessoa e em suas necessidades (GOSSENHEIMER, 2020). Logo, a telefarmácia é uma ferramenta complementar necessária para fornecer cuidados farmacêuticos especializados e, assim, melhorar os resultados de saúde, maximizando a segurança e a satisfação do paciente (MORILLO-VERDUGO et al., 2020).
Objetivos Apresentar os resultados de insights (questionários elaborados para avaliação do serviço de telefarmácia), avaliados por farmacêuticos e pessoas com diabetes na atenção primária à saúde – APS.
Metodologia Considera-se um estudo do tipo longitudinal, prospectivo, não randomizado, envolvendo pessoas com diabetes e farmacêuticos que atuam na APS. Para avaliar o atendimento dos farmacêuticos e dos participantes, utilizou-se questionários com escala nominal que se denominou insights. Os participantes foram acompanhados por meio de um aparelho telefônico móvel no período de três meses. Para avaliar o formulário de acompanhamento de pessoas com diabéticas, os farmacêuticos responderam um questionário de cinco perguntas com escala nominal variando de muito bom a muito ruim. De forma análoga desenvolveu-se um questionário com uma escala nominal variando de discordo fortemente a concordo fortemente para os participantes avaliarem o serviço de telefarmácia para o autocuidado apoiado no diabetes. Os dados obtidos nos Formulários Google utilizados, foram exportados para o Microsoft Excel para processamento dos dados. A análise dos dados e gráficos foram realizadas utilizando o programa R Studio O estudo cumpriu com as diretrizes e normas de pesquisa envolvendo seres humanos e foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Ceará - COMEPE (CAAE: 48468321.00000.5054).
Resultados e Discussão Após critérios definidos, (n= 635) pessoas foram contactadas. Não atenderam as ligações após três tentativas realizadas em dias intercalados (n= 106) e, após o contato, aceitaram participar do estudo (n=342) finalizando o estudo (n=180) pacientes. Sete farmacêuticos participaram do estudo e cinco concordaram em responder ao questionário de avaliação do formulário para telefarmácia. Desses (n=4) 80% concordaram que o formulário para atelefarmácia continha todas as informações necessárias ao atendimento com o paciente. Alguns comentários foram citados, como: “os pacientes achavam as perguntas repetitivas”, “acredito que uma quantidade menor de paciente por farmacêutico seria melhor, para dar um retorno melhor”. Os pacientes também avaliaram o serviço de telefarmácia. Quanto à qualidade do atendimento realizado pelo farmacêutico (n=170) 94,9% avaliaram como ‘muito bom’ e (n=164) 91% consideraram que o farmacêutico capta as suas dúvidas e preocupações ‘muito bem’. Assim, verifica-se que na avaliação do serviço de telefarmácia pelos pacientes, considerou-se bom desempenho dos farmacêuticos e boa aceitação do serviço utilizado por eles, concordando com os resultados de um estudo que envolveu inquérito sobre a avaliação do serviço de telefarmácia com pacientes, demonstrando boa percepção do serviço por parte destes. (ALNAJRANI et al., 2022 E NDUKA, 2022).
Conclusões/Considerações finais A aplicação dos questionários serviu como reflexão para melhorar o serviço de telefarmácia. O processamento e avaliação dos insights (questionários aplicados para os pacientes e profissionais) foram elaborados com intuito de facilitar a comunicação entre farmacêuticos e pacientes, de forma que o autocuidado apoiado a pessoas com diabetes seja uma possibilidade para a modalidade remota, no caso a telefarmácia. Vislumbra-se então, a aplicação desse serviço como apoio aos usuários do SUS e também para a equipe de saúde na APS. No entanto, percebe-se que alguns pontos ainda precisam ser melhorados e adaptados para situações específicas do acompanhamento de pessoas com diabetes.
Referências
WHO. Guideline on self-care interventions for health and well-being. 2022. Acesso em: 30 de maio de 2023.
ADA. 5. Facilitating Behavior Change and Well-being to Improve Health Outcomes: standards of medical care in diabetes: 2022. Diabetes Care, v. 45, n. 1, p. 60-82, 2021.
GOSSENHEIMER, A. N.; RIGO, A. P.; SCHNEIDERS, R. E. Organização do serviço de telecuidado farmacêutico como estratégia de combate à covid-19. (Porto Alegre), v. 26, n. 3, p. 524-535, 2020
HASHIM, M. J. Patient-Centered Communication: Basic Skills. Am Fam Physician, v. 95, n. 1, p. 29-34, 2017.
MORILLO-VERDUGO, R. et al. Implementation of pharmaceutical care through Telepharmacy: A guide for professionals and patients. Farm Hosp. v. 46, n. 7, p. 115-122, 2022., v. 7, p. 1- 13, 2019.
ALNAJRANI, R. H. et al. An Assessment of the Knowledge, Perception, and Willingness to Use Telepharmacy Services Among the General Public in the Kingdom of Saudi Arabia. 2022
Fonte(s) de financiamento: Este trabalho foi financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).
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