53801 - NÓS E OS LAÇOS NO CONTROLE DA SIFILIS EM UM MUNIPICIO DO LESTE DE MINAS GERAIS LARISSA MAQUILANE MENEZES - PMI, JOSIANE MARCIA DE CASTRO - PMI, ANA MARINA ORNELAS AMORIM SILVA - PMI, CINTIA DE ALMEIDA TEIXEIRA - PMI, ELISANGELA ALVES SANTANA - PMI, ANA CAROLINE MARQUES OLIVEIRA - PMI, ANDERSON AQUILES SILVA - PMI, WALISSSON MEDEIROS - PMI, ROBERTA CELY COSTA RIBEIRO CONRADO - PMI
Contextualização A expansão da epidemia de infecções sexualmente transmissíveis na população brasileira trouxe como consequência o incremento do número de crianças infectadas, por transmissão vertical. Neste cenário, a sífilis congênita, por exemplo, representa um agravo de considerada morbidade e mortalidade intrauterina e perinatal, ainda vista como um sério problema de saúde pública. É uma doença de caráter prevenível e passível de controle, desde que a gestante infectada seja diagnosticada precocemente e que seja instituído um tratamento adequado. No entanto há inúmeros desafios encontrados pelos enfermeiros da Atenção Básica ao realizar o tratamento nas gestantes e nos parceiros sexuais. As altas taxas de transmissão vertical e formas graves da doença, podem estar associadas à baixa qualidade da assistência. A detecção precoce, o manejo apropriado dos casos, o tratamento oportuno e a conscientização da população são ações para promover o declínio dessa infecção tão agressiva. Pensando por esta vertente a Vigilância Epidemiológica do município de Ipatinga criou o Comitê Municipal de Investigação da Transmissão Vertical de HIV, Sífilis e Hepatites B e C, em 04 de novembro de 2022, com reuniões mensais para a investigar os casos de transmissão e propor medidas de educação em saúde e qualificação profissional.
Descrição da Experiência As reuniões do Comitê são realizadas mensalmente no setor da Vigilância Epidemiológica, com representantes de cada departamento da saúde, como médicos, enfermeiros e assistente social diretamente e indiretamente ligados à prevenção da transmissão vertical. Durante a reunião são discutidos casos por região de abrangência e assim sendo possível construir relatórios que possam constituir subsídios para aperfeiçoamento das políticas de redução da transmissão vertical, realizar monitoramento permanente dos casos e colaborar para a qualificação dos registros. Após as análises das investigações e sensibilizar os diversos setores da sociedade envolvidos com a prevenção da transmissão vertical, é possível tratativas especificas para cada território, permitindo ações adaptadas a cada realidade.
Objetivo e período de Realização A criação do comitê em 04 de novembro de 2022, no município de Ipatinga, tem como objetivo compreender as dificuldades que cada profissional enfrenta em sua determinada área de abrangência no controle da transmissão vertical. Assim ao discutir os casos, identificar o problema e de forma multiprofissional propor soluções que se enquadram em estratégias para aumentar a adesão ao tratamento da infecção e em capacitações aos profissionais em busca de manter o padrão do pré-natal de qualidade.
Resultados A atuação do Comitê promoveu melhorias nas consultas de pré-natal, favoreceu a busca ativa, registro em prontuário correto, preenchimento completo das notificações, fluxos bem estabelecidos. Devido às dificuldades dos usuários em realizar o tratamento para sífilis pelo horário de funcionamento da farmácia e disponibilidade do farmacêutico a vigilância epidemiológica de Ipatinga criou a nota técnica n°01/22 “Esclarecimentos sobre a dispensação de Benzilpenicilina e melhor adesão ao tratamento da Sífilis” contribuindo com a acessibilidade. Para favorecer a adesão ao tratamento e diminuir a incidência de Sífilis Congênita criou o “Termo de Declaração de Comunicação, Ciência e Esclarecimento sobre a necessidade da realização do tratamento da sífilis em gestante e parceiro” e o “Termo sobre a Necessidade da Realização dos Exames e Consultas da Criança com Sífilis Congênita e da Criança Exposta”. Sabe-se que o trabalho é contínuo, porém toda ação planejada reflete positivamente. Em 2021 foram notificados 62 casos de sífilis congênita, em 2022, 53 casos e em 2023, 46 casos. Até o presente ano o município de Ipatinga vem diminuindo seus casos gradativamente
Aprendizado e Análise Crítica A ocorrência de sífilis congênita ainda apresenta níveis preocupantes e constitui-se um desafio para todas as esferas governamentais, profissionais de saúde e população em geral. Os desafios na adesão da gestante e dos parceiros para o tratamento das infecções estão elencadas ao desconhecimento sobre a doença, a baixa escolaridade, a precariedade socioeconômica, a exposição de riscos e comportamentos de vulneráveis. A realização do comitê busca mostrar aos profissionais de saúde que mesmo o número de infecções sexualmente não transmissíveis não diminuírem significantemente com todas as ações realizadas. A intenção do comitê é ser o elo ininterrupto entre a usuária e o serviço de saúde, acompanhando todos os casos diagnosticados até a alta por cura, realizando o tratamento dos parceiros e, investigando todos os casos. Propor medidas de adequação do serviço municipal a fim de otimizar o serviço e estabelecer novos fluxos de atendimento aos usuários diagnosticados. É uma doença que não pode ser ignorada. Apesar dos inúmeros esforços em desatar os nós, permanece como um problema de saúde pública, pois sua cadeia de transmissão não foi quebrada, por envolver a mãe, pai, recém-nascido, e depender da mobilização de muitas pessoas. Ações eficazes de erradicação e redução da transmissão vertical são necessárias.
Referências CODENOTTI, Stefano Barbosa. Projeto" Sífilis Não": o apoio a estados na integração das ações de vigilância em saúde e atenção primária à saúde. 2023. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
DA SILVA ALVES, Tiara et al. Perfil epidemiológico da sífilis gestacional e congênita em uma área de abrangência da região Pinheirinho de São José do Rio Preto. Global Academic Nursing Journal, v. 4, n. 1, p. e344-e344, 2023.
DE OLIVEIRA FERRE, Adriana Aparecida et al. Estratégias para o controle da Sífilis Congênita no município de Diadema-SP. BIS. Boletim do Instituto de Saúde, v. 19, n. supl, p. 9-12, 2018.
ZILIO, Carla; BALDIN, Sandra Regina Rocha. CONTRIBUIÇÕES DO APOIADOR DE PESQUISA E INTERVENÇÃO DO PROJETO SÍFILIS NÃO NA IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES ESTRATÉGICAS NO ENFRENTAMENTO À SÍFILIS NO MUNICÍPIO DE ALVORADA/RS. Revista Brasileira de Inovação Tecnológica em Saúde-ISSN: 2236-1103, v. 10, n. 4, p. 6-6, 2020.
Fonte(s) de financiamento: PREFEITURA MUNICIPAL DE IPATINGA-DEPARTAMENTO DE VIGILANCIA EM SAUDE.
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