52714 - ACESSO AOS SERVIÇOS DE SAÚDE POR POPULAÇÕES RURAIS E RIBEIRINHAS NO BRASIL: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA LARISSA MARIA REGIS DA SILVA - UEA, CARLA RAFAELA GOMES DA SILVA - UEA, ELLEN CRISTINE DE OLIVEIRA SILVEIRA - UEA, REBECA ARCE GUILHERME - UEA, GIANNE ZUPELARI DOS SANTOS MELO - UEA, GLAUCIA MARIA DE ARAUJO RIBEIRO - UEA, SHIRLEY MARIA DE ARAÚJO PASSOS - UEA, ANDRÉ LUIZ MACHADO DAS NEVES - UEA, SOCORRO DE FÁTIMA MORAES NINA - UEA, ANGELA XAVIER MONTEIRO - UEA
Apresentação/Introdução A atenção à saúde às populações rurais e ribeirinhas no Brasil apresenta desafios singulares associados a um contexto complexo que, por sua vez, exige uma organização diferenciada dos serviços quando comparada à zona urbana. O acesso à Atenção Primária à Saúde (APS) desempenha um papel fundamental na promoção da saúde e prevenção de doenças para essas populações. Nesse contexto, a revisão da literatura pode contribuir para discussão sobre como ocorre o fazer saúde nestas localidades.
Objetivos Assim, objetivou-se identificar a produção científica sobre o acesso à APS por populações rurais e ribeirinhas no Brasil.
Metodologia Realizou-se uma revisão integrativa de literatura com busca de artigos científicos na Biblioteca Virtual em Saúde e nas bases de dados Scopus e Web of Science, publicados entre 2013 e 2023. Durante a busca utilizou-se o fluxograma PRISMA. Após o processo de seleção, os artigos foram avaliados por meio dos instrumentos Standards for Reporting Qualitative Research (SRQR) e Strengthening the Reporting of Observational Studies in Epidemiology (STROBE), sendo o primeiro utilizado para os artigos qualitativos e o segundo para os quantitativos. Empregou-se a análise categorial-temática e os resultados foram apresentados descritivamente.
Resultados e Discussão Foram identificados 569 artigos, sendo selecionados 15 estudos após os critérios de exclusão. Os artigos foram categorizados em três eixos temáticos “aspectos territoriais, acesso aos serviços de saúde e deslocamentos”, “estrutura, funcionamento e recursos humanos dos serviços de saúde” e “reflexos das dificuldades e potencialidades no acesso à saúde rural”. A pesquisa demonstrou que o acesso à saúde de populações rurais e ribeirinhas na APS é impactado por desafios geográficos, socioeconômicos e estruturais. Observaram-se diferenças quanto à distância, o que indica a existência de realidades remotas distintas no Brasil. Os domicílios estão dispersos e a população apresenta maior vulnerabilidade. O deslocamento dos usuários às unidades de saúde envolve questões financeiras, tempo e o meio de transporte. A intermediação entre usuário e unidade pelo Agente Comunitário de Saúde é apontada como primordial e facilitadora, principalmente em longas distâncias e limitações funcionais. As principais dificuldades organizacionais encontradas foram, dentre outras: baixa resolutividade das unidades básicas de saúde, estrutura física inadequada, fragilidade na relação entre os profissionais de saúde e pacientes, sendo esta por vezes relacionada à alta rotatividade da equipe. A implantação da telessaúde é apontada como potencialidade e ao mesmo tempo fragilidade, visto que ainda é incipiente e enfrenta limitações como problemas de conectividade, baixa quantidade de computadores e demora nas respostas às teleconsultorias. Já as unidades fluviais criadas são relevantes para abranger locais de difícil acesso, facilitando atendimentos eletivos e a logintudinalidade do cuidado, porém existem dificuldades em recursos humanos e financeiros para manter esse sistema.
Conclusões/Considerações finais A análise da produção disponível revelou um conjunto de desafios enfrentados nesses territórios. Para superar essas barreiras é crucial o desenvolvimento de estratégias de políticas públicas adaptadas ao contexto local, também envolvendo parcerias comunitárias, tecnologias de saúde remotas e investimentos em infraestrutura a fim de proporcionar a universalidade do acesso à saúde, bem como equidade às pessoas que vivem nesses locais.
Referências 1. Instituto Brasileiro de Geografia E Estatística (IBGE). Censo Brasileiro de 2012. IBGE, 2022.
2. Fausto MCR, Almeida PF, Bousquat A, Lima JG, Santos AM, Seidl H, Mendonça MHM, Cabral LM, Giovanella L. Atenção Primária à Saúde em municípios rurais remotos brasileiros: contexto, organização e acesso à atenção integral no Sistema Único de Saúde. Saude Soc 2023; 32(1):e220382pt.
3. Rodrigues KV, Almeida PF, Fausto MC. Informal and popular healthcare subsystems in a remote rural municipality in the Brazilian Amazon region. Rural Remote Health 2021; 21(6568).
4. Lima R, Fernandes T, Martins Júnior P, Portela C, Santos Junior J, Schweickardt J. Saúde em vista: uma análise da Atenção Primária à Saúde em áreas ribeirinhas e rurais amazônicas. Cien Saude Colet 2021; 26(6):2053-2064.
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